sábado, 31 de janeiro de 2009

Cross-sand no Guarujá


Em 1984 a convite do jovem atleta Marcelo Holcberg, fomos para um treino no Guarujá, litoral de São Paulo, a 82 quilômetros da capital. Nos reuníamos no “centrinho” da praia das Pitangueiras defronte ao prédio onde seus pais, Bernardo e Ivone passavam os finais de semana. Marcelo Holcberg sempre alegre e festivo, dizia antes do treino: “Guarujá Len, Guarujá Tur”, se referindo a concentração de Judeus na praia das Pitangueiras e de Turcos na praia da Enseada. Essa era uma forma de brincar com as comunidades. O Guarujá é de todos os povos. Era comum fazermos 18 quilômetros que é a distancia de ponta a ponta, ida e volta. Enseada são seis quilômetros, Pitangueiras dois quilômetros, Astúrias um quilometro. Para não ficar nenhuma dúvida se as distâncias são corretas entre as praias, fazíamos a subida do “Morro do Maluf”, que separa as praias da Enseada e Pitangueiras, o que da mais 600 metros entre subir e descer. O Marcelo Holcberg hoje vive em Miami, nos Estados Unidos, onde é um respeitado técnico de triatlo.

Patinhar à beira-mar
Essa expressão era usada pelo professor Mário Moniz Pereira, técnico do Sporting Club de Lisboa em 1987 quando levava a equipe de atletas para treinar na Praia de Carcavelos próximo a Lisboa, Portugal. Entre eles estavam o recordista mundial dos 10.000 metros em pista Fernando Mamede (27min13) e os irmãos Castros (Domingos e Dionísio), que começavam a despontar como grandes corredores de longa distância.

Corremos na praia, próximo d´água, onde a areia é mais firme, que facilita o deslocamento. O percurso é plano. Diferente de muitas praias de tombo (inclinadas), o que é ruim para tornozelos, bacia, coluna. Se isso não for possível evitar, o melhor é ir e voltar na mesma praia para compensar o equilíbrio e alinhamento do corpo. Depois é claro, temos o direito a um belo banho de mar e sol para recuperar as energias. Praticar o cross-sand é uma ótima pedida para melhorar o condicionamento físico e relaxar em contato com a natureza.

362 quilômetros em 31 dias
O mês de janeiro de 2009 chega ao fim. Escolhemos a praia para fechar com chave de ouro os 31 dias com 362 quilometros percorridos. A média subiu para 11,7 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 quando iniciei na prática do atletismo esta em 76.500 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.

Wanderlei de Oliveira

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Treinos intervalados ensinam a correr no ritmo


A corrida é uma seqüência da caminhada, e para que ela possa ser executada de uma forma confortável, econômica e ao mesmo tempo eficiente, que faça com que você percorra determinada distância em um menor tempo possível, essa locomoção é devido à ação sincronizada (automatizada) dos gestos de seu corpo.
Com o avanço da medicina esportiva e tecnologia, ao longo dos anos foram desenvolvidos vários métodos de treinamento, aos quais definimos como exercícios de qualidade, e sua função é a de proporcionar ao praticante qualidades físicas essenciais: resistência, força, velocidade, flexibilidade e agilidade.
Estamos na fase de preparação básica. Nessa fase são enfatizadas todas essas qualidades em que o principal objetivo é preparar o organismo para suportar os treinos mais duros.
Hoje pela manhã no Centro de Excelência do Atletismo do Estádio Ícaro de Castro Mello no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, em São Paulo, realizamos o “interval-training”, que é um método de treinamento idealizado pelo técnico alemão Woldemar Gerschller em 1939.
No ano de 1952 Gerschller uni-se ao fisiologista também alemão Herbert Reindell para formularem a concepção científica de treinamento intervalado. As distâncias escolhidas eram de 100, 200 e 400 metros com tempos preestabelecidos, que eram realizadas em pista de atletismo, o intervalo entre as repetições não ultrapassavam aos 90 segundos de pausa ativa (caminhada ou corrida lenta).
Este método é utilizado para desenvolver a resistência anaeróbia, resistência aeróbia, resistência muscular localizada, velocidade de deslocamento e força explosiva.É um treino que exige o máximo do praticante. Por isso, não é recomendado fazer esse trabalho sem uma “base” mínima adequada. Os riscos de contusão são muitos.

Um ótimo exemplo do sucesso desse trabalho, quando empregado com planejamento, foi o resultado da Ana Luiza dos Anjos Garcez que correu os 21 K da Disney em 1h32 (como treino de ritmo programado) e quinze dias após em Miami para 1h26, como competição principal. Um detalhe interessante é a disciplina técnica da atleta que na Disney correu sem relógio, exatamente para o tempo sugerido.

Vejam outro exemplo e comentário da jornalista Fernanda Paradizo: - "é a primeira vez que corro uma meia maratona tão dentro do ritmo. Não foi intencional...foi sem querer e batia praticamente todas as milhas (1.609 metros) a 7m56s". Observem as parciais à cada cinco quilometros:

Passagens 5 km - 24min55s / 4min55s10 km - 49min22s / 4min55s
15 km - 1h14min10s / 4min56s20 km - 1h38min37s / 4min55s21,1 km - 1h44min18s / 4min56s

O tempo indicado para a Fernanda foi de 1h44min30., ela fez 1h44min18s. Isso sim que é ritmo!
Wanderlei de Oliveira

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Fabiana Murer disputa temporada indoor na Europa




A saltadora Fabiana Murer, do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, disputará cinco provas indoor, em fevereiro, com os objetivos de se preparar para a temporada ao ar livre e quebrar o recorde sul-americano em pista coberta – atualmente em seu poder, com a marca de 4,70 m, obtida em Valência, Espanha (em 9 de março de 2008).

Fabiana embarca para a Europa no dia 31 para a seguinte sequência de provas: Malmoe (SUE), dia 3 de fevereiro, Sttutgart (ALE), dia 7, Donetsk (UCR), dia 14, Birminghan (ING), dia 21 e Praga (CZE), dia 26.

"Tentarei competir com tranquilidade porque este ano não terá Mundial Indoor. Minha preocupação será acertar a técnica e ver em que preciso melhorar para a temporada ao ar livre”, resumiu Fabiana.

Acrescentou que vai testar os primeiros resultados dos treinos feitos, desde o fim de outubro de 2008, com o técnico Élson Miranda, e da clínica com o treinador ucraniano Vitaly Petrov, em São Paulo, proporcionada pelo Clube de Atletismo BM&FBOVESPA.

