segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Correndo os 15 km

- Ao soar o sinal de largada, inicie a corrida já controlando seu ritmo, respeitando seus limites. Deixe os mais apressados o ultrapassarem. Para este ano, são 20 mil pessoas no percurso. Tente se proteger dos eventuais empurrões, cotoveladas a atropelos do início da prova. O seu objetivo é terminar bem o difícil percurso, de muitos aclives e declives.
- Fique atento aos três quilômetros iniciais, trecho em descida, que vai da largada até o final da Consolação, para evitar problemas durante o percurso.
- Há seis postos de água bem distribuídos ao longo do percurso. O primeiro posto de água é perto do km 4, na Avenida São João. Beba água e, se estiver muito quente, use um outro copo para refrescar o corpo.
- A primeira subida da prova será no Elevado Costa e Silva, entre o km 4 e 5. Faça movimentos mais contínuos e rápidos com os braços.
- No início do Viaduto Pacaembu você atingiu a metade da prova. Até este momento a dica é a seguinte: mantenha o ritmo para não pagar o preço no final.
- Ao passar pelo Viaduto do Chá e atingir o km 12, você deve estar mais do que determinado a finalizar a prova e muito concentrado, já que está se aproximando da subida da Brigadeiro Luis Antonio, temida pela maioria dos participantes.
- Ao passar pelo km 13, você estará iniciando a subida da Brigadeiro Luis Antonio, que não é tão íngreme quanto parece. Concentre-se e lembre-se de que o braço é a locomotiva do corpo. Quanto mais rápido e coordenado movimentá-lo, mais leve será para subir.
- Você atingirá o km 14 ainda na Brigadeiro e entrará na Paulista faltando apenas 400 metros para o final. Comece a comemorar sua vitória por ter completado e vencido o desafio.

Cruzando a linha de chegada
- Caminhe calmamente até o final do funil dirigindo-se a um local de menor concentração de pessoas para se refrescar e se recuperar.
- Faça alongamentos e hidrate-se muito bem.
- Não se esqueça de vestir roupas secas para evitar problemas de saúde, pois o organismo está sensível e debilitado.

sábado, 29 de dezembro de 2007

São Silvestrinha reúne 2 mil crianças

Na manhã deste sábado, 29, foi realizada a 14ª São Silvestrinha, que reuniu na pista do Estádio Ícaro de Castro Mello, no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, 2 mil atletas-mirins, divididos por faixa etária (de 6 a 15 anos).

O evento contou com a presença do queniano Robert Cheruiyot, bicampeão da SS, campeão da Maratona de Chicago e tricampeão da Maratona de Boston, e também de seus compatriotas Patrick Ivuti, Chemtai Rionotukei, Kipromo Mutai, James Rotich e Mutai Kipkemei.

Entre os brasileiros marcara presença Maria Zeferina Baldaia e Marily dos Santos.

Saudades de Paul Tergat


Foram seis participações na Corrida Internacional de São Silvestre que marcaram a história do queniano Paul Tergat na prova mais popular da América Latina. Já na sua estréia, venceu estabelecendo o recorde do percurso, com 43min12s, média de 2min52s, que permanece até hoje. Além de ser o único pentacampeão da corrida mais importante da América Latina, venceu em 1995, 1996, 1998, 1999 e 2000. Foi o segundo colocado em 97, quando foi superado no final da avenida Brigadeiro Luiz Antônio pelo brasileiro Emerson Iser Bem.

Origem humilde: Paul Tergat nasceu no dia 17 de junho de 1969 em Baringo, no Quênia, e tem 1,82 metros e 62 quilos. Considerado o rei do cross-country, é pentacampeão mundial da modalidade (prova realizada em circuitos de terra e grama) de 1995 a 1999; foi recordista mundial dos 15 km por duas vezes, em 1994, em La Courneuve, França, com 42min12s, e no ano de 1998, com a passagem dos 15 km durante a prova de 21 km da Stramilano, na Itália, com 42min04s, e dos 10.000 metros em pista com 26min27s85 no dia 22 de agosto de 1997, em Bruxelas, na Bélgica. Por duas vezes foi o medalha de prata nos 10.000 metros nos Jogos Olímpicos, em Atlanta 96 e em Sidney 2000. Já qebrou o recorde mundial dos 20 km, com 56min18s, média de 2min48s por quilômetro, em abril de 1998, e na mesma data nos 21 km da Stramilano, com 59min17s. Já teve também a melhor marca mundial da meia maratona, com 59min06s, média de 2min47s por quilômetro, conquistada na Meia Maratona de Lisboa em 2000. Em 2003, quebrou o recorde mundial de maratona, em Berlim, com o tempo de 2h04min55s, marca que perdurou por exatos quatro anos, depois de ser batida pelo grande rival e amigo de Tergat, o etíope Haile Gebrselassie, que marcou 2h04min36s também em Berlim.

