por Estela Silva*
Sempre tive uma boa relação com a Brigadeiro. Tanto que moro a duas quadras dela, passo por ela diariamente, a pé ou de carro. Mas nunca pensei em subi-la correndo, inteirinha, sem parar, como fazem os atletas que participam da São Silvestre. Nem pensar.
Acompanho a São Silvestre desde criança. Um charme essa competição que atrai gente do mundo inteiro para fechar o ano em grande estilo. Um dia vou participar, mas preciso treinar antes. Perdi a inscrição de 2006. Que raiva! Ano que vem não escapa. Fiquei atenta e fui uma das primeiras a garantir um lugar na prova de 2007.
A cidade toda estava ali, na Paulista, para correr ou para assistir à São Silvestre. Parecia uma festa: pessoas conversando, bebendo, rindo, encontrando amigos, fantasiadas para se diferenciar. Entrei no clima e corri com a Midori, para continuar tendo companhia na festa.
Na largada, deu tempo de conter o nervosismo, já que nem dava para correr. Foi meu aquecimento, e no caminho os vestígios de que ali realmente tinha acontecido uma festa: copos, garrafas, pedaços de roupas, restos de comida, um pé de chinelo e muito lixo. Tudo bem, no dia seguinte o pessoal da limpeza urbana dá um jeito.
Fui marcando o tempo, o primeiro quilômetro não vinha, nem o segundo, nem o terceiro.... só no sexto vi a marcação. Já fiquei perdida no meu ritmo. Segundo problema: sede. Naquele calor senegalês, a água só foi oferecida no quarto quilômetro. E quente! Fazer o quê, melhor que desmaiar. Quem está na corrida é para correr e não para passar mal.
Na metade do percurso, lá na avenida Pacaembu, me deu um certo cansaço. Pensei em desistir, o calor e toda aquela gente amontoada correndo estava me fazendo mal. Sorte que logo veio um posto de hidratação e entrei em cena com o meu power gel. Deu uma animada, a Midori não deu sinais de cansaço e me reanimei.
Antes mesmo de chegar à famigerada Brigadeiro, no Largo São Francisco, os corredores começaram a gritar. Brigadeiro!!! Brigadeiro!!!! Acho que eles estavam chamando por ela ou queriam comer brigadeiro para agüentar a subida de 2 quilômetros. Me enchi de coragem, engatei a segunda e fui sem pensar. No mesmo ritmo. Quando eu percebi, já estava a duas quadras da Paulista. Consegui um pequeno sprint para alcançar a chegada com a marca de 1hora e 27 minutos. A festa não tinha acabado, mas a Brigadeiro sim. Perdi o medo dela.
* Estela Silva é jornalista e correu pela primeira vez a São Silvestre
Foto: Estela e Midori ao final da prova
Sempre tive uma boa relação com a Brigadeiro. Tanto que moro a duas quadras dela, passo por ela diariamente, a pé ou de carro. Mas nunca pensei em subi-la correndo, inteirinha, sem parar, como fazem os atletas que participam da São Silvestre. Nem pensar.
Acompanho a São Silvestre desde criança. Um charme essa competição que atrai gente do mundo inteiro para fechar o ano em grande estilo. Um dia vou participar, mas preciso treinar antes. Perdi a inscrição de 2006. Que raiva! Ano que vem não escapa. Fiquei atenta e fui uma das primeiras a garantir um lugar na prova de 2007.
A cidade toda estava ali, na Paulista, para correr ou para assistir à São Silvestre. Parecia uma festa: pessoas conversando, bebendo, rindo, encontrando amigos, fantasiadas para se diferenciar. Entrei no clima e corri com a Midori, para continuar tendo companhia na festa.
Na largada, deu tempo de conter o nervosismo, já que nem dava para correr. Foi meu aquecimento, e no caminho os vestígios de que ali realmente tinha acontecido uma festa: copos, garrafas, pedaços de roupas, restos de comida, um pé de chinelo e muito lixo. Tudo bem, no dia seguinte o pessoal da limpeza urbana dá um jeito.
Fui marcando o tempo, o primeiro quilômetro não vinha, nem o segundo, nem o terceiro.... só no sexto vi a marcação. Já fiquei perdida no meu ritmo. Segundo problema: sede. Naquele calor senegalês, a água só foi oferecida no quarto quilômetro. E quente! Fazer o quê, melhor que desmaiar. Quem está na corrida é para correr e não para passar mal.
Na metade do percurso, lá na avenida Pacaembu, me deu um certo cansaço. Pensei em desistir, o calor e toda aquela gente amontoada correndo estava me fazendo mal. Sorte que logo veio um posto de hidratação e entrei em cena com o meu power gel. Deu uma animada, a Midori não deu sinais de cansaço e me reanimei.
Antes mesmo de chegar à famigerada Brigadeiro, no Largo São Francisco, os corredores começaram a gritar. Brigadeiro!!! Brigadeiro!!!! Acho que eles estavam chamando por ela ou queriam comer brigadeiro para agüentar a subida de 2 quilômetros. Me enchi de coragem, engatei a segunda e fui sem pensar. No mesmo ritmo. Quando eu percebi, já estava a duas quadras da Paulista. Consegui um pequeno sprint para alcançar a chegada com a marca de 1hora e 27 minutos. A festa não tinha acabado, mas a Brigadeiro sim. Perdi o medo dela.
* Estela Silva é jornalista e correu pela primeira vez a São Silvestre
Foto: Estela e Midori ao final da prova
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