Petrov é técnico da recordista mundial Yelena Isinbayeva.A saltadora observou que aproveitará as duas primeiras provas para acertar as varas que usará para cada altura e ganhar ritmo de competição.

"Nas outras, a partir de Donetsk, quando já tiver mais ritmo, vou tentar quebrar o recorde sul-americano.” A expectativa de Fabiana é para a temporada ao ar livre, pois neste ano sua prova foi incluída nas competições do nobre calendário da Golden League, a partir de junho, e também para o Mundial de Berlim (ALE), em agosto.

"A Fabiana vai trabalhar para ser consistente, estar sempre entre as melhores do mundo”, afirma o técnico Élson Miranda.O treinador disse que Fabiana está bem preparada para o início de ano na Europa e acredita que a atleta possa quebrar o recorde sul-americano.

Já o saltador Fábio Gomes da Silva, do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, está treinando no Centro de Salto com Vara da Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf), em Fórmia (Itália) e tem como meta obter o índice A (5,70 m) para o Mundial de Berlim nas provas que fará na Europa.
"Ele está lá para se adaptar a filosofia de treinamento do Vitaly Petrov, que atua em Fórmia. Como fará apenas três competições (Malmoe, Praga e Donetsk), se obtiver o índice já estará muito bom”, observa Élson.
Fonte: Local da Comunicação
Foto: Local

“O número é a Lei do Universo”




Existem várias maneiras de se festejar os 455 anos do aniversário da Cidade de São Paulo, uma delas é correndo. Foi assim que os quase 10 mil corredores resolveram homenagear a famosa e belíssima “Terra da Garoa”.

Pela décima segunda vez fiz parte dessa festa. O cenário principal foi o Parque do Ibirapuera. Inaugurado no dia 21 de agosto de 1954 no IV Centenário de São Paulo, foi lá que meus pais Olavo de Oliveira e Tereza Campos de Oliveira se conheceram. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo paisagista Roberto Burle Marx, o Parque do Ibirapuera tem uma área total de mais de 1,5 milhão de metros quadrados de verde.

Todas as coisas são números é o que dizia o matemático e místico grego Pitágoras (570 a.C a 496 a.C). O número é a Lei do Universo. E o ser humano tem que estar sempre em evolução É um pensamento atual que pode ser adequado para o atletismo.

O seu resultado em uma competição – é um número. E é isso que você vale. Se quiser evoluir, tem que treinar. Mas treinar, certo, com metodologia, disciplina e focado no seu objetivo. Não existe outro caminho.

Um dos que mais comemorou foi o nosso companheiro de treino Paulo Fernandes, consultor da Companhia de Seguros TRR, aniversariante do dia. Seu tempo de vida hoje chega aos 44 anos. O tempo que ele levou para fazer os 10 quilômetros foi de 45 minutos.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Equipe Cruzeiro leva o XII Troféu São Paulo




Uma das equipes mais técnicas do Brasil, o Cruzeiro, acabou levando o primeiro e o segundo lugares do XII Troféu São Paulo, evento esportivo que abriu as festividades em comemoração ao aniversário da cidade que completou 455 anos neste domingo. Cerca de 8 mil corredores e caminhantes deram um show à parte. Houve participantes nos 10 km e 6 km.

O incrível foi a ordem de chegada. Entre o primeiro e o quinto colocados que completaram o pódio a diferença foi de apenas 28 segundos. O vencedor foi Luis Paulo da Silva Antunes do Cruzeiro, que acabara de se recuperar de uma contusão, com o tempo de 30min09seg, seguido pelo colega de equipe José do Nascimento Souza cujo tempo foi de 30min12seg. Um pé de diferença na linha de chegada (pensando que o chip está localizado no tênis, obviamente).

“Vencer no dia do aniversário de São Paulo é muito bom”, destacou Luis Paulo, que em 2008 conquistou a 4ª colocação na disputa.

Entre as mulheres, Michelle Chagas, de 21 anos, da equipe Rede Atletismo, a mesma que agora dá guarida a campeã Olímpica Maurren Higa Maggi. Chagas liderou a competição de ponta a ponta e venceu com o tempo de 35min43seg. “O tempo ajudou bastante para conseguir liderar e vencer a prova”, relatou a atleta de Rio Claro, terceira no ano passado nesta competição. Chagas está mostrando uma evolução incrível.

Percurso
Essa corrida teve a largada em frente ao Obelisco de São Paulo (monumento em homenagem aos combatentes da Revolução de 1932). Seguimos pela Pedro Álvares Cabral até atingirmos a Avenida 23 de Maio (uma das maiores avenidas que liga a zona Sul à Zona Norte da Capital, projetada pelo ex-prefeito paulista Faria Lima) que tem um percurso bastante variável e difícil.

Havia muita água fresca e gelada disponível no percurso. Importante para hidratação dos participantes. No km 6, havia uma divisão entre os competidores nesse percurso. Para os corredores de 6 km e aos que continuavam para completar 10 km até a Avenida República do Líbano, fazendo o contorno no Parque do Ibirapuera (construído pelo arquiteto Oscar Niemeyer e arborizado pelo paisagista Burle Marx, cartão postal da cidade).

A chegada foi em frente ao portão 10 Ibirapuera, local onde milhares de corredores famosos e anônimos se reúnem diariamente para caminhar ou correr.

Acompanhe o resultado oficial da corrida
Masculino
1º - Luis Paulo da Silva Antunes (Cruzeiro) - 30min09seg
2º - José do Nascimento Souza (Cruzeiro) - 30min12seg
3º - Charles Wachira Maina (Athletic) – 30min17seg
4º - Célio Falcão (Topspin/Acrimet) – 30min22seg
5º - Anoé dos Santos Dias (Aratop) – 30min37seg

Feminino
1ª Michelle das Chagas (Rede Atletismo) – 35min43seg
2ª Adriana Aparecida da Silva (Pinheiros) – 35min44seg
3ª Rosangela Faria (Pinheiros) – 35min48seg
4ª Flaviana Chung - 36min05seg
5ª Beatriz Nascimento (Rebook) – 36min50seg

Run For Life esteve presente
Desde o início do Troféu São Paulo, o Projeto Run For Life de qualidade de vida, idealizado por Wanderlei de Oliveira e também treinada pela professora Monica Peralta, participa desta competição como abertura do calendário de corridas nacional e internacional orientada pelo treinador.