Descobridor de novos talentos: Hoje morando em Nairóbi, no Quênia, além de manter uma equipe de atletismo com mais de 300 crianças, dedica-se à preparação para provas de maratona, distância para a qual possui a tarceira melhor marca da história, com 2h05min48s, estabelecida em Londres no dia 14 de abril de 2002.

Fato histórico: Assim como o etíope Abebe Bikila, medalha de ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de Roma em 1960, e Tóquio 64, treinou seu compatriota Mamo Wolde para se sagrar campeão da maratona dos Jogos Olímpicos do México em 1968, Paul Tergat ajudou seu pupilo Robert Cheruiyot, bicampeão da São Silvestre e que retorna este ano para tentar o tri, a se consagrar como um dos corredores da elite mundial do atletismo.

Pensamentos de Paul Tergat
“Eu não trocaria o Brasil por nada. Se tivesse um apartamento aqui, viria sempre. Em muitos lugares, só pensam em negócios. No Brasil, as pessoas sabem curtir a vida.”

“O importante não é vencer o tempo todo, mas estar preparado para vencer e também perder.”

“Recordes existem para serem quebrados.”

A Brigadeiro é o bicho papão da São Silvestre?

por Alexandre Koda (www.webrun.com.br)
O treinador Wanderlei de Oliveira, da Run for Life, comenta as diferenças da subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio para os corredores de elite e para os amadores. Sempre muito temida e tida como o trecho mais difícil da prova, ele explica se ela é realmente o bicho papão dos 15 quilômetros.Segundo Wanderlei, a competição geralmente é disputada sob condições extremas, como calor, percurso duro e algumas vezes sob chuva, devido à época do ano, o que requer uma preparação especial. A elite geralmente treina na altitude de Campos do Jordão, na Colômbia nos Alpes Suíços.

São praticamente 2,5 quilômetros de subida no final da prova e, de acordo com o treinador, o ideal ao manter um ritmo de 3min a 3min10 por quilômetro para aqueles que tem a intenção de chegar entre os primeiros colocados. Já houve casos em que o atleta entrou na Brigadeiro na liderança, seguiu até a metade dela e depois se desconcentrou e foi ultrapassado. Um caso clássico foi em 1997, ocasião em que Paul Tergat estava na frente, mas foi superado pelo brasileiro Emerson Iser Bem, depois que um espectador jogou água no queniano e o fez perder o foco.

Amadores - Já para os iniciantes, a famosa Avenida é sempre um bicho de sete cabeças, todo mundo ouve falar que é um ponto crítico e já larga receoso. O amador fica tão horrorizado, que ele se prepara e sobe a brigadeiro na boa e acaba percebendo que é fácil. Geralmente ele se poupa no restante do percurso para enfrentar os últimos quilômetros, enfatiza Wanderlei.

O treinador comenta, porém, que existem outros pontos crí­ticos na competição e as pessoas não devem pensar somente na Brigadeiro, mas na competição como um todo. Até o quilômetro cinco no Minhocão, até o 10 na Avenida Rio Branco são pontos que acho complicados, pois são cheios de zigue-zagues, com trechos fechados, ruas estreitas e até onde o ritmo começar a cair.

Depois de enfrentar tantos pontos complicados na primeira metade da prova os amadores certamente vão achar que a temida subida não é tão complicada como parece à primeira vista. Alguns dizem que a segunda metade, com a Brigadiero e tudo, acaba sendo mais fácil.

* Matéria publicada no site www.webrun.com.br

Uma panga na elite

por Adriana Marmo*
Sou aquele tipo de corredora que os atletas costumam chamar de pangaré ou, mais carinhoso, panga. Não me ofendo. Ao contrário, tenho orgulho de pertencer a esse grupo, que uma hora ou outra vai cruzar a linha de chegada. Me orgulho porque, graças ao meu treinamento, invariavelmente chego bem e vivo momentos de absoluta alegria ao longo do percurso de uma competição. E chego sempre com a sensação de vitória.

