sexta-feira, 25 de abril de 2008

Vencer o desafio da Maratona de Roterdã em 3h19:08: Não tem preço


No dia 13 de abril, enquanto alguns mortais estavam correndo a Meia Maratona em São Paulo, outros corredores mais elevados corriam a Maratona de Roterdã. Inclui-se aí o nosso amigo Paulo de Moraes Barros, 36 anos e cinco maratonas no currículo. Essa foi sua melhor maratona com o tempo de 3h19min08seg, quase uma hora a menos (4h14min) que a primeira em SP 2004.

Para quem chegou na famosa cidade portuária da Europa achando que nunca mais correria aquela prova, veja o que Moraes disse: “Ao terminar a prova vi que com certeza voltarei lá para corrê-la novamente, pois é, simplesmente, o máximo”.

Prefiro o vernáculo português Roterdã (pois no original é Rotterdam, que quer dizer barragem (dam) sobre o rio Rotter). Assim como Amsterdam (barragem sobre o rio Amstel). Lembrando que Netherlands (erroneamente cunhada por Holanda) são, literalmente, os Países Baixos (composto por 12 pequenas nações-províncias unidas, entre elas a Holanda do Sul e a do Norte.

Mas voltando à Maratona, o vencedor da prova foi o queniano William Kipsang que marcou o recorde do circuito (criado em 1981) em 2h05seg 49min. Como curiosidade, nos últimos 10 anos, todos os vencedores foram 10 quenianos diferentes. E por ser um circuito plano, a Maratona de Roterdã conferiu por vários anos o recorde mundial em maratonas. O etíope Belayneh Densamo que cravou 2h06 e durante anos foi o grande recorde mundial.

Outra curiosidade caseira, em 1992, Wanderlei de Oliveira (3h37 min) junto com Octávio José Aronis (3h06min), vice-presidente da Corpore, foram os primeiros brazucas a cruzarem o Oceano Atlântico para participar da competição de 42.195 metros nos Países Baixos. “Nós fomos recebidos por Mario Kadics, organizador da prova até hoje”, disse Oliveira.

Entre as mulheres, a vencedora foi a russa Lyubov Morgunova com o tempo de 2h25min12seg. Nunca uma russa havia vencido essa competição em 27 anos. O recorde pertence à queniana Tegla Laroupe (2h20min47seg) em 1998, recorde mundial na época.

Corrida passo-a-passo
“A chegada a Roterdã é fantástica, a beleza da cidade, a organização e o transporte público são espetaculares e, sem contar na simpatia dos holandeses, sempre muito gentis. A arquitetura é contemporânea e a cidade é toda rodeada por parques. Dei muita sorte com o clima, pois fez tempo bom todos os dias e temperatura estável na casa dos 10 graus”, comentou Moraes.

Segundo Paulo Moraes, no começo da prova, ele correu encaixotado passando no km 10 em 47min56seg. “Meu tempo previsto era 46min.00, ou seja, estava dois minutos atrasado em relação à planilha do Wanderlei. Daí pra frente consegui segurar um ritmo 5 segundos melhor que o estipulado na planilha e, com isso, cheguei no quilômetro 30 sem dever nada. Passei a meia em 1h39min33seg e a segunda metade em 1h39min30seg.

...Fui três segundos mais rápido na segunda parte. Se tivesse conseguido entrar no ritmo desde o começo talvez tivesse até baixado um pouco as 3h19min08seg. A chegada foi perfeita, estava sobrando e sem dores. Nos dois últimos quilômetros fui 10 segundos melhor que a planilha”, comentou o corredor da Run For Life.

Moraes já havia corrido Roterdã em 2005 com o tempo de 3h26minutos. E, conforme o vídeo da corrida, Moares chegou com os braços erguidos e abrindo aquele sorriso que só nós corredores sabemos e podemos dar. O sorriso da vitória de meses de treinamento coroado com a chegada, o sorriso por ter abdicado de muitas coisas nesse período, enfim, um sorriso que não tem preço.

Na terra de Vincent van Gogh
No lado cultural, os Países Baixos, no século XVII ficaram conhecidos como a Era dos Mestres neerlandeses, entre eles, Rembrandt van Rijn (famoso entre nós), Johannes Vermeer, Jan Steen e Jacob van Ruysdael. Além dos grandes pintores do século XIX e XX como Vincent van Gogh e Piet Mondriaan.

