sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Os setênios do Wanderlei de Oliveira





Segundo os astrólogos, a cada sete anos do nosso aniversário são chamados de ciclo dos setênios. Logo, aos sete anos, a criança sai da fase do bebê para o infantil propriamente dito. Aos 14 entra na adolescência. Aos 21 na idade jovem e assim por diante.

O aniversariante do mês, Wanderlei de Oliveira, 49 anos de pura energia e vitalidade passa pela experiência do sétimo setênio.

Aos 48 anos, a pessoa, segundo algumas teorias, passa por uma crise natural de identidade, período de preparação ao setênio Sete, o ano das profundas transformações, os 49.

Algumas pessoas exageram na prática esportiva em busca da eterna juventude (longevidade). Outras desenvolvem o lado espiritual e vão atrás de respostas. Qual é o sentido da vida? (quem começou a introduzir Ioga no ano passado na RFL?)

A pergunta recorrente nesse período é "Qual a minha missão?" Como esse é um período de muita energia, as forças negativas podem ser transformadas em criatividade. É a hora de desenterrar talentos escondidos.

Wanderlei, nós da Run For Life lhe desejamos um excelente setênio. Vamos correndo pela vida nesse nosso mundo cada vez mais intenso.

Felicidades!!!

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Fotos: WebRun e Fernanda Paradizo

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Noturno



Em sua décima sétima edição, o espetáculo musical “Noturno” é um daqueles shows – imperdíveis!
Criado pelo cantor e compositor Oswaldo Montenegro, relata fatos da noite paulistana.

Pelo segundo ano consecutivo fui à convite do cantor e ator Erick Tanaka, integrante do jovem elenco de voluntários.

O lugar é simples, a montagem é simples, as pessoas são simples. Mas não deixa nada a desejar aos megas musicais da Brodoway em Nova York.

Os atores demonstram um ótimo condicionamento físico com performances interessantes.
Vale conferir! Somente as segundas e terças às 21 horas, por apenas R$ 15,00 (quinze reais). Teatro Dias Gomes, Rua Domingos de Moraes, 348. Próximo ao metro Ana Rosa.

Corra, pois o musical termina no final do mês de novembro.
Wanderlei de Oliveira

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Corrida, um esporte para a vida



O atletismo é o esporte mais antigo do mundo, sendo considerado o esporte-base, por ter sido o princípio de todos os outros e por servir de preparação para as várias modalidades atléticas.
Em qualquer modalidade esportiva, a condição física do praticante é medida pela sua resistência (teste de corrida), elasticidade (alongamentos) e força muscular.
A corrida difere dos outros esportes no sentido de participação.

Enquanto uma partida de futebol reúne no estádio cerca de 60, 70 ou 80 mil espectadores sentados para assistir a 22 jogadores, uma maratona pode reunir mais de 40 mil participantes, porém ativos.

No futebol, um jogador em plena maturidade esportiva (na casa dos 35 anos) é considerado um velho. Para as maratonas (42.195 metros), é um garoto.
Muitos esportes são praticados da infância até a adolescência e depois deixados de lado, pelas conseqüências que possam trazer para o corpo.

Já a corrida, não. Todo ser humano, depois que começa a andar, já quer correr (é um esporte natural). E pode continuar a correr por toda a vida.
Para começar, só depende de você.

Não é necessário mais 10 jogadores, um carro de formula 1, uma piscina ou uma bicicleta. É preciso apenas um bom par de tênis e estar autorizado pelo seu médico para iniciar.

Correr faz amigos e acalma os mais exaltados
Alguém já viu ou ouviu falar de brigas na São Silvestre? Ou em alguma maratona internacional? É claro que não.

E nos estádios de futebol? Até parece um campo de guerra. Cada vez mais se torna freqüente a rivalidade entre as torcidas causando até morte.

A corrida é o esporte mais solidário que existe. Todos que participam da principal corrida da América Latina, a São Silvestre (15 km), que a cada ano aumenta o número de participantes (já são mais de 15 mil atletas), julgam-se amigos sem nunca terem se visto antes.
Há uma grande confraternização, antes, durante e após a prova.

Cada participante se interessa e se preocupa com o seu companheiro de prova, e faz questão de saber como está e qual foi o seu tempo.

Em Nova Iorque, no ano de 2001, mesmo após o atentado terrorista que chocou o mundo em 11 de setembro, no mês de novembro foi realizada a maratona mais famosa do mundo. Lá estavam reunidos mais de 30 mil corredores. Todos com um só objetivo: “PAZ”!
Afinal, saúde todos já tinham, principalmente pela determinação de correr os 42.195 metros.

Qualidade de vida é saúde. Saúde é movimento!
O atleta do século, o Rei Pelé (Edson Arantes do Nascimento), que hoje completa 68 anos, costuma dar as suas corridinhas diárias, que o mantém "esbelto" e cheio de energia. Pelé também chegou a correr os 100 metros rasos para 11 segundos.
O Airton Senna, tricampeão mundial de formula 1, também foi um excelente atleta. Presencie cravar 40 minutos nos 10 mil metros no Centro Olímpico de Treinamento em Pesquisa em São Paulo. Foram 25 voltas na pista de 400 metros com parciais de 1min36 e 4 minutos nas passagens dos 1.000 metros. Isso mostra que para ser o melhor do mundo, tem que corre, e muito bem!