Apesar disso, na minha segunda São Silvestre eu larguei no pelotão da elite. Uma experiência inesquecível. Aquecimento sob o vão livre do Masp, água gelada e banheiros limpos... ah como é boa a vida de quem é vencedor. Tá certo que eu me senti um peixe completamente fora d´água. Enquanto eu aproveitava a sombra para economizar as minhas energias e arriscava, no máximo, mais alguns movimentos de alongamento, elas se aqueciam fazendo tiros. Achei melhor até procurar uma sombra mais distante para não deixar que aquela diferença tão exacerbada chamasse a atenção da imprensa.

Hora de ir para o funil. Eu estava muito segura da minha capacidade naquela prova. Estava bem treinada, hidratada e alimentada, mas o fato de conhecer as dificuldades do trajeto (ai que calor!) me deixou muito tensa.
Aquele pelotão é uma maravilha, não tem empurrão, não tem muvuca. É tudo organizadinho. Uma beleza! Me posicionei na última fila e no canto da direita. Tudo para evitar atropelamentos ou atrapalhar minimamente o desempenho de uma das puro-sangue. Deu a largada. Fiz o sinal da cruz e quando fui dar o primeiro passo... cadê todo mundo? Elas saíram correndo, ou melhor, dispararam e me deixaram sozinha no meio da avenida Paulista. Tive vontade de rir e, logo depois, de me esconder sob o asfalto. Foram cerca de 50 ou cem metros (pareceram quilômetros) até que as poderosas do "povão" me alcançassem. É possível imaginar o que eu ouvi até que a massa me escondesse. Ri da minha situação e isso foi ótimo para relaxar e seguir o meu caminho, que era longo.

Uma largada como essa faria qualquer um perder a concentração. Comigo não foi diferente. Quando percebi, havia feito o primeiro quilômetro 1 minuto abaixo do tempo previsto. Puxei o freio de mão e segui em frente. Consolação, praça da República, avenida São João e ai ai ai lá vem o Minhocão. Um ventinho que soprava entre os prédios ajudou a dura travessia, o que me animou muito. Cheguei ao final do viaduto pensando "ufa, uma dificuldade a menos". Mas percebi que uma bolha havia se instalado entre os meus dedos do pé esquerdo e que algo machucava um outro dedo no pé direito. "Xi, temos problemas", pensei. Aumentei a minha concentração e observei o quanto tudo estava correndo bem e que as bolhas seriam administráveis. Abstrai o incômodo e segui em frente.

Até ali, apesar de controlar a minha velocidade e continuar com o freio de mão puxado, eu vinha passando todos os quilômetros a cerca de 5 a 10 segundos mais rápida que o previsto. Tomei dois copos de água em cada posto e ainda carrega um terceiro só para molhar a garganta e o corpo. Estava me sentindo muito bem e decidi manter aquele ritmo para, se fosse preciso, ir mais devagar na avenida Rudge, na minha opinião, a pior parte do trajeto.

É uma reta infindável. Não há uma árvore e ainda a subida do viaduto, que naquelas condições faz a Biologia da USP parecer um plano inclinado. É hora de enfrentá-la. Respirei fundo e pisei nele. Nossa como estava quente! Era um calor que subia do asfalto. Sentia a quentura na sola dos pés como se eu estivesse calçando um par de Conga com o seu solado fino. O sol começou a arder e o calor foi ficando insuportável. E eu pensava... falta pouco, respira. Procurava distração. Pensei no meu filho, na minha primeira São Silvestre e nada de o calor passar. Tentei imaginar meus gatos dormindo e ... o viaduto acabou! Viva!

A velocidade já havia diminuído um pouco, mas eu continuava bem. Nesse momento eu estava entrando na Rio Branco. Senti que aquele era o meu dia. Eu tinha grandes chances de fechar a prova alguns minutos abaixo do tempo previsto. Nada mal começar o ano com uma vitória dessas. Agora, era só administrar o cansaço, pois a máquina estava funcionando bem.
Mas durou pouco. Logo no início da avenida Rio Branco soou o alarme vermelho: uma insuportável cólica de intestino. Na hora pensei: "Isso eu também posso administrar. Fica tranqüila, respira, mulher, respira". Passou, ufa! Cem metros à frente, mais uma dor forte. "Calma, Adriana, respira, administra. Faltam apenas cinco quilômetros." Passou e, em seguida veio, a terceira crise. Aí eu percebi que a força da minha mente não resolveria o problema e tinha de achar uma outra solução. Mas como?
Olhei para a minha direita e vi um "oásis" (a prova de que tudo na vida da gente pode mudar de acordo com as necessidade) na esquina do largo do Paissandu: Pastelaria Chinesa. É aqui mesmo que eu vou entrar.