Acompanhe abaixo os resultados da equipe Run For Life com 29 competidores
Masculino - 10 km

Josinaldo Soares Ferreira, 38min25seg
Wilian Pontes, 40min09
José Cássio de Oliveira Santos, 40min46seg
Wanderlei de Oliveira, 42min28seg
Arnaldo de Sousa, 43min18seg
José Andrade, 44min25seg
Paulo Fernandes, 45min26seg
Egidio Aparecido Gonçalves, 45min36seg
Rodrigo Lagranha, 46min24seg
Pedro Boccagini, 47min48seg
Francisco Ferreira de Lima Filho, 47min51seg
Antonio Carlos Fiore, 50min17seg
Marcos Correa e Sá, 50min37seg
Vinicius Correa e Sá, 52min31seg
Carlos Eduardo Quintal, 51min50seg
Alexandre Mello, 53min15seg
José Vitiello, 58min52seg
Edson Stéfano, 58min53seg
Wilson Kischner Amarante, 58min53seg
Leonardo Melo, 58min56seg
Antonio Masaaki Izumi, 59min43seg
Milton Egydio Jurado Pagano, 1h01min07seg
Hideo Koga, 1h01min26seg
Henrique Lederman, 1h07min34seg
“Carioca”, 1h07min33seg
Felix Secchin, 1h07min19seg
Fratesco, 47min51seg

Masculino - 6km
Arnaldo de Melo Rodrigues, 45min04seg

Feminino – 10 km
Patricia Rodrigues Vismara, 46min14seg
Monica Simões da Silva, 52min26seg

6km
Denise Paludetto Rodrigues, 44min58seg
Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor

Animal é campeã máster também em Miami




A ex-menina de rua Ana Luiza Garcez encerra sua estadia nos Estados Unidos com chave de ouro. Dessa vez, Animal, como é conhecida entre os amigos, foi a campeã máster da Meia maratona de Miami, que aconteceu no domingo, 25 e janeiro.

A atleta, que há quinze dias havia faturado o mesmo título na Meia da Disney, finalizou a meia em Miami na excelente 4ª colocação no geral, com o tempo de 1h26min29s. "Ter conseguido isso é uma grande vitória para mim. Eu sabia que eu estava bem e que eu tinha condições de fazer um bom resultado, mas eu não esperava conseguir ser campeã máster nas duas provas", diz Ana, que ficou emocionada quando ouviu anunciar seu nome pouco antes da chegada.

"Foi emocionante. Beijei até o chão quando cruzei a linha de chegada. Adorei a prova em Miami e durmo agora com a cabeça tranquila. É muita responsabilidade sair do Brasil recebendo ajuda das pessoas, dos amigos e apoio de empresas como a Nike e a Kamel e saber que todos estavam torcendo muito por mim. Eu tinha que retribuir com um bom resultado", comenta Ana, que confessa ter se sentindo uma celebridade em Miami.

"Fui tratada como uma rainha. Participei de toda a programação dos atletas de elite. Nunca imaginei que um dia iria largar numa prova ao lado de quenianos, marroquinos e tantos outros atletas de várias partes do mundo", diz Ana.

"Para a atleta da Run For Life, que volta ao Brasil nesta segunda-feira, o ponto alto da prova de Miami foi poder recepcionar, junto com todos os atletas de elite, as 4 mil crianças que participam de um programa de incentivo ao esporte do ING, patrocinador do evento, na prova infantil de 1,2 milhas que acontece ao final do evento.

"Foi bonito ver toda a elite ali reunida, batendo palma, incentivando e ajudando, até todas as crianças cruzarem a linha de chegada. Nunca vi isso em nenhum lugar", conta a atleta, que já diz estar com saudade da Flórida.

"Quero estar aqui novamente o ano que vem. Vou ficar contando os dias."Na prova masculina, outro brasileiro se destacou na prova de Miami. Jose Gutembergue Ferreira foi o 3ª colocado no geral, com o tempo de 1h13min.

O atleta liderava a prova com uma distância de 800 mestros para o 2º colocado e se atrapalhou no momento em que a competição divide a meia maratona com a maratona inteira. Ele pegou o caminho errado e acabou perdendo duas posições. Mesmo assim, conseguiu se recuperar a tempo de garantir um lugar no pódio.

Texto e fotos: Fernanda Paradizo que acompanhou a atleta nos Estados Unidos.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

“Meu mundo caiu”



Esta canção, um sucesso na belíssima voz e interpretação da cantora e compositora Maysa, reflete e retrata bem o que é entrar na “fossa”. Não conseguir o que se deseja é triste! Depois não adianta chorar.

Nas principais provas ao redor do mundo, sempre morre um corredor, vítima da falta de cuidados básicos, como: exames periódicos acompanhados por especialistas do esporte, orientação específica para a competição supervisionados por profissionais qualificados, capacitados e com experiência comprovada.

Não é isso que as empresas exigem para contratar um excelente profissional?
No dia 18 de janeiro de 2009 (domingo), no bairro do Cambuci em São Paulo desabou o teto da Igreja Renascer em Cristo. O desastre deixou 9 mortos e mais de 100 feridos, até o momento.
Qual não foi a surpresa do CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo) ao constatar que a empresa responsável pela reforma do templo e troca de telhas do teto não possuía registro no órgão.

Portanto, meu amigo corredor, não seja vítima da incompetência e despreparo de curiosos, aventureiros.

Busque ajuda. Crie novos desafios. Siga o seu caminho com entusiasmo, coragem e determinação.
Wanderlei de Oliveira

Animal: pronta para a Meia de Miami



Depois de conseguir o título de campeã máster na Meia maratona da Disney, no dia 10 de janeiro, Ana Luíza Garcez, a Animal, tenta agora um bom resultado na Meia maratona de Miami, que acontece no próximo domingo, dia 25 de janeiro.

De Orlando, Ana foi direto para Miami, onde ficou hospedada em Miami Beach e seguiu os treinamentos visando sua segunda prova nos Estados Unidos.

"Consegui treinar bem, apesar do frio destes três últimos dias, e estou confiante que vou fazer um boa prova. Eu gosto de correr no frio e torço para que esteja essa mesma temperatura no dia", comenta a atleta, que participa nesta sexta-feira, dia 23, da coletiva de imprensa do evento.

"Estou contente por chegar o dia da prova. Por outro lado, não queria que esse momento acabasse nunca. Adorei todos estes dias aqui na Flórida", diz a atleta, que correu em parte do percurso da meia maratona e achou o cenário maravilhoso.

"Treinei num percurso que depois descobri que fazia parte da prova. Tem uma subida mais pesada no começo, mas não me assusta. Depois, as subidas são mais leves. A prova é praticamente plana e, se o tempo ajudar, vai dar para correr bem aqui.

