quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Elite estrangeira domina a São Silvestre: Quênia e Etiópia



Nem favoritos, nem brasileiros. O pódio masculino foi completamente composto por estrangeiros na 84ª São Silvestre, neste dia 31 de dezembro de 2008. Na última corrida do ano, dois quenianos, um tanzaniano e um colombiano receberam a premiação. O discreto James Kipsang terminou os 15 km da prova em 44min42seg. Ele foi seguido de longe pelo então favorito Evans Cheruyiot que terminou a prova com 45min16seg.

Entre as mulheres, a vencedora foi a etíope Yimer Wude Ayalew com o tempo de 51min37seg. Ela foi seguida por quatro brasileiras que honraram a bandeira nacional na linha de chegada.

Desde o ano 2000, que o Brasil não passa dois anos consecutivos sem vencer em pelo menos uma prova (feminino ou masculino) da São Silvestre. A corrida desse ano foi “esvaziada” pela ausência de corredores consagrados como Marilson Gomes e Robert Cheruyiot que alegaram lesões.

O melhor brasileiro na corrida foi Raimundo Nonato, sétimo colocado, concluindo com o tempo de 46min03seg. Vanderlei Cordeiro, que anunciou sua aposentadoria do circuito profissional (e dominou a cena) acabou na 102ª posição, depois de 52min12s.

Nesta edição da São Silvestre o Quênia levou 11 títulos e o Brasil 10 entre os homens. No feminino, a Etiópia venceu duas. A desse ano e em 1994 com Derartu Tulu, segundo os organizadores.

Cerca de 20 mil corredores se aglomeraram na Avenida Paulista à espera da largada. Gente de todos os estados brasileiros. Figuras carimbadas que correram fantasiados de "João-de-Barro", "morte", "Emília", "travestidos" e até a nossa Ana Luiza Garcez, a animal estava vestida de roupa colorida e chamava a atenção da galera nas ruas.

O público foi fantástico. Durante todo o percurso, as ruas e avenidas estavam cheias de gente apoiando, gritando, brincando com os personagens. No Elevado Costa e Silva, uma DJ colocou o som no alto e tocava Cindy Lalper para os passantes. Antes dos corredores atingirem o viaduto Pacaembu, uma tradicional senhora jogava água de mangueira pra galera se refrescar.

Outros populares trouxeram suas percussões e tocavam uma batucada pra quem passasse. Fora os gritos de: "falta pouco" ou "vai lá" ou ainda: "tá devagar, vamboraaaa". Esse tipo de coisa é que abrilhanta a corrida.

O percurso
Estava quente na largada. Quem largou lá atrás demorou uns três a quatro minutos (ou mais) para atingir o tapete de cronometragem. Havia muita gente mal preparada que se posicionou na linha de largada. O que dificultou quem estava mais preparado para atingir o ritmo de corrida.

Nesse aspecto a Yescom deveria adquirir o know-how da Corpore. Na corrida da Nike de 20 mil pessoas, o corredor só entrava na baia do tempo pretendido. Assim, a largada tende a ser mais ou menos homogênea. Nesse quesito a São Silvestre tumultua.

Havia muita gente entre a largada até a Rua da Consolação que impedia mais avanço. Só na descida da Consolação ajudou a quem estava mais treinado a avançar um pouco mais. A Avenida Ipiranga e a São João estavam abafadas. O ar parecia que não circulava. Os pontos de água eram muitos, mas insuficientes devido ao calor que fazia após o início da corrida.

A partir do km 5 já dava pra ver pessoas andando. Gente que começou a prova em situação de lesões mal-curadas ou estavam despreparados. Essa foi uma constante em vários quilômetros. Apesar de haver milhares correndo, pudemos ver algumas pessoas caminhando ou até passando mal.

Entre a Avenida Rio Branco e Rudge passou uma brisa reconfortante que acredito ter ajudado muitos corredores. Nesse ponto dava para perceber a altimetria se alterando pouco a pouco até os corredores atingirem o Centro Histórico de São Paulo.

Após o Viaduto do Chá já dava para avistar o início da temida por muitos: a Avenida Brigadeiro Luis Antonio. Do começo à metade da avenida, novamente, havia muitos andarilhos, ao invés de corredores. Quem podia estava mantendo o ritmo ou mesmo forçando para terminar logo a competição.