Três funcionários sisudos apontaram para a porta à direita. Se o banheiro tivesse a mesma linha da expressão deles, as coisas estariam complicadas. O local era pior. A falta de papel e de água na pia são meros detalhes. Pensei em desistir, mas não seria justo com o meu empenho nos treinos e, além do mais, enfrentar certos desafios fazem parte da experiência de um corredor.

Ao voltar para a corrida, eu já não era mais a mesma. Estava fraca e o desânimo tomou conta de mim. Estava arrasada e, para piorar, me deixei tomar pelos pensamentos derrotistas. "Perdi a prova, quebrei... acabou".
Segui em frente em um trote bem leve. Aí, aqueles comentários idiotas do público, começam a magoar e a te puxar mais para baixo. Mas aí são Francisco de Assis decidiu dar uma forcinha. Bem diante da igreja desse santo, de quem sou devota, encontrei uma corredora de Curitiba. Ela estava mais triste do que eu. Completaria a prova em 1h20, mas quebrou. Aquilo me deu uma força tremenda. Olhei para ela e disse: "De jeito nenhum, nós vamos vencer essa parada". Sugeri que caminhássemos até o viaduto Maria Paula, tomar água e subir a Brigadeiro correndo. Essa seria a nossa vitória. Ela topou. Fomos até lá falando dos nossos ídolos em corrida. Ela me contou de uma senhora de 60 anos que estava alguns minutos à frente, e eu falei orgulhosa da história da dona Mitiko, da Márcia Guijarro, que venceu o sobrepeso, uma hérnia de disco, problemas no joelho e continua participando de corridas, inclusive essa. Na Brigadeiro fomos "puxando" outras meninas que estavam caminhando. Formamos um grupo até que grande e subimos em bloco, devagar e ritmadas. É nessa hora que um bom treino faz toda diferença. Apesar de me sentir um pouco fraca, foi fácil subir a Brigadeiro, ainda mais que é um percurso inteiramente à sombra. Fui aumentando a velocidade lentamente. Cruzei a São Carlos do Pinhal e eu fui sentindo que faltava pouco para a curva e os 400 metros finais. Deixei que os meus passos ficassem mais largos, estufei o meu peito e balancei os braços com mais vigor. Virei a esquina. Entrei na Paulista. Aumentei a velocidade como se eu estivesse fugindo de um ano duro e cheio de obstáculos (exatamente como foi essa São Silvestre) e correndo atrás da esperança de um ano melhor. Pensei no meu filho e o meu queixo começou a tremer. Não, ainda não dava para chorar. Isso dificulta a respiração. De longe eu vi o relógio 1h48´00´´ e pensei: vou chegar antes dos 49, corre corre... vai, mais rápido...já vai acabar. Cruzei a linha com os braços para o alto, o peito estufado e orgulhosa de mim mesmo. O relógio marcava 1h48´30´´. Aí, sim, eu chorei de alegria, de cansaço, de orgulho, mas principalmente por poder começar um ano com uma vitória.
* Adriana Marmo, maratonista (4h52 em Nova York 99), jornalista, editora da Revista MANEQUIM, mãe do Bento e dos gatos Silvestre (em homenagem à corrida) e Diana.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Oswaldo Silveira hoje no Jornal Nacional

Não perca o Especial São Silvestre no JORNAL NACIONAL da TV Globo, que acompanhou o último treino técnico de Oswaldo Silveira, 77 anos, na pista de atletismo do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães no Ibirapuera e na cidade de Campos do Jordão, onde o maître trabalha como maître do Hotel Frontenac.

Oswaldo Silveira foi o segundo colocado na categoria da Maratona de Nova York 2007, com 4h13min. Com este resultado ele foi convidado para ser membro do Clube de Corredores de Rua de Nova York com direito a participação em todas as provas organizadas pela entidade.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Retirada de kit começa na quinta, dia 27

A entrega de kit para a Corrida de São Silvestre começa na quinta, dia 27. Por causa do grande número de participantes, os kits, compostos de número de peito, chip de cronometragem e camiseta do evento, serão entregues durante quatro dias no Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro, na rua Abílio Soares, 1.300, no Ibirapuera.

Nos dias 27 e 28, os atletas poderão retirar o material das 9 às 20 horas, enquanto nos dias 29 e 30 a entrega será feita das 9 às 17 horas.

