6 horas da manhã. Quarto dia de janeiro de 2008. Pista de Atletismo do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, Ibirapuera, São Paulo. Pontualmente, a maratonista e educadora Mônica Peralta inicia os alongamentos para o primeiro treino de “técnica de corrida” da fase de preparação básica. Até hoje já são 50 quilômetros corridos. Apesar da pouca distância de rodagem, saímos tão exaustos como se tivéssemos corrido os 15 km da São Silvestre.
A corrida é uma das modalidades esportivas mais simples e naturais, porém ela, como esporte em si, requer alguma atenção quanto aos movimentos cíclicos e locomoção do corpo de forma coordenada e ritmada. Na biomecânica do movimento, a corrida possui duas fases distintas, que são:
Apoio – contato do pé com o solo
Suspensão – elevação e projeção do corpo para a frente
Mas há um momento entre essas duas fases em que o corpo permanece no ar sem contato com o solo. Assim podemos definir a corrida como uma sucessão de saltos.
Os exercícios de biomecânica podem auxiliá-lo a melhorar a técnica de corrida e, conseqüentemente, melhorar a performance, sem que para isso você gaste energia desnecessária. Selecionamos três dos principais exercícios que podem ser úteis. Eis a seqüência:
Elevação dos joelhos (skipping alto) - faça 50 metros levantando os joelhos até a altura da cintura, com os braços perpendiculares ao corpo e num ângulo de 90 graus. Os movimentos devem ser ritmados e realizados com muita calma, concentrando-se na execução técnica dos movimentos. O toque no solo deverá ser executado com a ponta dos pés, os braços devem ser movimentados paralelos ao corpo, em forma de pêndulo (permanecendo num ângulo de 90 graus). Durante a execução do exercício, a cabeça deve permanecer no prolongamento do corpo, o olhar direcionado para frente, os músculos do rosto e pescoço devem estar descontraídos (assim como todos os membros do corpo). As mãos devem ficar semi-abertas e relaxadas (como na caminhada).
Elevação dos calcanhares (skipping atrás) - repita o movimento anterior, mas dessa vez encostando os calcanhares nos glúteos. Neste exercício o corpo deve estar ligeiramente inclinado para a frente para facilitar o movimento técnico e deslocação (lembre-se de que são exercícios direcionados para a corrida e não para o futebol, em que a cada elevação dos calcanhares há um toque das mãos atrás). Os braços continuam na posição de semiflexionados num ângulo de 90 graus, e os movimentos paralelos ao corpo (balanço para a frente e para trás)
Amplitude de passadas (stride) – neste exercício, unimos os trabalhos de técnica anteriores, ou seja, correr 100 metros de forma natural dividido em 2 vezes 50 metros, sendo a primeira metade com ênfase na amplitude de passadas, elevando os joelhos e projetando o quadril para a frente, com ação enérgica dos braços. Na puxada para trás, as pernas devem fazer o movimento cíclico (calcanhares próximos aos glúteos).
Nos 50 metros seguintes, a corrida deve ser em progressão (a velocidade do esforço cerca de 80% do máximo. Lembre-se de que aceleração não quer dizer velocidade máxima). O objetivo principal deste exercício é concentrar-se na técnica (sincronismo). O toque dos pés no solo deve ser rápido, com projeção do corpo para a frente.
Vale lembrar que cada distância exige técnicas diferentes. Por exemplo, a forma de correr de um atleta especialista em 100 metros rasos difere de um corredor de maratona (42.195 metros, prova de longa distância do atletismo). Porém, o ponto em comum entre os dois é a necessidade de possuir uma técnica de corrida eficiente (biomecânica), em que se gaste o menos possível de energia e haja conseqüentemente um melhor deslocamento para a frente.
Wanderlei de Oliveira
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
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Um comentário:
Puxa!
Estou inconformada até agora por não ter participado deste treino.
Eu sei o quanto é importante...
Mas os próximos que me aguarde....
bjão e até segunda se Deus quiser
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