O país das tulipas, produziu figuras históricas como o filósofo Erasmo de Roterdã (nome da famosa e moderna ponte Erasmus). Neederlands têm uma arquitetura arrojada e sem contar o porto que é um capítulo à parte.

O Porto de Roterdã é o mais moderno e importante da Europa e o terceiro principal porto do mundo. Existe desde o século XIV (mais especificamente desde 1328), quando ainda era um pequeno porto para pesca situado no rio Rotter. Seu desenvolvimento foi à partir do século XIX, quando foi aberta uma conexão com o Mar do Norte, chamada de Nieuwe Waterweg, estabelecendo um importante canal de comunicação com a pujante e potente indústria alemã.

Veja as impressões de Paulo de Moraes Barros a respeito da cidade: “O EVENTO é muito prático para os corredores, a começar pela feira (retirada do chip) pois é feita ao lado da prefeitura na avenida principal de Rotterdam (a mesma da largada).

... O prefeito de Roterdã sempre, muito animado, falando o tempo todo no microfone (pena que não entendi nada) e às 10h50 a orquestra sinfônica de Roterdã começa a tocar o hino da Holanda e todos os holandeses cantam a uma só voz, essa hora é MUITO EMOCIONATE e muito prazeroso. Às 11 horas em ponto, o prefeito aciona o canhão bem na frente da prefeitura o tiro é muito alto e daí pra frente é só alegria", diz o empolgado
Escrito por Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Libertas Quae Sera Tamen


Aqueles que foram envolvidos pelo vício da prática esportiva, em particular a corrida, sente uma sensação de liberdade quando o vento bate no rosto e a relação tempo e espaço vira algo mágico em nossas vidas.

Voltando no tempo e no espaço histórico mineiro, há exatos 216 anos, em 1792, um brasileiro amante da liberdade tinha um ideal, o de libertar o Brasil da coroa portuguesa. O personagem em questão era o alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes).

Um pouco de contextualização: Nos anos 1780, o mundo estava passando por profundas transformações. Em 1789, houve a Revolução Francesa com a famosa queda da Bastilha em que foram à guilhotina toda a monarquia francesa sobre os ideários de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade".

No Brasil, o movimento chamado “Inconfidência Mineira” foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil, influenciados pelos ideais de liberdade da França. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial, em pleno ciclo do ouro.

O grupo, liderado por Tiradentes, era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, ex-estudantes da Europa, entre outros representantes da elite e intelectuais mineiros. A idéia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano no Brasil.

Os inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triângulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia). Depois foi adotada por Minas Gerais.

O movimento funcionou na Vila Rica Tiradentes (Ouro Preto) e Vila de São José Del´Rei, atual Tiradentes, ambas em Minas Gerais, mas como em vários movimentos históricos houve um delator: Joaquim Silvério dos Reis. Esse movimento acabou em 1789 (mesmo ano da Revolução Francesa), apesar de vários pedidos de prisão, apenas Tiradentes fora enforcado e esquartejado (a mando da rainha portuguesa Maria I, a louca).

Portanto, em nome da LIBERDADE, Joaquim José da Silva Xavier foi considerado mártir da independência e o dia 21 de abril é feriado para lembrar seus ideais de igualdade e fraternidade. Independência que veio acontecer em 1822, quando D. Pedro I a proclamou às margens do rio Ipiranga em São Paulo.

Para nós, corredores, a liberdade de cada vez buscar tempos menores já é uma grande façanha, mínima em relação ao que Tiradentes fez, porém tão gloriosa quanto.

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor.