O doutor Kenneth Cooper, responsável pelo boom nos anos 70 pela prática dos exercícios aeróbios, hoje, com mais de 70 anos, continua correndo, fazendo palestras e participando de provas pedestres ao redor do mundo.

Pesquisas recentes apresentadas no Colégio Americano de Medicina Esportiva (American College Sports of Medicine) demonstraram que a prática da corrida e caminhada (exercícios de alto impacto) na terceira idade, além de controlar os níveis de colesterol, diabetes, obesidade, fortalecem os ossos, evitando a osteoporose. Outro estudo apresentado mostra que a corrida auxilia as pessoas que sofrem de depressão.

O Campeonato Mundial de Atletismo para Veteranos (atletas com idade superior aos 40 anos) reúne a cada ano mais de 10 mil participantes. Há pouco mais de 5 anos não chegava a quinhentos.
Assim como o vinho, "quanto mais velho, melhor".

A corrida é um santo remédio!
Wanderlei de Oliveira

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Song Bits: no ritmo da música


Tri Sport (edição de setembro)

Atletas que ouvem música quando se exercitam conhecem muito bem os efeitos motivacionais que uma boa seleção pode produzir no seu treinamento, ajudando inclusive a melhorar a performance. Existem hoje estudos que comprovam os benefícios da música no esporte, além de exemplos de atletas de alto nível que fazem uso disso em competições importantes, como o nadador norte-americano Michael Phelps, que faturou oito medalhas de ouro nos Jogos de Pequim e em todas as provas que disputou estava lá sempre com seu iPod.

No caso de Phelps, a música é um estímulo para aumentar a adrenalina à beira da piscina antes da competição. “Quebrei meu primeiro recorde mundial ouvindo música antes. Naquele dia, percebi que estava diferente na piscina. A música me deixou agitado. Não pensei em mais nada a não ser em nadar”, disse Felps em entrevista concedida a um especial para uma TV norte-americana. A trilha sonora que o campeão usa para isso, segundo publicado na revista People, uma seqüencia do rapper Lil ‘Wayne, sobretudo a faixa I’m Me, do disco “The Carter III”.

Outro exemplo famoso é o do etíope Haile Gebrselassie, que estava em busca do recorde dos 2.000 metros indoor e descobriu que, se corresse no ritmo da música Scatman, de John Scatman, poderia de alguma forma a atingir seu objetivo. E isso há dez anos, quando pouco ou nada se falava a respeito dos benefícios da música para a performance. Dito e feito. Em fevereiro de 1988, o atual recordista do mundo de maratona bateu a marca mundial dos 2.000 metros em pista coberta ao som de Scatman. Quando perguntando sobre o porquê da escolha da música, o etíope disse que o ritmo é um pouco mais rápido do que o de suas pernas. “A música me motiva e me faz correr mais rápido”, disse o etíope.

Um estudo elaborado pelo dr. Costas Karageorghis, professor de psicologia da Universidade de Brunel, em Londres, mostra que o impacto da música associado ao exercício pode aumentar em até 20% a performance do atleta se a seleção for bem escolhida. Segundo o pesquisador, “pode ser essa a diferença entre chegar em 1º lugar ou na 4ª ou 5ª posições”. A também recordista mundial de maratona, a inglesa Paula Radcliffe, também é adepta da música no treinamento. Segundo ela, seu uso é muito útil para quebrar a monotonia, principalmente quando faz exercícios de fortalecimento em academia ou mesmo em atividades indoor de cross-training, como bike, elliptical ou ski-machine.

Embora seja certo e haja exemplos de sobra que a música bem escolhida interfere de forma positiva na performance do atleta, na hora de optar por colocar um fone no ouvido e ligar o som no último volume para correr, há de se considerar os prós e os contras.

Os prós
- A música tem um poder estimulante e motivacional. Ela ajuda você ir mais adiante num treino quando poderia desistir. Exercícios que poderiam ser monótonos tornam-se mais estimulantes com o uso de música, já que desvia a atenção da mente para o som.
- Além de ter um poder motivacional antes e durante o exercício, a música serve também para relaxar a mente. Isso pode acontecer durante exercícios mais leves, de apenas rodagem, ou mesmo no aquecimento e no desaquecimento.
- A música coloca diversão na sua rotina de treino, principalmente quando a playlist é bem selecionada e “casa” direitinho com seu treino do dia.

Os contras
- Apesar de ser estimulante e motivacional, é preciso ter cuidado para não desviar a atenção do movimento e da técnica do exercício. Você pode ficar muito empolgado e sair completamente do ritmo, correndo o risco de se machucar e treinar completamente fora daquilo que é sua capacidade.
- Quando você está com fones de ouvido, é preciso ter atenção redobrada com o que acontece no ambiente à sua volta, principalmente para quem corre na rua, que deve ter muito cuidado com os carros. Corra sempre na direção contrária dos carros para poder visualizar o movimento. No pedal ao ar livre, é completamente desaconselhável o uso de fones de ouvido.
- Uma pessoa que treina muito com música pode achar monótono fazer o mesmo treino sem música. Lembre-se de que em situações de prova hoje em dia em muitos casos não é permitido o uso de fones de ouvido. Por isso, tenha a certeza de que você saberá lidar com isso numa competição.

Fernanda Paradizo
Parte de matéria publicada na revista Tri Sport, edição de setembro de 2008

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Flávia Kurtz: Uma maratona, um filho, uma maratona...