"Ontem, dia 22, Ana Luiza se apresentou ao hotel oficial da prova, o Courtyard by Marriott Hotel Miami Downtown, onde ficará hospedada até dia 26, segunda-feira, quando retorna ao Brasil depois de 18 dias de viagem.

Texto e foto: Fernanda Paradizo, jornalista e corredora

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

À Deriva



Quando um navio sai do porto, ele parte em direção a algum lugar.
Existe um tempo estipulado para se chegar ao destino.
Quando isto não ocorre, a embarcação fica à deriva.
Perdida.

O cantor Ed Motta na letra de sua música com o mesmo título vislumbra: - “De um rio que não corre mais no seu leito. Vou mergulhar nessas noites mortais. Tudo anda lento...”.

Para não se sentir assim: - melancólico, perdido, sem direção; crie novos desafios. Emagrecer, ganhar condicionamento físico, correr os 15 quilômetros da São Silvestre no dia 31 de dezembro, podem ser alguns dos estímulos para você dar o primeiro passo.

Mas, seja organizado, disciplinado, persistente. Tente. Vá em frente!

Assim, você saberá qual destino seguir em 2009.
Se você sabe aonde que chegar, já terá percorrido metade do caminho.

Corra em busca de seus sonhos.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Melhore seu desempenho profissional praticando esportes



Fazer alguma atividade física pode ser uma ótima saída para evitar problemas de saúde. A prática de esportes disciplina as atividades, regra horários e dá mais disposição para trabalhar. Desempenho fraco, lentidão nas decisões e falta de criatividade podem ser resolvidos.

Muitas empresas estão descobrindo que praticar algum tipo de esporte é uma das saídas mais rápidas e eficientes de recobrar a disposição, a agilidade e o vigor físico que a atividade exige.

A carga horária excessiva e a tensão constante em uma empresa desgastam igualmente executivos e funcionários operacionais.

Segundo o médico Renato Lotufo, especializado em medicina esportiva, comprova que em atividades estressantes há um grande nível de ansiedade e um maior número de pessoas obesas, fatores responsáveis pelo aumento de riscos de problemas cardíacos.

Os esportes mais indicados são os aeróbios, como caminhada, corrida, natação ou ciclismo. Os esportes individuais podem trazer gratificação emocional, porque permite uma avaliação exata do seu desempenho, enquanto um esporte coletivo dá margem ao questionamento de suas habilidades.

Lembre-se de que você não é um atleta profissional e, portanto, não saia correndo tudo o que pode hoje, desistindo amanhã. Antes de começar, faça uma consulta a um médico, especializado em esportes ou clínico geral. Ele poderá detectar fatores de risco para orientar algum esporte e contra-indicar outros.

O exercício inadequado pode proporcionar desde problemas musculares até torções sérias de joelho e complicações cardíacas. Os exercícios orientados e acompanhados, por outro lado, fortalecem a musculatura e até diminuem os riscos de infartos.

Optando pela corrida por conta própria, por exemplo, muitos erram na intensidade a ser aplicada. Outro ponto importante diz respeito ao horário escolhido para praticar o esporte desejado. Em princípio não existe restrição.

Pode ser pela manhã, no final da tarde ou até na hora do almoço. Recomenda o Dr. Renato Lotufo que o importante é que o horário não seja “atropelado” por outras obrigações e que sejam tomadas às medidas corretas de hidratação se for em um período de calor intenso.

A prática de alguma atividade esportiva permitirá, de imediato, um bem-estar e uma maior disposição para as atividades diárias. É muito comum executivos que se iniciam em esportes pararem de fumar e passarem a comer e dormir.

Wanderlei de Oliveira
Foto: Fernanda Paradizo

Fique forte e veloz, faça short-hill!



O velocista já nasce. Mas com treinamento técnico adequado é possível melhorar a velocidade.Há muito se questiona os limites do ser humano. Como tudo na vida se transforma, evolui. Assim é o homem.

A cada novo recorde mundial ou pessoal, o limite vai sendo empurrado para frente.Na busca pela evolução, não há limite.A cada início de temporada, observo as pessoas nos treinamentos de biomecânica. A grande maioria, sem coordenação motora, sentido de direção, percepção corporal, sem energia para executar os educativos.

Tudo isso é natural para quem nunca se preocupou em fazer um trabalho para melhorar os movimentos do corpo. Quanto mais relaxado for, maior será o rendimento. E conseqüentemente, menos estresse.

Segundo os monges budistas, um corpo flexível pode durar muitos anos.Um modo especial que encontramos para nos auxiliar nessa busca pela melhoria da técnica são os tiros em rampas. O que antes era feito fora das pistas, agora pode ser feito ao lado dela.

Nesta segunda-feira dia 19 de janeiro, utilizamos a rampa do Centro de Excelência BM&F de Atletismo em São Paulo no Ibirapuera. São 10 metros para tomada de velocidade, 10 metros de inclinação onde trabalhamos ação rápida dos braços e força das pernas; 10 metros plano no topo para soltura, 10 metros em descida com baixa velocidade e mais 10 metros soltando.

Exatamente 50 metros e 45% de inclinação. São exigidos nesse tipo de trabalho, potência, dinâmica, percepção, atenção. Concentração na técnica. Os ganhos são vários: - braços, peitorais, panturrilhas, pernas, glúteos fortes. Além de fortalecer os vários grupos abdominais.

Wanderlei de Oliveira
Foto: Fernanda Paradizo

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Renato Lotufo abre policlínica de medicina do esporte e diz: “exames são parte da preparação”


“Ao indivíduo sedentário, diabético, hipertenso... sempre lhe é indicado a fazer uma atividade física, mas ele precisa fazer os exames anualmente para ter idéia do nível de saúde que ele tem. Anualmente porque as condições podem se alterar de ano para ano”, reforça Renato Lotufo, médico formado pela Escola Paulista de Medicina com um longo currículo na medicina do esporte, agora abre uma policlínica com várias especialidades dedicadas ao atleta profissional ou amador.

Lotufo até 2007 trabalhou como fisiologista do esporte no Sport Club Corinthians Paulista, teve passagens pela Seleção Brasileira de Futebol e acompanhou a Seleção Brasileira de Ultramaratona (100 km) na década de 1990.

O teste ergoexpirométrico (a mais completa avaliação cardiorrespiratória que existe) começou a ser usado no Brasil por Lotufo no começo dos anos 1990. Através desse teste, o médico-especialista pode orientar o atleta a atingir seus objetivos na maratona, por exemplo.