Ação


O poder da palavra – ação. No dicionário Houaiss é a disposição para agir. Assim fizemos hoje no interval-tempo-training após uma semana de descanso ativo devido à competição de 21 quilômetros no dia 13. Um grupo de atletas treinaram pensando na transformação, conquistar novos resultados. Superação para vencer a preguiça, a chuva, o frio desta manhã de feriado. Determinação para superar os obstáculos diários. Não estávamos sozinhos na pista, mas cercados por vários atletas olímpicos e os que estão em busca do índice para os Jogos Olímpicos de Pequim. Maurren Maggi, Keila Costa, Fabiana Muher, entre outros, acordaram antes das 5 horas da manhã para mais um dia de treino.
Em respeito a esses superatletas, por recomendação do Vinícius Sá, fizemos uma pequena alteração no treino para não atrapalharmos a evolução deles em busca de uma medalha olímpica.
Prestamos aqui nossa homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Mártir da Inconfidência Mineira, que teve a coragem de enfrentar a forca no dia 21 de abril de 1792 na cidade do Rio de Janeiro para libertar o povo (veja no próximo blog texto completo do jornalista e corredor Arnaldo de Sousa).
Tiradentes é considerado um herói, Patrono Cívico do Brasil.
Isto é ação! Disposição para agir. Conquistar. Compartilhar.
“No esporte como na vida, às vezes se ganha, às vezes se perde, o importante é o próximo desafio.”

6h36. Vigésimo primeiro dia de abril de 2008.
Conjunto Desportivo Vaz Guimarães, em São Paulo. Chegamos aos 1.240 quilômetros, em cento e doze dias (desde o dia primeiro de janeiro deste ano). A média está em 11,0 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 está em 73.305 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.
Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Meia Maratona de força, suor e adrenalina

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Correr a Meia Maratona por si só já impõe a nós corredores uma dose de adrenalina antes mesmo da prova iniciar. Neste último domingo (13) foi um dia perfeito para se fazer a uma prova longa.

A organização da Corpore também colaborou com a largada pontualmente às 7h30, proporcionando um início de prova em clima ameno de uma manhã ensolarada. Tudo colaborou para uma excelente competição. Os atletas Run For Life estavam preparados, senti um clima de confiança no ar e não percebi ninguém tenso, apesar do desafio dos 21.097 metros.

Cheguei às 6 horas na USP (palco da corrida) e o local já estava tomado por milhares de carros, formando filas homéricas para achar um lugarzinho para deixarem os possantes. Tudo num clima de cordialidades.

Bem, falando da prova, eu consegui me inscrever na elite B (todos podem, se quiserem, conseguir também), devido aos resultados anteriores conquistados. Estar entre grandes corredores por si só traz uma energia fantástica para nós que insistimos em melhorar nosso tempo a cada prova.

Fizemos alongamento, aquecimento e as retas anterior à largada. Tudo como fazemos diariamente em nossos treinos. Daí a importância do trei-na-men-to. Parece óbvio mas não é. O seu resultado em competições demonstra o exato valor do seu treinamento.

Se os treinamentos forem mais fracos num período, o reflexo virá nas competições. O inverso também é verdadeiro.

Fiz uma largada sensacional. Correndo forte, do jeito que eu sei fazer (não me importo com as críticas) e como diz o Wanderlei de Oliveira: "usando toda a valentia". Corri ao lado de vários colegas de outras equipes e que na hora nos estimulam a ir pra cima.

Passei os 5 km para 20 minutos. Estava me sentindo muito bem. Correndo com tranqüilidade e sem esforço. Estava forte e preparado para correr assim. Depois dos 6 km me passou o Edson Stefano. Ele estava mais forte que eu e foi embora. Aí pensei no longo trajeto que eu tinha pela frente.

Passei os 10 km para 41 minutos, estava um pouco acima do planejado, já que era para eu passar próximo dos 42 minutos. Depois daí, a temperatura agradável abriu espaço para o calor. Aí foram copos e copos de água gelada no cangote para não ferver internamente. Passei pelos 15 km com o tempo de 1h03 min. Estava tudo muito bem.

Nos 16 km, vi um vulto vermelho passando do meu lado. Era o Nilton Maia, valente como sempre e gosto dessa ousadia dele. Passou por mim muito bem. Até que corremos juntos uns 500 a 800 metros, mas não deu pra mim. Ele esta bem e sempre trabalhando no relógio.

O máximo que consegui fazer foi tentar não deixá-lo abrir muito. Fui administrando minha corrida até chegar no sprint final e tentar fazer abaixo de 1h31 mas não deu. O tempo líquido ficou cravado em 1h31:00.

Essa foi minha melhor Meia Maratona dos últimos cinco anos. Ano passado abandonei no circuito Montanholi. Há dois anos fiz a meia do Rio para 1h48, quebrado. Agora foi excelente para começar o ano na Meia, muito bem. Parabéns a todos os corredores e corredoras!


Escrito por Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor.