Quem é corredora de longa distância e quer ser mãe vive um dilema interessante: ser mãe ou fazer a maratona? Flávia Kurtz, de 38 anos, corredora Run For Life, foi mais além. Decidiu fazer uma maratona, depois ser mãe, fazer outra maratona e tentar o segundo baby. Após o nascimento de Arthur, de 1 ano e 8 meses, ela decidiu fazer a Maratona de Buenos Aires (temperatura de 24 graus na véspera e 17 graus na largada) com a ousadia de quem tem fibra, digna dos nobres.

“O Arthur nasceu em abril de 2007. Passou-se um ano e estava na hora de manter meu mantra (um bebê, uma maratona, um bebê e uma maratona). Agora viria a maratona. Encontrei a professora Mônica Peralta na corrida Vênus, em 8 de março, Dia da Mulher. Dia que elegi para o meu retorno”, comentou Kurtz.

De acordo com Flávia, Mônica ainda tentou convencê-la a adiar os planos de maratona. “Eu estava algum tempo parada, acima do peso e ainda eu viajaria por três semanas (no período de treinamento) e treinar durante a viagem seria um pouco difícil”, disse a maratonista.

A corredora Flávia gostaria de ir para Nova York, mas não conseguiu inscrição a tempo. Buenos Aires era a condição com menos tempo para treinamento (quatro semanas). O planejado pela professora Mônica Peralta era que ela fizesse a Maratona de Buenos Aires em 4h13min10seg (6min/km).

Segundo o técnico Wanderlei de Oliveira, o momento não era o ideal para a maratonista melhorar sua performance. "Nós entendíamos que esse não era o momento, mas ela teve opinião, foi sozinha para Buenos Aires e concluiu seu objetivo abaixo do tempo previsto", orgulha-se Oliveira.


“Entre fraldas, trabalho, marido, cachorros (Bacco e Otto) e noites mal dormidas, (o Arthur sempre escolhia as noites de terça para quarta para acordar de madrugada), fui treinando e me mantive firme”, comenta Kurtz, com ótimo humor.


Chegada
“Buenos Aires chegou! Fui ao solo argentino na quinta-feira. Encontrei uma das minhas irmãs que estava estreando neste mundo de Maratona. Planejamento em mãos. Confesso que o dígito 4 horas não me agradou. Afinal, pra quem já tem 2 maratonas abaixo de 4h (3h53 e 3h54) é uma mancha no curriculum. Temos que viver dentro da realidade”, conforma-se.

Corrida planejada
“Desta vez eu queria planejar km por km. Correr a primeira metade mais alta que a segunda etc. etc. Um dia antes, estava quente. ‘Cadê o frio que a Weather Channel marcava?’ Mandei uma mensagem para a Mônica. Resposta: 'Saia mais leve e não se preocupe com o tempo'. Como não me preocupar? Sábado, final de tarde, inicia uma garoa. Penso: 'não acredito que esta chuvinha vai baixar a temperatura'. Acordo e CHUVA! Temperatura por volta dos 16/17 graus…Perfeito!!!! E acabou saindo tudo perfeito… km/km controlados. Corri todo tempo consciente, concentrada. Foi tudo muito rápido e estava abaixo de 6 min/km. Acreditei até na possibilidade de 3h59min, mas controlei. Afinal, era a primeira vez que corria com a cabeça. Sensacional. E assim saiu os 4h11min27seg em Buenos Aires!"

"E agora o meu dilema... mais um bebê ou outra maratona??"


Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor

Foto: Arquivo pessoal

A corrida pode fazer você ficar mais inteligente



"Essas melhoras, entretanto, diminuíram quando os corredores pararam o treinamento, o que sugere que exercícios contínuos são necessários para que se mantenha o beneficio”, disse o autor do estudo, dr. Kisou Kubota, da Nihon Fukushi University, em Handa, Japão.

Uma pesquisa apresentada na reunião anual da International Society For Neuroscience (Sociedade Internacional para Neurociência) em dezembro de 2006, indica que os exercícios regulares geram "melhora significante na memória e outras habilidades mentais, também conhecidas como função cognitiva".

Wanderlei de Oliveira

Joan Benoit (Foto) - Primeira campeã da Maratona nos Jogos Olímpicos de Los Angeles - USA (1984) - IAAF

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Linha de chegada




A média dos treinos diários é que determina o resultado de uma maratona.

No Congresso Internacional de Técnicos de corrida de longa distância realizado no Algarve, Portugal, em 1987, do qual tive a oportunidade de participar a convite do português Mário Moniz Pereira, técnico do ex-recordista mundial dos 10 mil metros Fernando Mamede (27min13) e do ex-recordista mundial da maratona Carlos Lopes (2h07min12 em Roterdã 1985).

Moniz Pereira dizia o seguinte: se a sua média diária nas rodagens for de 10 quilômetros, seu ponto de quebra de ritmo será na altura dos 30 quilômetros. Ou seja, se você quer correr bem uma maratona, terá que correr nos últimos três meses de preparação um volume semanal na casa dos 100 quilômetros para terminar bem e, "se quebrar", isso irá ocorrer quando cruzar a linha de chegada.

Já no ano que antecede uma maratona importante, essa média pode oscilar entre 70 e 80 quilometros semanais.