SS terá áreas de largada conforme ritmo

A 83ª Corrida Internacional de São Silvestre terá o número recorde de 20 mil atletas. Para facilitar a largada, que este ano volta a concentrar homens e mulheres (exceto a elite feminina) no mesmo horário, os organizadores indicarão áreas de largada conforme o ritmo de prova de cada atleta. A organização definiu oito áreas com marcadores de ritmo (minutos por quilômetro): 4min30 ou menos, 5min, 5min30, 6min, 6min30, 7min, 7min30 e 8min ou mais.

29 anos de São Silvestre

Wanderlei de Oliveira, 48, maratonista, diretor da Federação Paulista de Atletismo, será o comentarista da São Silvestre pelo sétimo ano consecutivo.

A narração da Corrida Internacional de São Silvestre ficará por conta do jornalista Fernando Soléra.

TV Gazeta – canal 11 – São Paulo
Horário: 16h30
Dia: 31/12/2007

Uma festa nas ruas de São Paulo

Tudo começou com o jornalista Cásper Líbero, que se inspirou numa corrida noturna francesa em que os competidores carregavam tochas de fogo durante o percurso. Era o ano de 1924. Depois de assistir ao evento em Paris, ele não teve dúvidas de trazer o projeto para São Paulo. À meia-noite de 31 de dezembro daquele mesmo ano foi disputada a primeira São Silvestre, que homenageia o Santo do dia.

Embora seu nome se confunda com a própria história da corrida de rua mais famosa do País, poucas pessoas sabem quem foi o santo, cuja festa acontece no último dia do ano. Natural de Roma, São Silvestre foi papa e governou a Igreja de 314 a 355 d.C, ano em que morreu, exatamente no dia 31 de dezembro. A Igreja Católica escolheu esta data para canonizá-lo.

Maiores campeões


Feminino: a portuguesa Rosa Mota, hexacampeã (de 1981 a 1886)
Masculino: o queniano Paul Tergat, pentacampeão (1995 / 1996 / 1998 / 1999 / 2000)

Países com mais vitórias
Feminino
Portugal:
6 vitórias
Quênia: 5 vitóriasBrasil: 5 vitórias

Masculino
Brasil: 10 vitórias
Quênia: 9 vitórias

Recorde do percurso atual (15 km)
Masculino - 1995 Paul Tergat (QUE) 43min12s
Feminino - 1993 Hellen Kimayio (QUE) 50min26s

Foto: A portuguesa Rosa Mota, a maior campeã da história da SS

A trajetória dos brasileiros


Depois que a SS tornou-se uma corrida internacional, em 1945, doze brasileiros venceram a prova a colocaram seus nomes na história da competição. Sebastião Monteiro, José João da Silva e Marílson Gomes dos Santos são os únicos brasileiros bicampeões.
Masculino
1945 e 1946 - bicampeonato de Sebastião Monteiro
1980 e 1985 - pernambucano José João da Silva
1983 - mineiro João da Mata
1994 - o mineiro Ronaldo da Costa
1997 - o paranaense Emerson Iser Bem
2003 e 2005 - o brasiliense Marílson Gomes da Silva
2006 - o mineiro Franck Caldeira

Feminino
1995
– a brasiliense Carmen de Oliveira (20 anos depois)
1996 – a paranaense Roseli Machado
2001 – a paulista Maria Zeferina Baldaia
2002 – a goiana Marizete de Paula Rezende
2006 – a mineira Lucéia Peres

Foto: De bicampeão para bicampeão: José João da Silva cumprimenta Marilson Gomes pelo bi em 2005

Curiosidades da SS

- O 31 de dezembro é Dia do Santo Silvestre. Natural de Roma, São Silvestre foi papa e governou a Igreja de 314 a 355 d.C. Morreu no dia 31 de dezembro, data em que foi escolhida pela Igreja Católica para canonizá-lo.
- Em 1924, o jornalista Cásper Líbero assistiu a uma corrida noturna em Paris, em que os competidores carregavam tochas ao longo o percurso. No mesmo ano trouxe o projeto para São Paulo. À meia-noite de 31 de dezembro de 1924 foi disputada a primeira Corrida de São Silvestre, numa homenagem ao Santo do dia, com a participação de 60 atletas. O primeiro campeão foi o brasileiro Alfredo Gomes, do Espéria, que correu 8.800 metros em 23min10s08.
- A SS sempre foi disputada à noite. Somente a partir de 1989 a prova passou a ser realizada na parte da tarde. Os equatorianos Rolando Vera (campeão quatro vezes consecutivas, entre 1986 e 89), e Martha Tenório (campeã em 1987 e 1997) são os únicos a conseguirem vitória nos dois horários.
- As mulheres só entraram na disputa em 1975, quando a ONU instituiu o Ano Internacional da Mulher. Carmen de Oliveira, de Brasília, ganhou o primeiro título para o Brasil somente 20 anos depois, em 1995.
- O único ano em que houve dobradinha brasileira na SS foi em 2006, com a vitória dos mineiros Franck Caldeira e Lucélia Peres.