Veja abaixo a ordem de chegada da equipe Run For Life na Meia da Corpore:
21 km - masculino:
Edson Stéfano: 01:23:36
Nilton Eduardo Maia: 01:30:32
Arnaldo de Sousa: 01:31:00
Wanderlei de Oliveira: 01:31:34
José Ribeiro de Andrade: 01:35:44
Paulo da Cruz Fernandes: 01:38:32
Marcos Corrêa e Sá: 01:38:52
Fernando da Silva: 01:45:41
Pedro Henrique Boccagini: 01:48:06
Judimar Messias dos Santos: 01:51:45
Oswaldo Silveira: 01:55:16
Fabian Fuentes: 01:55:39
Reinaldo U. Santos Jr.: 01:56:20
Jaime Rodrigues Ribeiro: 01:57:51
Celio Jose de Brito: 01:58:58
Alan França: 02:10:59
Helio Tadeu Moreira: 02:22:19

21 km - Feminino
Selma Nakakubo: 01:42:34
Patricia Rodrigues Vismara: 01:43:34
Gabrielle Berbigier Fuentes: 01:55:39
M. Estela da Silva: 01:56:31
Cristiane Midori Takagui: 01:59:53
Karine César da Silva Álvares: 02:00:50
Ana Kimie Akiyama: 02:13:21

5,5 km - Feminino
Ana Luiza dos Anjos Garcez: 00:21:49
Adriana Missae Ieiri: 00:31:04
Bruna Videira Cossi: 00:33:41
Celina Miki Yokoyama: 00:35:39
Anita Satie Tanaka: 00:37:13
Ana Cristina Cruz Barella: 00:39:24
Darci Aparecida dos Santos: 00:39:46

5,5 km - Masculino
Alexandre Effori de Mello: 00:29:56
Jacob Nahmias: 00:30:16
Rodrig Fernandes Pereira: 00:30:55
Hideo Koga: 00:34:51
Caio Eduardo Cintra Lopes: 00:35:41

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O dia seguinte


No último domingo, dia 13 de abril, foi realizada a 9a. edição da Meia-Maratona da CORPORE – Corredores Paulistas Reunidos. Onze mil corredores. Manhã de sol em São Paulo. Às 7 horas e 30 minutos os termômetros já registravam 22 graus. Isso era só o começo. O calor mais intenso estava por vir. A organização foi perfeita. Água a cada três quilômetros no início e a cada dois quilômetros no final. Ideal para manter o corpo refrigerado. No post anterior, “Magia dos números”, mencionei que no treino do interval-tempo-training a média é o correspondente ao que “podem” realizar na competição. De fato funcionou. Porém o que temos de quantificar é que, com a alta temperatura, os tempos fatalmente serão superiores. Mas o interessante é que, para os que estavam bem preparados, esse acréscimo não chega a ser superior aos 3 minutos.

6h23. Décimo quarto dia de abril de 2008. Parque do Ibirapuera em São Paulo. Chove torrencialmente. No dia seguinte após uma competição dura, em ritmo forte como foi os 21 km da CORPORE, nada melhor do que uma corrida tranqüila, relaxada e conversar sobre a prova. Foi o que fizemos, o Nilton Maia, correu para 1h30 logo na estréia, o senhor Oswaldo Silveira, 78 anos, foi campeão em sua categoria (1h55), o Flavio Cremaschi, a professora Mônica Peralta, a Patrícia Vismara (1h43) e eu, que completei a 66a prova para 1h31. Até agora já são 1.155 quilômetros, em cento e cinco dias (desde o dia primeiro de janeiro deste ano). A média está em 11 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 está em 73.220 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Magia dos números