Após atingir o platô da Brigadeiro (em frente a Alameda Ribeirão Preto) já dava pra ver a Avenida Paulista. Neste ponto, vários corredores iniciaram seus sprints finais. Muitos já entraram na Paulista em ritmo acelerado para a linha de chegada.


Confira a chegada dos vencedores
Masculino
1. James Kipsang (Quênia) - 44min42
2. Evans Cheruyot (Quênia) - 45min16
3. Kiprono Mutai (Quênia) - 45min28
4. Marco Joseph (Tanzânia) - 45min37
5. William de Jesus (Colômbia) - 45min47

Feminino
1. Yimer Wude Ayalew (Etiópia) – 51min37
2. Fabiana Cristine da Silva (Brasil)– 52min28
3. Marily dos Santos (Brasil) – 52min48
4. Edielza Alves dos Santos (Brasil) – 53min02
5. Luzia de Souza Pinto (Brasil) – 53min52

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto: Gazeta Esportiva.Net/Djalma Vassão/Gazeta Press

Atletas de Verão



Uma das estações mais esperadas é o verão, que teve início no dia 21 de dezembro. É neste período, que vemos os famosos ‘atletas de verão’. São aqueles que treinam apenas nessa época do ano, fazem de tudo para parecerem saudáveis, ágeis, esbeltos. Arriscam uma partida de tênis na praia, que duram horas. Jogam frescobol com a namorada, como se fosse uma simples partida de tênis de mesa. E o futebol, enquanto tiver time na quadra, no campo, na areia, o sujeito – não arreda o pé.

Aí que mora o perigo.
Se você que estar em forma neste verão - seja inteligente!
Procure orientação de profissionais qualificados: - médico do esporte, fisiologista, técnico de atletismo, psicólogo, nutricionista.

Paciência. Suor. Muito suor.
Sabendo onde quer chegar você já terá percorrido metade do caminho.
Comece 2009 com tudo planejado.
Lembre-se as qualidades mais importantes para o corredor são a disciplina e a persistência nos treinos de rodagem em ritmo bem lento.
O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 323 a.C.) escreveu: - "Tudo isso demanda perseverança. Paciência. Suor. Muito suor. A virtude é uma arte obtida com o treinamento e o hábito". "Nós somos aquilo que fazemos repetidas vezes. A virtude, então, não é um ato, mas um hábito. Treinar. Perseverar".

Foram trezentos e sessenta e seis dias do ano correndo e fecho a temporada com 4.073 quilômetros. A média foi de 11,1 quilômetros por dia. O acumulado desde 1966 quando iniciei na prática do atletismo esta em 76.138 quilômetros. Uma volta ao redor da Terra tem 39.840 quilômetros pela linha do Equador.

Agradeço a todos pela torcida.
Uma ótima corrida de São Silvestre.
Nos vemos às 16h52 na TV Gazeta para festejar a chegada de 2009.

Wanderlei de Oliveira
Foto: Fernanda Paradizo

84ª Corrida Internacional de São Silvestre




31 de dezembro é o dia do Santo São Silvestre
Embora seu nome se confunda com a própria história da corrida de rua mais famosa do País, poucas pessoas sabem quem foi o santo, cuja festa acontece no último dia do ano. Natural de Roma São Silvestre foi papa e governou a Igreja de 314 a 355 d.C, ano em que morreu, exatamente no dia 31 de dezembro. A Igreja Católica escolheu esta data para canonizá-lo.

Uma grande festa nas ruas de São Paulo
Tudo começou com o jornalista Cásper Líbero, que se inspirou numa corrida noturna francesa em que os competidores carregavam tochas de fogo durante o percurso. Era o ano de 1924. Depois de assistir ao evento em Paris, ele não teve dúvidas de trazer o projeto para São Paulo. À meia-noite de 31 de dezembro daquele mesmo ano foi disputada a primeira São Silvestre, que homenageia o Santo do dia.

30 anos de São Silvestre
Wanderlei de Oliveira, 49, maratonista, diretor da Federação Paulista de Atletismo, coordenador-técnico do Clube de Corredores de Rua BM&FBOVESPA, será o comentarista da São Silvestre pelo oitavo ano consecutivo da prova masculina. Oliveira iniciou no atletismo em 1966 incentivado pelo seu pai Olavo de Oliveira, ex-jogador de futebol. É um dos fundadores da CORPORE - Corredores Paulistas Reunidos (1982) e da assessoria esportiva RUN FOR LIFE (1980), como atleta já percorreu mais de 75 mil quilometros - correndo.