Existem outros parâmetros que são primordiais para ajudar nessa avaliação. Vamos comparar a evolução do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo), que é a quantidade de oxigênio que seu organismo consegue retirar (absorver) da atmosfera, transportar até a musculatura e utilizar na produção de energia durante a realização de um exercício físico que gradualmente atinge a exaustão.

O Paulo de Moraes Barros, nos 10 K da Track&Field Run Series estabeleceu seu recorde pessoal em 40min30s, e pode comprovar isso com um volume semanal superior aos 90 quilômetros.

Seu VO2 máximo em teste realizado em 26 de janeiro de 2005, era de 45 ml/kg/min, com velocidade do limiar aeróbio de 12 km/h. No dia 13 de março, chegou a 54,8 ml/kg/min, com velocidade do limiar atingindo 14 km/h.

Todos esses exames, desde o seu início, foram realizados no IAFE – Instituto de Avaliação Física do Esporte, acompanhado pelo pioneiro e um dos maiores fisiologistas do Brasil, o médico Renato Lotufo.

Para se ter uma idéia, é muito difícil melhorar apenas 1 ponto ml/kg/min do seu VO2 máximo, por ser de ordem genética. Na Maratona de Roterdã, Holanda, realizada no dia 13 de abril estabeleceu seu recorde pessoal na distância em 3 horas e 19 minutos.

Qualidade de Vida é Saúde. Saúde é movimento!
Wanderlei de Oliveira

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Oswaldo Silveira, 78 anos, vence a Meia do Rio na categoria





Neste domingo, dia 12, aconteceram várias competições mundo afora e aqui no Brasil não foi diferente. No Rio de Janeiro, houve duas provas numa só. A Meia Maratona (aos brasileiros) e o Mundial de Meia Maratona para atletas convidados do mundo todo, prova avalisada pela International Association Athletics Federations (IAAF).

O brasiliense Marílson Gomes dos Santos e a mineira Maria Zeferina Baldaia, integrantes da seleção brasileira no Mundial de Meia Maratona IAAF/CAIXA, foram os campeões da 12ª. Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro, disputada na manhã deste domingo, com largada em São Conrado e chegada no Aterro do Flamengo. A competição reuniu o recorde de 15 mil participantes.

Um calor de 22 graus na largada e de 28 graus na chegada, 21.097 metros depois, no Campeonato Mundial da distância, que reuniu atletas de 40 países, os destaques foram Zersenay Tadese, da Eritréia que venceu o calor e o circuito com o tempo de 59min56seg. Já a queniana naturalizada holandesa Lornah Kiplagat superou o percurso em 1h08min37seg.

Entre os sete atletas Run For Life, que participaram da prova, o destaque foi Oswaldo Silveira, 78 anos e vencedor na categoria com o tempo de 2h04min12seg. E ele não ficou feliz com o resultado: "Minha planilha estava planejada em 1h53min e foi a prova em que eu mais treinei e estava bem-preparado mas não foi possível", comentou o atleta.

Mas seu Oswaldo, o que aconteceu, já que o senhor estava treinado? "Foi o linguado". Como assim? "Na noite anterior à prova comi um linguado que não estava bom e passei mal a partir do décimo quilômetro. A partir dali não passei bem", comentou desapontado senhor Oswaldo que foi ao Rio a convite do amigo Carlos Aloísio.

Essa é uma lição que vale para todos os atletas amadores ou profissionais. Não basta estar treinado. É preciso prestar atenção à alimentação da noite anterior e do dia da prova. Um pequeno erro põe todo o treinamento a perder. É preciso comer o que seu organismo está acostumado.

"Quando vi que não estava aproveitando a prova pensei num padre corredor do Sul. Ele falava: 'Uma prova só é completa e fácil se você apreciar tudo a seu redor'. Então foi o que fiz. A partir da segunda metade fiz uma prova muito tranquila e apreciando o belo Rio de Janeiro", comentou Oswaldo que com tudo isso, venceu a prova na categoria.

Veja os resultados dos competidores Run For Life:

Masculino
Antonio dos Santos, 01h28min14seg
Paulo de Moraes Barros, 01h39min26seg
Harry Thomas Jr, 01h56min54seg
Oswaldo Silveira, 02h04min12seg
Alexandre Effori de Mello, 02h07min11seg
Fabian Fuentes Avila, 02h08min40seg
Felix Augusto Sechin, 02h28min25seg

Feminino
Adriana Marmo, 02h54min07seg

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

RFL tem vários recordes e superações na 5ª Corrida Santos Dumont



Neste domingo, 12 de outubro, dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida (comemorada pelos católicos), cerca de cinco mil corredores se reuniram para participar da plana 5ª Corrida Santos Dumont. O clima chuvoso paulistano contribuiu para que muitas pessoas na equipe Run For Life pudessem bater seu recorde pessoal. Histórias de superação que ao longo da semana serão contadas neste espaço.

Entre os mais velozes, o queniano Mutai Kiprop cruzou a linha de chegada com o tempo de 29min53seg. Seguido pelo brasileiro José do Nascimento Souza que concluiu o evento em 29min58seg.

Correndo no lado feminino, a primeira colocada foi Maria dos Remédios Castro que finalizou a corrida com o tempo de 36min06seg. Ela foi seguida por Noeme Maria Pereira que terminou com 36min23seg.

Mas falando de superação, acredito que cada um dos 5 mil corredores teria uma história de superação para contar de sua última corrida. Eu (Arnaldo de Sousa, 40 anos), após contusão do primeiro semestre, começo a adquirir confiança em competições e finalizei a corrida em 41min40seg.