“Nos novos conceitos do teste ergoexpirométrico, podemos definir dois limiares mínimo e máximo em que o atleta pode treinar e realizar competições esportivas em alta performance”, comentou Lotufo.

Para se ter uma idéia da importância de realizar os exames físicos e clínicos para fins esportivos, em cerca de 30 anos cerca de 20 jogadores de futebol morreram (dos anos 80 a 2007, segundo relatos) exercendo sua profissão. Nas maratonas de Chicago 2007 e Maratona de Nova York 2008 e na corrida de São Silvestre em 2008 registraram uma morte de corredores cada.

“Com a morte de um jogador na Europa em 2004, as assessorias esportivas passaram a indicar médicos do esporte para fazer avaliações. Aí passaram a exigir teste ergométrico, ecocardiograma, exames de sangue e físico. Por exemplo, a pessoa com artrose, não pode correr senão ela vai colocar uma prótese lá na frente. É importante que o atleta passe pelo médico, faça exames para ele ter idéia do nível de saúde”, declarou Lotufo.

De acordo com Edgard José dos Santos, diretor da Corpore, as provas organizadas pela organização reúnem 70 mil corredores individuais. “Nas 12 competições previstas pela entidade para 2009 se projetam 145 mil inscrições pagas. A partir de 2006 houve um boom das inscrições de corridas”, comentou Santos.

Esse é universo apenas de São Paulo capital. E o Estado e os outros Estados brasileiros, ampliam-se para milhares de corredores e clubes, associações e equipes de corredores que estão procurando o médico do esporte como parte da preparação do atleta.

Run For Life recomenda a clínica Medicina do Esporte Renato Lotufo
“Recomendo a clínica pelo profissional fantástico que é o Renato Lotufo. Já tinha ouvido falar dele no final dos anos 80. Mas foi em 1990 quando fui convidado para comandar o programa pró-runner na Physis (na época a mais moderna em tecnologia) e lá estava o Lotufo para criar o primeiro laboratório de pesquisa em academia”, comentou Wanderlei de Oliveira, treinador da Run For Life, equipe de corredores mais antiga do Brasil com 29 anos de estrada.

Wanderlei foi o técnico da Seleção Brasileira de Ultramaratona e Lotufo era o médico-fisiologista da equipe que levou atletas brasileiros para a Rússia em 1996. Amigos de longa data e um depositário de confiança no outro.

“No final do ano passado, o Lotufo me ligou como sempre para desejar um feliz 2009 e me participar da criação do centro de medicina do esporte. Agendei para a última terça-feira (13/01) o meu teste. Achei o centro muito agradável. Tenho plena confiança no trabalho do mestre”, completa Wanderlei.

A professora Mônica Peralta, também treinadora da Run For Life enquanto aluna da Pós-Graduação da Faculdade FMU foi orientada em seu projeto de mestrado pelo professor Lotufo.

“Eu recomendo a clínica do Lotufo pela competência dele. Todo aluno que vem aqui eu sugiro que façam testes com ele que é um estudioso. Quando eu fiz a maratona de São Paulo terminei para 4h38min. Depois de fazer o teste com Lotudo e a preparação com Wanderlei de Oliveira em 1997 fui a Nova York e fiz a maratona em 3h38min”, declarou Peralta atestando os resultados obtidos com orientação de Lotufo.

Serviços
A Medicina do Esporte Renato Lotufo oferece: Avaliação Física (teste ergoexpirométrico), Cardiologia, Acupuntura, Fisioterapia, Shiatsu (massagem), Ortopedia, Baropodometria (mede o tipo de pisada, constrói palmilha ideal ao atleta), Psicologia do esporte, Nutrição esportiva, Pilates, Mat-Pilates, além de realização de cursos da área esportiva e terá espaço para uma academia orientada. Cerca de 10 profissionais (todos com mestrados ou doutorados) com anos de experiência no mercado esportivo.
Mais informações: (11) 2659-7645

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto 1: Dr. Renato Fraga Moreira Lotufo
Foto 2: Treinador e corredor Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A importância do VO2max como indicador de saúde e aptidão física



Aproximadamente no ano de 1770, na França, iniciaram os primeiros estudos sobre a respiração das células humanas. Dentre os principais pesquisadores da época, Antonie Lavoisier, considerado o “pai” da química, demonstrou que o oxigênio era a substância contida no ar responsável pela combustão e, desta forma, estabeleceu o alicerce para a compreensão atual do metabolismo energético humano.

Nos séculos posteriores, mais precisamente em 1910, Marie e August Krogh descobriram que o mecanismo responsável pelas trocas gasosas pulmonares era realizado através do processo de difusão e não pela secreção, conforme se acreditava.

Todos esses achados serviram de suporte para as pesquisas relacionadas ao desempenho físico e para o clássico trabalho de 1923, escrito por Hill e Lupton, ganhadores do prêmio Nobel. Esses autores observaram que o consumo de oxigênio (VO2) aumentava de forma proporcional ao aumento da velocidade de corrida.

Entretanto, em intensidades próximas ao esforço máximo o VO2 tendia a apresentar uma estabilização ou “platô”, mesmo após o aumento da velocidade de corrida, surgindo assim, uma das variáveis fisiológicas mais utilizadas como discriminantes do desempenho esportivo, o VO2max, afirma o pesquisador e professor de educação física Adriano Eduardo Lima Silva

Para o professor doutor Renato Fraga Moreira Lotufo do Centro de Medicina do Esporte foi a partir da década de cinqüenta do século XX, Per-Orlof Astrand, um dos mais renomados cientistas do cenário mundial, descreveu a importância do VO2max como indicador de saúde e aptidão física.
Em geral, pessoas engajadas em exercício com predominância aeróbia (correr, pedalar, nadar) apresentam maior VO2max do que pessoas destreinadas. Por este motivo, um dos pré-requisitos para ter sucesso em provas de longa duração (corridas de meio-fundo, fundo, maratona, ciclismo de rua) é apresentar um VO2max elevado.

Entretanto, pesquisas recentes indicam que outras variáveis fisiológicas aparentam estar mais relacionadas à performance em provas de endurance, levando-nos a conclusão de que o VO2max parece ser apenas uma condição mínima para o desempenho atlético.

Inicialmente, o VO2max era medido através de uma “bolsa” ou “balão” de ar, denominado Bolsa de Douglas, em homenagem ao cientista que popularizou seu uso. Basicamente, este método funciona com a pessoa avaliada expirando parte do ar exalado dentro da Bolsa de Douglas e, em seguida, um analisador de oxigênio e dióxido de carbono determina a composição desse ar.