O português José Clemente Gonçalves, ex-atleta de salto em altura foi o responsável pelo levantamento estatístico de tudo que aconteceu no Brasil desde o início do atletismo. Essa missão ele recebeu do comendador Evald Gomes da Silva, presidente da Federação Paulista de Atletismo por vários anos, ex-saltador de distância e descobridor do campeão olímpico Ademar Ferreira da Silva.
José Clemente Gonçalves era um gênio. Sabia todos os recordes, datas, nomes, locais. Tive a sorte de ser seu assistente por quatro anos. Não chego aos seus pés, mas aprendi muita coisa. O principal foi observar, analisar, investigar os números. Neste domingo, dia 6 de abril em Paris aconteceu a Maratona (42.195 metros). O Marcelino Rodrigues, 49, e o Benny Rubinsztejn, 34, partiram com a missão de completar a prova em 3h27min, média de 4min55 por quilometro. Resultado: Marcelino, 3h26 e o Benny, 3h28. Exatamente a média prevista.
Não é coincidência, mas pesquisa estatística dos treinos e provas por eles realizadas.
No próximo domingo acontece a 9a. edição da Meia-Maratona da CORPORE – Corredores Paulistas Reunidos. Para os que vão correr os 21 quilômetros e realizaram o interval-tempo-training, observem que a média é o correspondente ao que “podem” realizar na competição. Por exemplo, para os que fizeram na média de 1min45seg, tem condições de fecharem a distância em 1h45min. Esses números são apenas comparações estatísticas, sem embasamento científico. Tem dado resultado. Vamos aguardar e conferir.

6h33. Sétimo dia de abril de 2008. Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, pista de atletismo, Ibirapuera, São Paulo. Interval-tempo-training de 400 metros. Completamos 1.083 quilômetros, em noventa e oito dias. A média esta em 11,0 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 esta em 73.148 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.

Wanderlei de Oliveira

domingo, 6 de abril de 2008

Etíope vence com recorde em Paris


Quase 30 mil corredores fizeram a festa na 32ª Maratona de Paris, realizada neste domingo, 6 de abril. O campeão foi o jovem etíope Tsegaye Kebede, de 20 anos, que bateu o recorde da prova com o tempo de 2h06min40s. No feminino, a queniana Martha Komu venceu com 2h25min33s.

Mais perto de Pequim
O brasileiro Franck Caldeira finalizou a maratona em 18º lugar, com 2h12min32s, tempo que o coloca em 3º lugar no ranking da classificação para os Jogos Olímpicos de Pequim, deixando na 4º colocação o medalhista de bronze em Atenas, Vanderlei Cordeiro de Lima, que ainda tem chance de melhorar sua classificação (2h12min53s) e garantir a vaga olímpica, já que participa na semana que vem, dia 13, da Maratona de Turim, na Itália. Marílson Gomes lidera o ranking, com 2h08min37s, seguido por José Teles, que tem 2h12min23s.

Run For Life em Paris
A prova contou com a participação de vários brasileiros. Entre eles, dois atletas Run For Life, ambos estreantes em Paris. Marcelino Rodrigues finalizou os 42,195 metros do percurso em 3h26min16s e Benny Rubinsztejn terminou a prova em 3h28min58s.

Baldaia vence Stramilano


Maria Zeferina Baldaia venceu neste domingo, dia 6 de abril, a Stramilano Agonistica Internazionale, meia maratona disputada em Milão na Itália. A brasileira cruzou a linha de chegada com o tempo de 1h13min50s. Na prova masculina, vitória para o queniano Philemon Kipchumba Kisang, que fechou a meia maratona com o tempo de 1h02min14s.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Cura pela grama


Na medicina alternativa existem vários tipos de curas. Uma das mais famosas é a cura pela água. Faça o teste. Ingira de 2 a 3 litros de água pura ao longo do dia e verá como poderá curar muito dos seus problemas. Dor de cabeça e prisão de ventre são as principais. Comece já!

Você já deve ter observado seu cão quando esta enjoado, não quer comer ração, só toma água. O único alimento que seu organismo aceita é – a grama. Não estou sugerindo que faça o mesmo que seu cão. Mas, a grama também pode ser uma alternativa para a cura de muitas dores nas pernas dos corredores de longa distancia.

Estudos recentes apresentados no American College Sports of Medicine, demonstram que o piso gramado pode reduzir em até 80% o impacto das passadas durante a corrida. Nos Estados Unidos, os atletas de elite fazem seu aquecimento (warm-up) antes dos treinos de pista, em uma outra pista de grama, construída especialmente para este fim.

O piso gramado, por ser macio, favorece o fortalecimento das pernas (em geral). Já o piso de asfalto, devido ao solo duro, predispõe o corredor à micro lesões, podendo até comprometer o seu futuro.

Asfalto, só para competições ou treinos específicos de ritmo, mas com tênis bem acolchoado. Saiba que muito treino em asfalto pode lhe deixar lento e com a musculatura atrofiada (encurtada), devido aos movimentos repetitivos.