Encare a São Silvestre

por Wanderlei de Oliveira

Faltam poucos dias para a 83ª edição da Corrida Internacional da São Silvestre, que acontece no dia 31 de dezembro, em São Paulo, e muita gente não sabe o que fazer nessa fase final. Você que vai encarar a corrida de rua mais famosa do Brasil, confira aqui algumas dicas para a prova e também o que fazer nessa fase final.
Hidratação e suplementação: Os postos de água na São Silvestre são a cada 3 quilômetros. Tente se programar para se hidratar nos treinos dessa forma e teste o quanto de água e suplementação (carboidrato em gel) seu organismo consegue absorver sem causar desconforto durante a corrida. Para o carboidrato, aproveite para experimentar as marcas e sabores disponíveis no mercado, para sabe com quais você consegue se adaptar melhor. De acordo com a sua experimentação e também orientações de um fisiologista ou nutricionista, faça as contas e já estabeleça uma estratégia.
Descidas e subidas: Nas subidas, movimente bastante os braços num ângulo de 90 graus e em paralelo ao corpo, diminua um pouco a distância das passadas (passos mais curtos). Nas descidas, tenha o cuidado de não soltar totalmente o peso do corpo. Não aumente muito o ritmo e vá devagar e utilize as descidas para se recuperar das subidas.
Tênis e acessórios: Teste antes todos os acessórios que vai usar na prova. Dê uma atenção especial ao calçado e às meias. Procure utilizar um tênis um pouco maior, porque os pés se dilatam na corrida e aumentam de tamanho, com bom amortecimento no calcanhar. Quanto às meias, prefira as confeccionadas com tecido próprio para a corrida e sem costuras, para evitar a formação de bolhas nos pés.
Alongamento: Não descuide em nenhum momento dos alongamentos. Faça-os sempre antes e depois dos treinos.

Um dia antes
· Descanse o máximo e fique longe do sol.
· Alimente-se conforme os hábitos pessoais. Procure evitar alimentos gordurosos (carne bovina, suína, ovos, frituras) e bebidas alcoólicas. Prefira alimentos leves e de fácil digestão. Dê preferência a alimentos ricos em carboidratos (massas em geral, arroz, batata), saladas cruas sem muito tempero, frutas (banana-prata, pêra, maçã, mamão, pêssego, nectarina).
· Beba muito líquido, em especial água. Verifique a cor da urina para saber se está bem hidratado. O ideal é que ela esteja bem clara.
· Procure deitar cedo e preparar sua mente, vizualizando-se completando o percurso em bom estado físico e feliz por ter vencido o desafio.

Kit de corrida
- Deixe pronta a roupa que vai utilizar, já pregando o número na camisa. Use roupas confortáveis, fabricadas com tecidos sintéticos, que não retenham o suor e facilitem a troca de calor do corpo com o ambiente.
- Opte por um tênis já em uso, adequado para a corrida, com bom amortecimento e bem acolchoado, principalmente na região do calcanhar. Já coloque o chip no tênis para não ter o perigo de esquecer. Prefira meias sem costura, para evitar a formação de bolhas nos pés.
- Boné é um acessório importante se estiver muito sol. Mas preste atenção na escolha da cor. As cores claras não absorvem tanto o calorquanto as escuras. Leve protetor solar para a largada.
- Leve uma sacola com agasalho, camiseta, toalha, água e frutas para após a corrida e separe também o carboidrato que vai utilizar na prova. Não use nada que já não esteja acostumado.
- Separe uma garrafinha de água para poder se hidratar no caminho para a prova.

