Em 2006, participamos de um workshop para jornalistas sobre “atualização em medicina esportiva”, onde foram abordados vários assuntos relacionados à atividade física. Com a massificação da corrida de rua no Brasil e no mundo, e a constante busca por uma melhor qualidade de vida nas grandes cidades, é comum se ver iniciar a prática esportiva de forma brusca e exagerada. Aproveitamos a oportunidade para fazer uso das sábias palavras do professor doutor Henrique Lederman, “devagar e sempre, até sentir falta”. Lederman, de 60 anos, é professor titular de radiologia da Unifesp – Universidade de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, e também maratonista, com participação em seis maratonas internacionais.
Lento e suave
Quando uma pessoa inicia um exercício físico, o organismo sofre transformações no funcionamento para adaptar os órgãos a essa mudança. Coração, pulmões, músculos e circulação passam por modificações que, dependendo dos antecedentes e hábitos, resultarão em maior ou menor eficácia na produção de energia. Essa fase inicial é de fundamental importância para qualquer tipo de atividade física. Para que ocorra uma perfeita adaptação ao exercício, é recomendável que o início da atividade seja lento e suave. Movimentos bruscos e rápidos são contra-indicados nessa fase de ajustes. O aquecimento prepara o atleta fisiológica e até psicologicamente para um evento e pode reduzir as chances de lesão articular e muscular. O processo de aquecimento alonga os músculos e, portanto, permite alcançar um maior comprimento quando uma força é aplicada. Fazem parte desse aquecimento exercícios de alongamento, trotes leves e suaves e exercícios articulares de amplitude (passadas mais largas em um percurso plano e reto). Nesse aquecimento os músculos específicos devem ser utilizados de forma a simular a corrida e a produzir toda a amplitude dos movimentos articulares.
O aquecimento deve ser gradual e suficiente para aumentar a temperatura muscular e central, sem causar fadiga nem reduzir as reservas de energia. É claro que isso varia de pessoa para pessoa. Um bom aquecimento para um atleta olímpico pode levar à exaustão uma pessoa que se exercita por recreação. Se possível, faça uso diário de seu frequêncímetro para o autocontrole de sua freqüência cardíaca (cada pessoa possui um sistema cardiovascular e respiratório - único), assim você terá a certeza de não ir além do necessário (verifique o limiar no resultado de seu exame ergoespirométrico). Nas rodagens, utilizamos o sistema aeróbio (equilíbrio de oxigênio). Nos treinos de ritmo, intervalado, fartlek, o sistema anaeróbio (débito de oxigênio). O segredo do sucesso em competições é o equilíbrio e a eficiência dos sistemas aeróbio e anaeróbio.
6h30 da manhã. Décimo segundo dia de janeiro de 2008. Hoje a Patrícia e eu aproveitamos para fazer uma “corrida zen” por entre as Palmeiras Imperiais e Pau-Brasil (árvore que deu origem ao nome do nosso país), no Jardim Botânico de São Paulo. O correr zen é observar a sua respiração, os movimentos do seu corpo, o pulsar ritmado do seu coração, sentir a brisa, observar o nascer-do-sol, o canto dos pássaros, as folhas caindo das árvores. Essa é uma forma de meditação em movimento. Hoje fizemos 15 quilômetros. Já são 135 quilômetros nos doze primeiros dias do ano. A média está em 11,2 quilômetros por dia.
Wanderlei de Oliveira
sábado, 12 de janeiro de 2008
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Um comentário:
"Tudo que se move parte do zero.
O mais rápido ... parte do zero
O mais lento ... parte do zero
Qual a diferencia de um para o outro?
O final.
Qual a importância de saber isso?
Todos nós somo iguais no começo.
Temos infinitos caminhos a percorrer.
Uns chegam mais rápido,
outros podem demorar um pouco ou muito,
mas não impede que cheguem ao mesmo lugar.
Existe o outro lado.
Qual a importância de chegar antes,
se não se sabe o que fazer depois?
A velocidade nem sempre é a maneira mais rápida
de se chegar a algum lugar,
mais sim, a consciência de como vai chegar e continuar..."
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