Cuidado se você estiver acima do seu peso ideal, mesmo que seja "apenas 5 quilos", opte por correr em grama, para evitar o risco de uma sobrecarga nos joelhos e coluna.
Após uma competição em prova pedestre (asfalto), faça a sua recuperação em grama e sinta o alívio que este tipo de piso lhe proporcionará para a musculatura de suas pernas.
Outro fato interessante, quando se corre no piso gramado, há uma tendência a reduzir o ritmo, o que é ótimo para a melhoria do sistema cardiorespiratório, queima de gordura e ganho de resistência.

Escolha um piso gramado e boas corridas.

6h29. Quarto dia de abril de 2008. Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, pista de atletismo, Ibirapuera, São Paulo. Um excelente treino de 3.000 metros de Wind-Sprint (100 metros x 100 metros). Exercício de força, velocidade, resistência anaeróbia e aeróbia. Completamos 1.041 quilômetros, em noventa e cinco dias. A média esta em 10,9 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 esta em 73.106 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.
Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Run For Life na Maratona de Paris


No dia 6 de abril, será realizada a 32ª edição Maratona Internacional de Paris, na charmosa cidade francesa. A maratona de Paris é o mais elegante percurso do gênero em todo o mundo. Mais de 35 mil corredores dos quatro cantos do planeta apreciarão os detalhes da largada, que acontecerá na famosa Avenue Champs-Élysées, um charme à parte. Os maratonistas vão passar pelo bairro nobre de La Concorde, pela catedral gótica e medieval de Notre Dame, pela Praça La Bastille, palco da Revolução Francesa, pelo romântico rio Sena, terminando a corrida no apoteótico Arco do Triunfo. A Run For Life marcará presença mais uma vez no evento, com a participação de dois atletas, estreantes em Paris. Marcelino Rodrigues, de 49 anos, correrá sua quarta maratona. Seu melhor tempo para a distância é de 3h23, conquistado na Maratona de Buenos Aires em 2007. O outro participante é Benny Rubinsztjn, de 31 anos, que fará sua terceira maratona. Seu melhor resultado na distância foi conseguido em também no ano passado, na Maratona de Porto Alegre, quando Benny finalizou a distância em 3h26.

terça-feira, 1 de abril de 2008

1.000 Km


Em 23 de outubro de 1906 no Campo de Bagatelle em Paris, o brasileiro Alberto Santos Dumont voou por 60 metros a uma altura de três metros com o 14 Bis. Santos Dumont realizou o sonho de voar e foi o primeiro a cumprir um circuito pré-estabelecido na presença da população parisiense, especialistas e jornalistas convidados. Santos Dumont é mundialmente conhecido como o “Pai da Aviação”, o que é um motivo de orgulho para nós brasileiros.

Um dos meus sonhos era poder voar. Como não tenho asas, eu corro.

Simples!

Desde o dia primeiro deste ano já corri 1.008 quilômetros, em noventa e dois dias. A média esta em 10,9 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 em 73.073 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador. Faltam apenas 6607 quilômetros para completar duas voltas.

Em 1982, quando a Nike lançou o Pegasus, fui presenteado com um exemplar pelo triatleta e empresário Flávio Aronis. Desde então me tornei fã do modelo. Acredito ser o único a usar a mesma marca desde então e um dos poucos brasileiros há tantos anos correndo sem interrupções.

Cada par de tênis dura em média 500 quilômetros. Hoje aposentei um Nike Air Pegasus dos oito que uso ao longo do ano para treinos de rodagem e dois modelos do Nike Air Vomero 2, presente do professor Sandro Eduardo Figueiredo da Nike, que revezo nos treinos de pista e competições. Neste ano foram apenas duas provas como preparação. No dia 25 de janeiro os 10 K de São Paulo (40min36) e no dia 16 de março os 10 K da Track&Field Run Series (40min25). A função do tênis é absorver o impacto. Para se recuperar de cada treino, eles precisam de 48 horas. Daí a necessidade de reveza-los. Ter no mínimo dois pares para rodagem e um par para treinos de qualidade, quem treina apenas quatro vezes por semana. Se treinar todos os dias como eu, são necessários dez pares.

Seus pés, joelhos, coluna, lhe agradecerão.

Nada como correr nas nuvens, já que não dá para voar.

Wanderlei de Oliveira