Dia da prova
- Tome seu café da manhã (suco natural, iogurte ou leite desnatado com cereais tipo corn flakes e sucrilhos, pão integral ou francês com geléia ou mel, banana-prata ou uma maçã) no horário de costume.
- A largada deste ano acontece às 16h45. A novidade desta edição é que homens e mulheres largam num horário só. A elite feminina vai largada 30 minutos antes. Não almoce muito tarde, para que dê tempo suficiente de fazer a disgestão. Massas e frutas são sempre as melhores opções. Continue bebendo bastante líquido.
- Calcule para chegar ao local da prova com pelo menos 1 hora de antecedência, tempo suficiente para guardar sua sacola no guarda-volumes da organização (se for o caso) e então partir para o alongamento e o aquecimento. Fique longe do sol.
- Inicie os alongamentos 45 minutos antes da prova e depois faça um trote de aquecimento de uns 15 minutos. Depois disso, posicione-se posicione-se para a largada.

Correndo os 15 km
- Ao soar o sinal de largada, inicie a corrida já controlando seu ritmo, respeitando seus limites. Deixe os mais apressados o ultrapassarem. Para este ano, são 20 mil pessoas no percurso. Tente se proteger dos eventuais empurrões, cotoveladas a atropelos do início da prova. O seu objetivo é terminar bem o difícil percurso, de muitos aclives e declives.
- Fique atento aos três quilômetros iniciais, trecho em descida, que vai da largada até o final da Consolação, para evitar problemas durante o percurso.
- Há seis postos de água bem distribuídos ao longo do percurso. O primeiro posto de água é perto do km 4, na Avenida São João. Beba água e, se estiver muito quente, use um outro copo para refrescar o corpo.
- A primeira subida da prova será no Elevado Costa e Silva, entre o km 4 e 5. Faça movimentos mais contínuos e rápidos com os braços.
- No início do Viaduto Pacaembu você atingiu a metade da prova. Até este momento a dica é a seguinte: mantenha o ritmo para não pagar o preço no final.
- Ao passar pelo Viaduto do Chá e atingir o km 12, você deve estar mais do que determinado a finalizar a prova e muito concentrado, já que está se aproximando da subida da Brigadeiro Luis Antonio, temida pela maioria dos participantes.
- Ao passar pelo km 13, você estará iniciando a subida da Brigadeiro Luis Antonio, que não é tão íngreme quanto parece. Concentre-se e lembre-se de que o braço é a locomotiva do corpo. Quanto mais rápido e coordenado movimentá-lo, mais leve será para subir.
· Você atingirá o km 14 ainda na Brigadeiro e entrará na Paulista faltando apenas 400 metros para o final. Comece a comemorar sua vitória por ter completado e vencido o desafio.

Cruzando a linha de chegada
· Caminhe calmamente até o final do funil dirigindo-se a um local de menor concentração de pessoas para se refrescar e se recuperar.
· Faça alongamentos e hidrate-se muito bem.
· Não se esqueça de vestir roupas secas para evitar problemas de saúde, pois o organismo está sensível e debilitado.

Ai, meu São Silvestre!