O meu xará Arnaldo Melo Rodrigues, 34 anos, e sua esposa Denise Paludetto Rodrigues, 32 anos, (foto acima) são exemplo de superação. Os dois fizeram sua primeira corrida e exalavam felicidade.

"Foi minha primeira corrida e só de chegar já estou feliz", dizia Arnaldo. "Até chorei quando terminei a prova dizia Denise". Ambos estão buscando a superação. Ele quer parar de fumar (fuma mais de um maço de cigarros por dia) e ela, parou de fumar há um ano e agora corre contra a diabetes e usa o esporte para melhorar o controle da dessa doença silenciosa.

São exemplos de superação que devem ser seguidos por todos nós.

A corrida, organizada pelo campeão José João da Silva, foi um sucesso. É uma prova com custo baixo (em respeito ao atleta amador) mas que tem tudo que um corredor precisa. Água em vários trechos, organização na chegada, largada e saída, entrega dos kits tanto no dia anterior e no dia da prova. Banda que animou a largada, apresentação perfeita e para compensar, o clima ajudou.

Outro destaque da competição foi o atleta Francisco Ferreira de Lima Filho, 48 anos, que terminou a corrida com o tempo de 46min30seg. "Eu abaixei 1 minuto em relação à minha última competição (Nike)", comentou Chico, bastante satisfeito. Chico é uma revelação entre os atletas novatos, pois em pouco tempo vem voando baixo nas ruas de São Paulo.

Veja abaixo os resultados da equipe Run For Life.
Resultado Masculino - 10 km
Edson Stefano, 37:30
Josenaldo Silva, 37:46
José Nunes de Souza, 40:05
Pedro Clementino da Silva, 40:41
Arnaldo de Sousa, 41:40
Alcides Granziera JR, 43:00
Wanderlei de Oliveira, 44:17
Francisco Ferreira de Lima Filho, 46:30
Rodrigo Lagranha, 47:30
Gilmar Roberto Pereira de Melo, 48:27
Carlos Eduardo Quintal, 48:54
Marcos Afonso Salomão Junior, 50:00
Fábio Grotti, 50:16
Alipio Pereira Da Silva, 50:56
Domício Pedro da Silva Júnior, 52:21
Antonio Manoel Alves de Lima, 53:01
Marcelo Braga, 55:11
Rodrigo Fontana Guimaraes, 55:20
Nilton Alves de Lima, 55:49
Fillipe Henrique Neves Soares, 55:53
Fabio Yanaguita, 56:36
Rony Giroto, 57:01
André de Sá Saraiva, 57:14
Antonio Masaaki Izumi, 59:59
Alexandre Barone Neto, 00:45
Leonardo Melo, 01:01:16
Emerson Neves Silva e Santos, 01:02:54
Edmilson Pereira Grangieiro, 01:04:02
André Silva de Andrade Melo, 01:06:34
Paulo Sérgio Miguel Surur, 01:09:27
Milton Kasuo Ayabe, 01:13:39

Resultado Masculino - 5 km
Guilherme Dutra Garcia Lopes, 25:18
Rafael Nunes, 29:22
Cauê Nazar Aprahamin, 32:57
Arnaldo de Melo Rodrigues, 35:21

Resultado Feminino - 10 km
Patrícia Rodrigues Vismara, 44:02
Fernanda Paradizo, 48:39
Cristiane Midore Takagui, 49:57
Solange Bhering, 50:45
Monica Simões da Silva, 50:47
Vera Alice Silva, 53:08
Adriana Missae Ieiri, 55:14
Simone Shiroma, 1:06:18
Celina yokoyama, 01:06:39
Camila felix oliveira, 01:07:31
Debora pires silva e santos, 01:08:09
Georgina Crisi, 01:35:06

Resultado Feminino - 5 km
Taeko Hatayama, 32:33
Michele Cristine Chiandotti Ambrosi, 31:41
Rubia Nunomura, 31:45
Luisa Nakamura, 35:56
Priscila de Oliveira Grego, 35:55
Denise Paludetto Rodrigues, 35:21
Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor

5.000 metros de tempo-run



O tempo-run é um método moderno de treinamento, onde se estabelece a distância a ser percorrida e os tempos de passagens por quilômetro. Exemplo: 5.000 metros em pista de forma contínua (sem paradas). É um excelente treino para se trabalhar com monitor cardíaco como auxílio no controle da freqüência cardíaca e ritmo de corrida.

AVALIE SEU CONDICIONAMENTO FÍSICO
O melhor indicativo de sua atual condição física: - sempre será o seu desempenho nos treinos. Observe o seu comportamento no TEMPO RUN de 5.000 metros.

* Os primeiros 2.5 K tem que ser igual ou mais rápido (no máximo 30 segundos) em relação à segunda metade.
* Se você iniciar muito rápido, corre o risco de parar nos próximos quilômetros.
* Caso esteja correndo mais rápido em treino (tempo real) do que nas provas, é sinal de que esta fazendo algo errado (verifique o tempo estipulado e consulte seu técnico). Conduza o seu treino com inteligência caso esteja correndo em temperaturas altas e umidade relativa do ar superior a 80%, fatores determinantes para uma possível queda no rendimento.