Atualmente, técnicas mais sofisticadas e computadorizadas são utilizadas nos grandes laboratórios de fisiologia do exercício, permitindo a análise do ar durante cada respiração do avaliado ou atleta, comenta Lotufo.

Para concluir este breve relato da história do VO2max, podemos enfatizar que esta variável foi uma das grandes descobertas da ciência do esporte, porém, muito ainda precisa ser conhecido sobre seus fatores limitantes e sua aplicação no treinamento.

Em geral, a maior parte da população brasileira não tem acesso a medida direta do consumo máximo de oxigênio, recorrendo inevitavelmente, para métodos indiretos menos preciso para sua estimativa.

Wanderlei de Oliveira
Arte: Internet

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Adriano Bastos ganha a maratona da Disney



O atleta brasileiro Adriano Bastos ganhou pela sexta vez (cinco consecutivas) a Maratona da Disney. Ele concluiu a prova em 2h20min38seg. O segundo colocado foi o norte-americano Aaron Church que terminou em 2h27min12seg, bem atrás do brasileiro, mas o gringo chegou atirando. "Há muitos de corredores norte-americanos que podem vencer Bastos. O problema é que aqui não há prêmio em dinheiro".

O terceiro colocado foi o também norte-americaco Matthew Fecht ao completar a competição em 2h29min35seg.

Depois de sua sexta conquista, Bastos afirmou que deseja chegar a dez vitórias na Disney. Mas disse que esta foi a vez mais difícil, do ponto de vista psicológico, pois em geral ele corre mais livre, sem desafiantes. E afirmou ainda estar cansado da viagem (ele chegou a Orlando dois dias antes da competição), segundo relatado no blog do Lucena.

Entre as mulheres a vencedora foi a japonesa Lisa Mizutani ao completar os 42,195 metros em 2h46min27seg. Seguida por duas norte-americanas da Flórida, Melanie Peters com o tempo de 2h53min49seg e por Christa Benton que encerrou a prova em 2h54min35seg.

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor

Volta Olímpica, coisa de brasileiro!



Todos sabem que o brasileiro é um povo festivo, alegre, brincalhão. Tudo é motivo para piada. Os nossos patrícios os portugueses que o digam. As piadas mais engraçadas são direcionadas aos lusos. Sem maldade, é claro!

Com esse espírito, um brasileiro, até então desconhecido no mundo esportivo, se tornava campeão olímpico no salto triplo em Helsinque na Finlândia em 1952 com direito a quatro recordes mundiais consecutivos na mesma prova: 16m05, 16m09, 16m12 e 16m22. Para compartilhar com o público que o aplaudia em pé incessantemente pela sua inédita e fantástica conquista – percorreu os 400 metros da pista de atletismo saudando o público. O fato histórico virou um hábito dos medalhistas de ouro.

E o seu carisma rendeu um museu em sua homenagem e vários fãs em Helsinque na Finlândia. Adhemar Ferreira da Silva foi descoberto pelo ex-atleta de 400 metros Evald Gomes da Silva, e treinado pelo técnico alemão Dietrich Ulrich Gerner, do São Paulo Futebol Clube.

O comendador Evald, mais tarde se tornaria presidente da Federação Paulista de Atletismo (1974 a 1981). Adhemar, sempre tinha uma palavra de incentivo aos jovens atletas. Em 1980, eu trabalhava na Federação Paulista de Atletismo e ajudava o presidente Evald nas reuniões de diretoria e carinhosamente o Adhemar me chamava de secretário.

Quando fui convidado para participar da corrida de San Fernando, prova de 10 K em Punta Del Leste no Uruguai em 1996, lá estava o Adhemar Ferreira da Silva que se prontificou em fazer minha inscrição. Na noite anterior a prova me convidou para jantar com ele em um belíssimo restaurante na paradisíaca cidade turística a fim de me entregar o kit da corrida.
Um verdadeiro gentleman!

Adhemar foi poliglota, escultor, professor de educação física, advogado, relações públicas, cantor, Adido Cultural na Embaixada brasileira em Lagos na Nigéria de 1964 a 1967, ator na pela "Orfeu da Conceição" de Vinícius de Moraes e no filme "Orfeu Negro" em 1962, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro.

Além de ser o único brasileiro bicampeão olímpico no atletismo na modalidade do salto triplo (1952, Helsinque, Finlândia e 1956, Melburne, Austrália).
Saudades deste grande homem, esportista que faleceu no dia 12 de janeiro de 2001.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Novos caminhos em 2009




Há onze anos, quando a educadora Mônica Peralta iniciou sua preparação para a maratona de Nova York, realizou vários treinos no Horto Florestal, em São Paulo. À medida que as distâncias dos treinos foram aumentando, a levou descobrir novos caminhos. E um deles, ela vem compartilhando com seus amigos, alunos e monges.

É o Parque Estadual da Cantareira, no núcleo Pedra Grande. Um patrimônio mundial de preservação desde 1994, por determinação da UNESCO – Organização das Nações Unidas, que é uma das maiores áreas de mata tropical nativa do mundo situadas dentro da região metropolitana.

No sábado dia 10 de janeiro, o grupo de caminhantes, corredores, amigos e convidados se reuniram às 8 horas da manha na entrada do parque. Após a recepção da Monica Peralta, a nossa ilustre convidada a Monja Coen (missionária oficial da tradição Soto Shu Zen-budismo, responsável pelo Templo Tenzuizenji da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil com sede no Pacaembu) fez uma breve explanação do que é a “Caminhada Zen”: - “observem a sua respiração, os movimentos do seu corpo, o pulsar ritmado do seu coração, sintam a brisa, observem os raios do Sol entre as árvores, o canto dos pássaros, as folhas caindo. Essa é uma forma de meditação em movimento”.

Pic-nic na floresta
O nosso guia, pelo terceiro ano consecutivo era o Egídio Gonçalves, profundo conhecedor da reserva. Sempre prestativo e atencioso, observava cada um dos caminhantes. A cada novidade do caminho parava, para contemplar a vegetação típica de floresta tropical. Contemplar os bugios se divertindo pulando de galho em galho.

Depois de mais de uma hora por trilhas de mata cerrada, subida, descida, chegamos ao lago das carpas. A Patrícia Vismara, a Anna Cáfaro, a Adriana Marmo, o Bento, seu filho de 8 anos e o Edson Stéfano, popular “maluco” foram os que mais se divertiram jogando pão para os peixes.

