sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Velocidade


O velocista já nasce. Mas com treinamento técnico adequado é possível melhorar a velocidade.
Há muito se questiona os limites do ser humano. Como tudo na vida se transforma, evolui. Assim é o homem. A cada novo recorde mundial ou pessoal, o limite vai sendo empurrado para frente.
Na busca pela evolução, não há limite.
A cada início de temporada, observo as pessoas nos treinamentos de biomecânica. A grande maioria, sem coordenação motora, sentido de direção, percepção corporal, sem energia para executar os educativos. Tudo isso é natural para quem nunca se preocupou em fazer um trabalho para melhorar os movimentos do corpo. Quanto mais relaxado for, maior será o rendimento. E conseqüentemente, menos estresse. Segundo os monges budistas, um corpo flexível pode durar muitos anos.
Um modo especial que encontramos para nos auxiliar nessa busca pela melhoria da técnica é os tiros em rampas. Por 4 semanas fizemos no Parque do Ibirapuera na ladeira da solidão com 50 metros de extensão e 45% de inclinação. Agora utilizamos a rampa do Centro de Excelência BM&F de Atletismo. São 10 metros para tomada de velocidade, 10 metros de inclinação onde trabalhamos ação rápida dos braços e força das pernas; 10 metros plano no topo para soltura, 10 metros em descida com baixa velocidade e mais 10 metros soltando. Exatamente 50 metros, a mesma distância do início de temporada. Porém agora, são exigidos mais potência, dinâmica, percepção, atenção. Concentração na técnica. Os ganhos são vários: - braços, peitorais, panturrilhas, pernas, glúteos fortes. Além de fortalecer os vários grupos abdominais.
O recorde atual dos 100 metros rasos masculino pertence ao jamaicano Asafa Powell, de 26 anos com o excepcional tempo de 9seg74, estabelecido em 9 de setembro do ano passado em Rieti na Itália.

6h15 da manhã. Vigésimo segundo dia de fevereiro de 2008. Depois de uma “corrida zen” no Jardim Botânico no dia anterior entre tucanos, bugios, jacus e paturis é bom estimular a produção de adrenalina com os treinos de velocidade na pista para ficarmos mais ligados – atentos, presentes. Com muita energia. Completamos 554 quilômetros nos cinqüenta e três dias do ano. A média esta em 10,4 quilômetros por dia.Wanderlei de Oliveira

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