Esse tipo de treino além de ser uma excelente referência para as próximas competições, mostra o nível de concentração do atleta durante o teste, o que fatalmente será transferido para a prova.
CORRA COM O RELÓGIO NAS PERNAS
Esta expressão do famoso técnico português, Mário Moniz Pereira (técnico de Carlos Lopes, campeão e ex-recordista olímpico com 2h09min e Fernando Mamede, ex-recordista mundial dos 10.000 metros), simboliza bem o sentido exato de se ter a noção do ritmo que se pretende desenvolver em uma competição.
Um exemplo recente dessa da importância de ser ter o controle do ritmo foi do etíope Haile Gebrselassie de 35 anos que pela primeira vez na história da maratona (42.195 metros) melhorou o resultado para 2h03min59, na Maratona de Berlim realizada em setembro.
Suas parciais na meia maratona foram de 1h02min04seg e 1h01min55seg, ou seja, apenas 9 segundos mais rápido na segunda metade.
Wanderlei de Oliveira

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Valores e Compromissos


Saudades dos tempos em que um aperto de mão selava o compromisso entre homens. Saudades dos valores que se dava quando se pedia a bênção dos pais, tios e avós. Saudades de um olhar afetivo, sem malícia. Saudade de palavras ditas com o coração que engrandeciam as pessoas. Saudades de pessoas sinceras, fortes o suficiente para admitirem seus erros, corrigi-los e que não jogassem seus problemas nas costas de outros.

Esses valores não nos são ensinados na escola. Aprendemos com a disciplina, respeito à vida, ao próximo. Muitos, assim como nós, tiveram a oportunidade de crescer amparados pelo carinho de nossos pais. Estudamos nos melhores colégios. Viajávamos nos finais de semana. Tudo isso é muito importante, mas não define o caráter de uma pessoa.

Um exemplo disso é a Ana Luíza dos Anjos Garcez, que no dia 8, quarta-feira, completou 46 anos. Ex-menina de rua, ela fez por muito tempo uso de drogas. Não nasceu em berço de ouro. Não conheceu seus pais. Não tem família. Porém, os valores e compromissos estão bem intrínsecos em sua índole. É uma pessoa que respeita o próximo. Respeita os horários. Respeita a opinião das pessoas de quem ela gosta. E, quando gosta, faz de tudo. É uma pessoa sensível, apesar de às vezes parecer agressiva. Mas é uma defesa, pelas dificuldades que a vida lhe impôs por viver na rua com marginais.

Esses valores e compromissos não foram ensinados a ela. A cada dia, aumenta minha admiração por esse ser humano – de valor. As pessoas, quando a vêem, demonstram carinho, admiração, respeito. Hoje ela orienta um grupo de crianças na iniciação do atletismo no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, num Projeto da Federação Paulista de Atletismo e da Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo.

Temos muito que aprender com o ser humano.

Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Devagar

Os sábios filósofos orientais propagavam a máxima “devagar e sempre”.

O escritor escocês Carl Honoré em seu livro “devagar” – como um movimento mundial está desafiando o culto da velocidade, divulga os benefícios da onda do “slow”- para combater o estresse, (editora Record).

Com algumas mudanças de atitudes você pode melhorar sua qualidade de vida. Para Honoré: “precisamos apenas dar a concentração e a energia certa para cada situação, segundo nossa própria medida. Cada pessoa tem o seu ritmo de comer, caminhar, escrever, ler...”
“Passamos um século perseguindo formas de acelerar o nosso tempo com as conquistas tecnológicas. E isso foi fundamental por um período. Porém, hoje em dia, a tecnologia joga mais contra do que a favor. Em função dela vivemos acelerados demais e sem controle sobre isso. Temos que tomar o controle. Ser “slow” significa tomar o tempo em suas mãos, não ser arrastado por ele”, diz Carl Honoré.

Use o tempo a seu favor
Aos dezoito anos de idade era um velocista. Queria fazer tudo rápido e ainda achava que estava devagar. Isso era conseqüência do tipo de prova que competia, os 200 e 400 metros rasos. Foi nessa ocasião que resolvi lançar um desafio. Projetei a minha primeira maratona para os 31 anos de idade. Acreditem, em Nova Iorque. Como iniciei na prática do atletismo no ano de 1966, em 1991 já teria 25 anos de treinamento. O suficiente para vencer os 42.195 metros, sem choro. A preparação para a maratona foi uma lição de vida. Aprendi a planejar, ser persistente, ter paciência e o mais incrível que possa parecer: correr devagar. Foram 217 minutos em movimento constante, ou seja, 105 repetições de 400 metros para 2min02seg sem intervalo. Porém, chorei de felicidade! Dediquei essa conquista ao meu pai, Olavo de Oliveira.

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Alta Performance em Fuerzabruta



Em tudo na vida exige um bom condicionamento físico.
Fiquei surpreso na última sexta-feira em que acompanhei os profissionais da Loducca, agência de publicidade a apresentação do grupo argentino De La Guarda no espetáculo Fuerzabruta.
Simplesmente fantástico!

Um dos espetáculos mais interessantes que já assisti até agora.
Não é a toa que desde sua estréia em 2005 na cidade de Buenos Aires, Argentina, percorreu o mundo deixando as platéias hipnotizadas.

Criado pelo diretor Diqui James e pelo diretor musical Gaby Kerpel, a apresentação é feita sob uma tenda no Parque Villa-Lobos, quando no escuro um sujeito aparece vestido de terno e gravata andando acima das cabeças do público. O ritmo começa a ficar mais intenso até o ator-atleta disparar em alta velocidade, explodindo paredes e passando por vários cenários.