por Marcos Caetano

Como vocês bem sabem, eu acho que todo corredor é meio maluco. Já provei isso muitas vezes aqui na coluna. Em São Paulo, principalmente, eles são ainda mais malucos. Paulista treina sábado na universidade e corre dentro de shopping center. Nada contra. Correr é ótimo e o som do Barão é sempre legal. Além dessas que eu acabo de mencionar, outra mania dos corredores paulistas é a de correr no único dia em que o mundo inteiro descansa: 31 de dezembro. A esta altura dezenas de milhares de pessoas – inclusive este dublê de corredor e escriba – estão treinando para os 15 km da sensacional corrida de São Silvestre, disputada no último dia do ano, quando o planeta repousa, mas os paulistas correm e suam. Não apenas os paulistas, mas um monte de corredores malucos que vêm de tudo quanto é canto sonhando com a subida da Brigadeiro. E tem também os espanhóis, que disputam a San Silvestre de Vallecas, bairro do subúrbio de Madri, na mesma e improvável data. Corri a prova paulista uma vez apenas, no ano passado, e posso garantir que jamais havia experimentado um ambiente tão eufórico quanto o do evento que encerra o calendário esportivo mundial.
A São Silvestre não tem qualquer relação com as provas de rua comuns. Fora os atletas de ponta, que participam de olho nos prêmios, ninguém vai lá para baixar tempo. O percurso é duro, cheio de ladeiras – e vocês sabem como eu odeio ladeiras! Pelas ruas, um mar de gente se pisoteando e acotovelando, às vezes literalmente, durante a largada. A prova, salvo um presente dos deuses do clima e da corrida, é disputada habitualmente sob intenso calor. Calor forte para os homens, que largam por volta das cinco da tarde no horário de verão, correspondente às quatro da tarde. Calor desumano para as mulheres, que largam às três da tarde do horário de verão. Duas da tarde pelo horário real! Não dá para correr no Brasil, às duas da tarde, em pleno verão. Mas as maravilhosas mulheres paulistas conseguem, o que só faz com que este carioca aqui as venere ainda mais.
Como ninguém participa da São Silvestre para baixar tempos, resta a festa. E nisso a prova é incomparável. Tem de tudo: Raul Seixas, Nerso da Capitinga, Batman, George Bush, o célebre Homem-Árvore, o famosíssimo camarada que corre sempre vestido de noiva, drag queens, garçons, bin ladens, severinos, chacretes, vendedores ambulantes, todo mundo correndo na maior paz. Fora o Homem-Árvore, que distribui perigosas galhadas para os que estão em volta dele na largada; o Raul Seixas, que trota com o violão na mão, esbarrando o adereço nas costelas dos participantes; e o Homem-Aranha, que corre que nem um filho da mãe e me ultrapassa sem um pingo de dó ou respeito, mesmo com aquela roupa quente como os infernos, nenhum outro incidente costuma ser digno de nota.
Se você é corredor e, portanto, maluco, não pode perder a chance de disputar uma São Silvestre. Se o seu negócio é uma coisa mais européia e sofisticada, vá para a de Madri, que é bacana, ainda que meio sem graça. Mas se apesar dos pesares você adora este nosso Brasil tão confuso, tão criativo, tão iconoclasta, tão caloroso, tão humano e tão insano, não deixe de correr a verdadeira São Silvestre. A nossa. A de São Paulo. A ladeira de Brigadeiro fará você estourar o champanhe com dores nas panturrilhas, mas garanto você chegará para a festa do Réveillon devidamente bronzeado e podendo comer à vontade.
Para terminar, pense nisso: os paulistas já foram até mais malucos. A São Silvestre, anos atrás, era disputada à meia-noite. O pessoal daqui está mesmo encariocando...

Guarde energia para o grande dia

No dia 31 de dezembro, será realizada a Corrida Internacional de São Silvestre, que terá a participação recorde de 20 mil inscritos. Se você pensa que é necessário correr o circuito da prova como parte da preparação, está enganado. Nesta fase final de treinamento, é preciso estar atento a alguns cuidados para não colocar toda a preparação em risco. Confira aqui algumas razões pelas quais você não deve fazer um simulado da São Silvestre no circuito oficial de 15 quilômetros.
- Perde o charme da prova. Não há nada mais emocionante do que a surpresa da festa, principalmente para quem corre pela primeira vez.
- A periodização do treino visa com que você atinja seu ápice no dia da São Silvestre. - Há um desgaste desnecessário ao treinar no horário da prova, devido ao calor nessa época do ano.
- Em toda prova pedestre oficial, o circuito é percorrido em asfalto. Ou seja, não se deve correr pela calçada. Você pode correr menos do que 15 quilômetros e ainda corre o risco de se lesionar por ter que subir e descer calçada, desviar de constantemente de pessoas, esperar o farol abrir ou se apressar para atravessar.
- Você não tem a segurança, porque o trânsito não está fechado. Por não estar bloqueado o circuito, você acaba não fazendo uma corrida contínua por causa dos faróis, dos pedestres, veículos e tudo mais.
- Você não se hidrata, porque não tem o suporte necessário. É prejudicial correr 15 km sem hidratação.
- No simulado, você está preocupado com os riscos que você deve ter e não com o ritmo da prova.
- A corrida tem que ser praticada em lugares que ofereçam segurança. Há um consenso mundial entre os corredores que, ao correr em locais com grande movimentação de veículos, você faça o percurso no sentido contrário ao dos carros, para não ser surpreendido por trás. Quando você faz o simulado no circuito oficial, em algumas partes do percurso você corre no sentido dos carros e não na contramão, como é recomendado para sua segurança. Você até poderia ter feito um simulado num percurso que oferecesse as mesmas dificuldades, mas numa distância menor (10 km) até quinze dias antes da prova, que é o tempo adequado para você ter uma boa recuperação e estar em boas condições para do dia da prova. Aí sim você poderia testar seu ritmo, a hidratação e reposição de carboidratos, o tênis, a roupa que vai utilizar, entre outros.