Já os adultos, mortos de fome, nem queriam esperar a Monja para abençoar os alimentos e devorar a farta cesta de pic-nic que a Dona Mítico Nakatani carregou por todo caminho. Um dos mais gulosos para saber o que a Mítico e a Vera Alice Silva carregavam era o Carlos Cavalcante. Bem alimentados e com as mochilas vazias, estávamos prontos para a última e mais dura etapa do caminho. Chegar ao topo da montanha.

Zazen na Pedra Grande

A 1010 metros de altitude em relação ao nível do mar, chegamos a Pedra Grande. Pausa para contemplarmos a belíssima visão panorâmica da Grande São Paulo.
Conduzidos pelas sábias palavras da Monja Coen nos preparamos para a prática do Zazen (meditação).
Antes ela fez uma explanação sobre o Zen: “Ser Zen não é estar à toa, sem fazer nada. Ser Zen é estar presente. Ativo. Participativo. Compromissado”. Ela também comparou a prática do Zazen com o treinamento de um maratonista.

“Exige disciplina diária, paciência, persistência. Quando vem o cansaço no quilometro 30, temos que tirar uma força extra de dentro e seguir em frente. Até a linha de chegada. Ter um objetivo definido – é essa força que faz com que você não pare no meio do caminho. O objetivo, a prática, o entusiasmo conduz a vitória”. Lembrou também que este ano no calendário Chinês é o ano do touro: - um animal forte, valente, persistente.


Foram mais de três horas de caminhada e corrida onde pudemos compartilhar, emoções, alegrias, esforço, conhecimento, sabedoria, amizade, energia e o principal: - a natureza.

Wanderlei de Oliveira

sábado, 10 de janeiro de 2009

Animal é campeã máster na Meia da Disney



A ex-menina de rua Ana Luíza dos Anjos Garcez, a Animal, foi campeã máster na Meia maratona da Disney, realizada neste sábado, dia 10 de janeiro, em Orlando.
A atleta, de 46 anos, finalizou os 21 km em 1h31min38s e conseguiu o título que escapou das suas mãos em 2007, quando foi a segunda melhor atleta máster na mesma prova e campeã na categoria 40-44 anos depois de liderar a prova por 15 quilômetros.
Ana, que foi para a Disney com a estratégia de correr a meia de forma um pouco mais tranquila e progressiva, já que teve sua preparação para a competição prejudicada depois de uma lesão no joelho que a deixou três semanas parada e em tratamento intensivo, cumpriu à risca o que foi determinado pela seu técnico Wanderlei de Oliveira, da Run For Life, mesmo correndo sem relógio.
"Não gosto de correr de relógio. Isso me atrapalha. Tentei correr os 5 km bem tranqüila. Comecei a primeira milha um pouco forte e perguntei para dois brasileiros em que ritmo estávamos. Eles me disseram que eu estava fora do ritmo. Diminuí e fui aumentando aos poucos durante a prova. Cheguei inteira", diz a campeã, que passou os 10 km para 44min25s, disputando a primeira posição com a também atleta máster Jacqueline Firth, de 44 anos, da Inglaterra.
"Não sabia que ela era da minha categoria. Corri bastante tempo com ela. Na milha 8, eu estava me sentindo bem e fui embora." Em 2007, Ana ficou emocionada ao entrar na metade da prova no Magic Kingdom e ver os personagens da Disney perfilados na porta do Castelo da Cinderala para dar boas-vindas aos corredores.
Quando a Fera (da Bela) tocou na sua mão, suas pernas começaram a tremer e demorou um pouco para entrar novamente no ritmo. Foi depois disso que foi ultrapassada e perdeu a liderança na prova.
"Dessa vez, foi diferente. Foi muito bonito ver os personagens todos ali, mas não era mais novidade para mim", comenta a atleta, que, mesmo conseguindo se controlar na entrada do castelo, não deixou de ter seu momento de emoção dentro da prova. Logo nas primeiras milhas, ela ultrapassou Dick e Rick Hoyt, pai e filho, que, desde 1980, já finalizaram nada menos do que seis Ironman e 66 maratonas.
"Vi os dois na largada e queria muito tirar uma foto com eles, mas não consegui. Quando passei e vi aquela cena daquele senhor correndo e empurrando o filho numa cadeira de rodas, tive vontade de chorar. Percebi o esforço que aquele pai fazia para dar essa alegria ao filho", emociona-se Ana Luiza, que não ficou sem sua foto.
Ao final da prova, na cerimônia de premiação da elite, aproveitou a homenagem à dupla e correu em direção aos dois para registrar seu momento com pai e filho, que comemorou exatamente no dia da meia 46 anos de vida, a mesma idade de Ana Luíza.
"É uma recordação que quero guardar para sempre. Este pai é um exemplo."A atleta brasileira, que tem o apoio da Kamel Turismo e da Nike e ainda recebeu a ajuda dos amigos da equipe Run For Life para viabilizar sua viagem para o exterior, ainda fica mais 15 dias na Flórida e segue na próxima quarta para Miami, onde participa no dia 25 de janeiro da Meia maratona de Miami.
"Quero descansar e aproveitar ao máximo para chegar em Miami e correr na minha melhor forma. Ali não vou aliviar em nada. Vou forte do começo ao fim."

Texto e foto: Fernanda Paradizo, jornalista e corredora

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Corra em busca de seus sonhos

A São Silvestre é uma prova divertida. Final de temporada e muita gente vai pra lá para ver e ser visto. Várias tribos comparecem. Gente erguendo estandartes pessoais que são abandonados ao longo do percurso. A equipe esportiva mais antiga de São Paulo, com 29 anos de estrada, a Run For Life esteve presente na mais tradicional corrida de rua do Brasil.

De acordo com Wanderlei de Oliveira, o projeto Run For Life é uma filosofia de vida que prioriza o indivíduo por completo (corpo e mente) através da prática do atletismo.

"O principal objetivo é fazer com que cada pessoa realize seus sonhos: correr pela saúde, completar uma São Silvestre (15 km) ou participar de uma Maratona (42.195 metros)", reforça o treinador.