Ao longo do espetáculo que dura pouco mais de 40 minutos, presenciamos acrobacias impressionantes nas laterais da tenda e na gigantesca piscina plástica transparente que fica no teto.

Preparem-se para um show eletrizante de alta performance.
Corra, pois as apresentações vão até o próximo domingo dia 12.

Vamos Juliana, você agora é meia-maratonista!
Pequenas coisas podem ter um valor imensurável. Fiquei muito feliz quando a ex-sedentária e iniciante em corrida Juliana Jeminez, orientada pela professora Mônica Peralta completou a Meia-maratona Internacional de Buenos Aires no dia 21 de setembro.
O esporte lhe trouxe tanta sinergia, que ela e o seu marido Enzo Ebina que completou a prova em 1h45, presentearam o pai e sogro com sua primeira viagem internacional. Rui Carlos Jeminez concluiu em 1h51min.
Hoje pela manhã sob chuva, durante o treino de interval-training, gritei para a Juliana, vamos lá que agora você é meia-maratonista. Ela sorriu felicíssima ciente da importante conquista, superação e determinação em vencer os primeiros 21 quilômetros.

“Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje”

Wanderlei de Oliveira

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Primavera no Parque do Ibirapuera



A primavera é uma das estações mais esperada e festejada no ano.
O Parque do Ibirapuera em São Paulo é uma das maiores áreas verdes da capital e a preferida do paulistano para a prática da caminhada e corrida matinal.

Lá também são encontradas mais de cem espécies de pássaros.
Um dos mais bonitos é o cardeal. Uma das aves que estão em risco de extinção.

Na época da colonização o Parque do Ibirapuera foi uma área alagadiça que abrigava uma aldeia indígena. Na língua tupi, ibirá significa árvore e puera, o que já foi: - árvore apodrecida. Na década de 20, o prefeito da cidade de São Paulo, José Pires do Rio, pensou em transformar o local em um parque como o Bois de Boulogne em Paris na França, o Hyde Park em Londres na Inglaterra e o Central Park em Nova Iorque nos Estados Unidos. Manuel Lopes de Oliveira o “Manequinho Lopes”, um apaixonado por plantas, iniciou em 1927 o plantio de centenas de eucaliptos australianos com objetivo de drenar o terreno e eliminar o excesso de umidade.

Inaugurado no dia 21 de agosto de 1954 no IV Centenário de São Paulo, foi lá que meus pais Olavo de Oliveira e Tereza Campos de Oliveira se conheceram. A área total é de mais de 1,5 milhão de metros quadrados de verde. Projetada pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer e paisagismo de Roberto Burle Marx. Várias atrações podem ser acompanhadas no Museu de Arte Moderna, Planetário, Pavilhão da Bienal, Pavilhão Japonês.

Para o diretor de arbitragem da Federação Paulista de Atletismo e corredor Francisco Ferreira, foi uma surpresa agradável treinar na Praça da Paz, “parece que estamos correndo em um campo de golfe”, comentou.

Entre as várias atrações do Parque do Ibirapuera estão: Museu de Arte Moderna, Planetário, Pavilhão da Bienal, Pavilhão Japonês e shows de vários artistas, orquestras, exposições aos finais de semana.

Esta é nossa simples homenagem ao dia de São Francisco de Assis, que faleceu no dia 3 de outubro de 1226. Patrono dos animais e do meio ambiente.

Wanderlei de Oliveira

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ganhar ou perder?



Quem lê o título acima logo pensa em uma competição, rivalidade. Mas, na verdade, a brincadeira proposital me fez neste um ano - completados neste mês – pensar em tudo que ganhei e “perdi” com a corrida. A minha intenção era apenas escrever sobre a Meia Maratona de Buenos Aires. Com o atraso de mais de uma semana, o nosso amigo, corredor e jornalista Arnaldo (de Sousa) tentou me ajudar dizendo que era coisa simples, só fazer um resumo sobre tudo que se passou naquele dia. Então, eu pensei: não dá! Fazer uma descrição pura e simples da prova seria muito pouco. Ninguém entenderia a emoção que eu senti naquele momento se eu não contasse tudo que passei neste um ano para chegar lá. Calma, prometo que será algo bastante breve.

No final do ano passado, eu corri pela primeira vez a São Silvestre e quem se lembra do meu texto sabe que a decepção foi enorme. A verdade é que eu mais faltava aos treinos do que comparecia. E milagres não existem. Em fevereiro deste ano, escrevi outro texto falando que, após o incentivo do técnico Wanderlei de Oliveira, resolvi tirar minhas promessas do papel e me dedicar integralmente a maior paixão: a corrida (pode ser novidade para alguns, mas eu já corria desde a época da faculdade. Claro, que de forma bem mais amadora). E finalizei assim: “Enfim, meu estilo de vida mudou”.

E como mudou...Aprendi a acordar cedo, passei a treinar diariamente (menos aos domingos), abandonei de vez as baladas, consultei uma nutricionista e me acostumei ao vestiário. Brinco, que hoje minha maior satisfação é tomar banho sem chinelos. É incrível como você começa a dar valor às pequenas coisas. É justamente por isso que comecei o texto falando sobre o que ganhei e o que perdi. Naturalmente, eu me afastei de alguns amigos mais noturnos. Sei que eles ainda estão lá, só que os vejo mais esporadicamente. Por outro lado, ganhei inúmeros amigos, professores, mestres e ídolos dentro da corrida.

Além dos treinos, da tática e da superação de tempo a cada prova aqui no Brasil, eu levei a Buenos Aires uma Karine muito mais amadurecida fisicamente e psicologicamente. Antes da largada – nos posicionamos atrás do pelotão de elite, passando por um pequeno espaço entre as grades -, eu disse para mim internamente: “hoje é o seu dia e esta é a sua prova”. A cada quilômetro e olhada no relógio para ver se o ritmo estava encaixado na planilha, era isso que eu repetia. A previsão era de 5:00. Mas, logo no primeiro quilômetro, percebi que 4:50 era um ritmo confortável e fechei aí.

Confesso que no terceiro quilômetro o Paulinho (Paulo Moraes) passou por mim e eu me empolguei um pouco fechando em 4:38. Aí, voltei a mim. Sabia que se eu mantivesse aquilo quebraria logo. Até o décimo mantive os 4:50. Meu pensamento era apertar um pouco após o Km 10 e diminuir se eu tivesse bem depois do 17. Quando entrei na 9 de Julio, vi o pacer de 1h38 passar por mim, mas sem se distanciar muito. Foi aí que eu me toquei o quanto estava bem. Afinal, na minha planilha estava programado para 1:45:29 - e já estaria muito feliz se fizesse esse tempo. Não tive dúvidas, fui mantendo contato visual com a placa e procurei não me afastar muito dele. Até tentei colar nele, mas fiquei receosa de quebrar. Preferi manter o meu ritmo.

Quando cheguei ao Km 20, veio uma espécie de filme na minha cabeça com todas as coisas boas que passei neste último ano ao lado do grupo. Não vou citar nomes porque não quero esquecer de ninguém, nem de cada momento. No U final (perto da Casa Rosada), o Célio (Brito) voltou para me puxar. Na reta final, só escutei ele dizendo: “vai que você vai fechar abaixo de 1h40”. Ele tinha razão. Fechei com 1:39:52 (tempo oficial 1:39:59). Infelizmente, não vou saber descrever em palavras aquele momento. Mas tenho certeza de que todo mundo deve imaginar. Superar-se é a melhor recompensa.

Evoluí muito como corredora (e ainda tenho muita estrada pela frente. Sei que só estou no início), mas cresci muito mais como ser humano. E acho que esse é o grande barato. Por isso, agradeço aos mestres Wanderlei e Mônica e também a cada um do grupo por fazerem parte deste momento tão especial da minha vida. E quem não foi este ano, já sabe: ano que vem tem mais...

Karine César, jornalista e corredora

Em ritmo de meia


Você que está treinando duro para enfrentar a Meia maratona do Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro, e ainda não conhece alguns detalhes da prova, reunimos aqui algumas dicas do técnico Wanderlei de OIiveira que podem ajudá-lo a estabelecer uma estratégia para o dia D.

Cuidado com o início: A prova começa em subida, em São Conrado, na Avenida Niemeyer. São 2 km subindo e mais 3 km descendo. É mais prudente não forçar o ritmo. Desça o morro com calma e deixe que os mais apressados o ultrapassem.

Água para dentro: O primeiro posto de água da prova é no km 4 e depois você terá água à disposição a cada 2 km. Não descuide da hidratação um só momento, até porque existe uma grande possibilidade de estar muito quente e úmido no dia, já que estaremos na Primavera. E sua perda será muito maior, comprometendo não só sua performance, mas principalmente sua saúde. Programa-se para tomar seu gel de carboidrato junto com os postos de água, conforme seus hábitos pessoais.

Correndo na praia: Quando atingir o Aterro do Flamengo, no km 14 da meia, vai estar correndo beirando a praia, onde o visual é magnífico. Se você forçou muito no início, pode começar a pagar o preço exatamente nesse local. Mantenha a calma e diminua se necessário, até que se sinta melhor. Se conseguiu segurar o ritmo na primeira metade da prova, é provável que nesse ponto comece a colher os frutos de uma boa performance. O apoio do público é contagiante.

Avistando a chegada do lado de lá: Um dos pontos críticos da prova, principalmente para quem forçou muito no início, é correr na Praia do Flamengo e ver no lado oposto os atletas mais rápidos cruzando a linha de chegada. Isso acontece a partir do km 15. E o pior de tudo é que você não consegue visualizar o retorno, que só acontece no km 19. Concentre-se na prova, sem se preocupar com os atletas que estão do outro lado, à sua frente. São altos e baixos que você deverá saber administrar.

Só mais 2 km para o final: Agora sim você atingiu o outro lado da via e está correndo em direção à chegada. Faltam apenas 2 km para o final e, se estiver bem, é o momento de apertar o passo para tentar ganhar alguns minutinhos no tempo final.

Cruzando a linha de chegada: Ao finalizar a prova, não pare completamente. Continue andando e respirando pausadamente até que sua freqüência cardíaca volte ao normal. Ao menor sinal de desconforto, procure o serviço médico. De resto, hidrate-se bem, troque a roupa molhada e comemore a conquista.

Escrito por: Fernanda Paradizo, Nike Blogger
http://www.nikecorre.com.br/2008/09/24/em-ritmo-de-meia/