Confira os resultados da equipe Run For Life na 84 São Sivestre:

Resultado Feminino
Ana Luiza dos Anjos Garcez, 1h13min21seg
Selma Nakakubo, 1h16min12seg
Sonia Maria de Ferreira, 1h20min16seg
Mônica Simões da Silva, 1h25min26seg
Cristiane Midori Takagui, 1h28min31seg
Vera Alice Silva, 1h32min33seg
Ana Maria Caffaro, 1h36min25seg
Solange Bhering, 1h44min04seg
Juliana Jeminez, 1h44min19seg
Fernanda Paradizo, 1h45min02seg
Mítico Nakatani, 1h51min14seg
Ana Cristina Cruz Barella, 1h56min09seg

Adriana Marmo, 1h56min09seg
Fabiana Marques Nogueira, 1h56min10seg
Andréa Stancus Stingel, 2h17min18seg

Resultado Masculino
Edison Stéfano, 1h05min18seg
Wilian dos Santos Pontes, 1h05min27seg
Geraldo Anastácio Capristano, 1h08min37seg
Arnaldo de Sousa, 1h09min35seg

José Ribeiro de Andrade, 1h13min07seg
Paulo da Cruz Fernandes, 1h 13min45seg
Leonardo Soares Aiba, 1h13min51seg
Edgard Steffen Junior, 1h13min57seg
Egidio Aparecido de Vasconcelos, 1h16min21seg
Pedro Dobre Neto, 1h19min40seg
Francisco de Assis Lopes de Souza, 1h20min44seg
Rodrigo Py Lagranha, 1h20min57seg
Darcio Artur Pinto, 1h27min03seg
Pedro Henrique Boccagini, 1h28min42seg
Carlos Eduardo Quintal, 1h32min11seg
Antonio Carlos Fiore, 1h32min19seg
Alexandre Effori de Mello, 1h32min33seg
André Takeshi Tamashiro, 1h33min29seg
Marcelo André Carone, 1h42min58seg
Enzo Ebina, 1h44min19seg
Leonardo Elias Rodrigues de Melo, 1h45min58seg
Humberto Eiji Ishimatsu, 1h49min10seg
Antonio Carlos Fraga Machado, 1h49min31seg
Flavio Uvaglioni dos Santos, 1h52min21seg
José Vicente de Andrade Sobrinho, 1h55min48seg
José Eduardo Tavares Barella, 1h56min09seg
Luiz Felipe Paiva Lazarini, 1h56min33seg

Marcelo de Freitas Assunção, 2h03min05seg

Por Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto: Fernanda Paradizo, antes da largada
Obs.: Os resultados foram tirados por nome de equipe RFL e FPA

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

“Um Moti-vo a mais”



Moti, o bolinho da sorte.

Na tradição japonesa, o “moti” simboliza a prosperidade, fartura e o desejo de um Feliz Ano Novo. Para não perder o costume, a Dona Mítico Nakatani, 76, campeã do mundo na Maratona da Espanha em 2005, com 4 horas e 15 minutos, nos presenteou com seis motis. Dona Mítico completou os 15 quilômetros da última São Silvestre em 1 hora e 51 minutos, 4 minutos mais rápido em relação a 2007 e já iniciou sua preparação para o Campeonato Mundial Máster que será realizado no mês de julho na Finlândia.

6 horas da manhã. Quarto dia de janeiro de 2009. Reserva florestal do Parque do Estado, em São Paulo.

Como sempre, correndo devagar.

Até agora lá se foram 47 quilômetros nos quatro primeiros dias do ano. Em 2008 foram 4073 quilômetros nos 366 dias do ano bissexto. Se você esta precisando de um “moti-vo” para se entusiasmar e começar a correr, inspire-se no exemplo das mulheres. Mítico Nakatani foi doente até os 60 anos e hoje treina todos os dias com uma vitalidade impressionante. Na última São Silvestre deixou muitos jovens para trás.

2009 já começou!
Esta esperando o quê?
Não prometa. Faça!

Lance um desafio: - correr a São Silvestre deste ano festivo, 85 anos.
Mas vá com calma. Faça um check-up médico, dentário e oftalmológico antes de dar o primeiro passo e procure orientação de um profissional do esporte com experiência comprovada em corrida de longa distância.
Lembre-se: - esporte não é aventura; é ciência, metodologia e disciplina.

Wanderlei de Oliveira

domingo, 4 de janeiro de 2009

Ex-menina de rua na Meia da Disney


A ex-menina de rua Ana Luíza dos Anjos Garcez viaja nesta quarta-feira, dia 7 de janeiro, para a Flórida, onde participará pela segunda vez da Meia maratona da Disney, que será realizada no sábado, dia 10 de janeiro.

Animal, como é conhecida entre os amigos corredores, retorna ao Mundo Encantado com o objetivo de ser campeã na faixa etária. Em 2007, ela foi a 2ª melhor atleta máster (acima de 40 anos) classificada na prova e ficou com o título na sua categoria. Para este ano, Ana já vem treinando focada para a prova desde o mês de maio. Depois da participação na Disney, Ana fica por mais duas semanas na Flórida para correr no dia 25 de janeiro a Meia maratona de Miami, onde também tentará um bom resultado na categoria.

Ansiosa com a viagem, proporcionada graças ao auxílio dos amigos, que se juntaram para ajudar com as despesas da viagem, e também a uma parceria com a Kamel Turismo, Ana não esconde a felicidade. “Não consigo nem dormir mais. Não vejo a hora. Já faz muito tempo que estou contando os dias. Parece que estou indo pela primeira vez”, conta a ex-menina de rua, que sempre foi vaidosa ao extremo e promete algo especial no cabelo para correr na terra do Mickey. “Vou trançar de verde e amarelo, que são as cores do Brasil. Mas quero fazer algo que não atrapalhe na hora de correr”, diz ela, que tomou o gosto pela corrida ao passar por uma loja de departamento e assistir a uma cena do filme "Carruagens de Fogo" na televisão.

Ana Luíza participou de sua primeira corrida com o auxílio dos amigos de rua, que roubaram roupas apropriadas e um par de tênis e arrecadaram dinheiro para inscrição. “Era uma maratona e eu não tinha noção da distância. Fui a última a chegar. Ganhei ali minha primeira medalha e dei para o menino que mais me desafiou.”

De lá para cá, ela não parou mais de correr. Com a ajuda do ex-secretário de esportes da Prefeitura de São Paulo e padrinho Fausto Camunha, ela correu sua primeira competição internacional em Nova York, em 1999. Viajou depois para o Japão e para a Argentina, onde conquistou em 2004 a 3ª colocação na Meia maratona de Buenos Aires, com o tempo de 1h22, depois de liderar a prova por 15 km. Seu primeiro título internacional na categoria geral veio em 2006, na Meia maratona de Santiago, no Chile. Em 2007, participou pela primeira vez da Meia maratona da Disney, onde foi campeã na faixa etária.