Jornalistas e jogadores na São Silvestre
Quem não se lembra da preparação do César Augusto, repórter da TV GLOBO, para a São Silvestre de 1992. Três anos depois, 1995, o resgate para o esporte do biomédico Edgard Freire, na época com 64 anos. Edgard Freire foi o segundo colocado na São Silvestre de 1954. Em 1996, mais um desafio para a São Silvestre. Dessa vez, com o então jogador do Corinthians Neto. No ano seguinte, em 1997, relembrando os tempos de César Augusto, de novo uma jornalista. O desafio? Treinar uma repórter da Boa Forma, Fernanda Paradizo, para correr a Maratona de Nova York do mesmo ano. A ex-menina de rua Ana Luiza dos Anjos Garcez, popular “Animal”; Mítico Nakatani, 76 anos, dez vezes vencedora em sua categoria da São Silvestre e o maître Oswaldo Silveira, 78 anos, destaque internacional segundo colocado na Maratona de Nova York em 2007, todos orientados por Wanderlei de Oliveira.
TV Gazeta – São Paulo
Horário: 16h52
Dia: 31/12/2008

A narração da Corrida Internacional de São Silvestre ficará por conta dos jornalistas Fernando Soléra e Celso Cardoso.

Mais informações no site: http://www.saosilvestre.com.br/
Federação Paulista de Atletismo: http://www.corridaderuafpa.com.br/
RUN FOR LIFE: http://www.runforlife.com.br/

Wanderlei de Oliveira

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Gatos corredores e a São Silvestre



Os fofos da foto são Silvestre e Diana, meus donos há 7 anos. E aí você deve estar se perguntando o que dois gatos preguiçosos têm a ver com a São Silvestre? E eu respondo: tudo, ao menos para mim.

Além de serem primos do Guepardo, um dos mais rápidos do reino animal e que faria a prova mais tradicional do Brasil “para” 10 minutos, a história dos dois está intimamente ligada às corridas.

Eu estava treinando para a minha segunda São Silvestre, em 2002, quando os dois cruzaram o meu caminho e me obrigaram a uma freada brusca lá nas pedrinhas do Ibirapuera, bem em frente àquela entradinha do bebedouro.

Há tempos tentava sem sucesso ser adotada por um casal de gatos, quando vi os dois ratinhos na minha frente, não pensei duas vezes, os agarrei e pensei: “sou deles”. Deixei-os com um guarda do parque enquanto terminava o treino e pegava o meu carro no Constâncio.

Quando cheguei, contei a novidade e pedi ao Wanderlei (de Oliveira, treinador da Run For Life) que sugerisse os nomes para os filhotes. “Emil Zatopek e Diana Ingrova”, disse ele no ato, referindo-se ao tcheco que entre outros tantos feitos venceu na mesma olimpíada, na Finlândia em 1952, o ouro nos 5 mil, nos 10 mil e na maratona, e a sua mulher, também atleta, mas lançadora de dardos.

Apenas como curiosidade, acabo de saber pelo Wanderlei que o casal era bem engraçado: ele mirradinho e magrinho e ela, ao contrário, pesadona e grandona. “O Zatopek, que foi quem começou com os treinos intervalados, costumava fazer rampas carregando a mulher nas costas”, conta o técnico. Ah e o Zatopek também foi o vencedor da São Silvestre de 1953.

Mas, voltando aos gatos, achei o nome do fundista tcheco um tanto complicado. Adotei o da menina e para o macho, fiz uma homenagem mais direta à prova do dia 31. E bem mais simples para o Bento, que na época tinha dois anos, falar.

Embora passem boa parte do dia dormindo, Silvestre e Diana são grandes corredores. Jamais destruíram os meus tênis de corrida (já as chuteiras do Nilson...), dormem ao meu lado depois dos longos dos sábados e sempre me ajudam na hora do alongamento.
É que os dois, como a professora Mônica (Peralta técnica da Run For Life) sempre chama a atenção têm consciência corporal e sabem como poucos fazer um bom alongamento. São ou não dois grandes corredores?

Adriana Marmo, jornalista e corredora
Foto: Arquivo pessoal de Silvestre e Diana

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

São Silvestre requer força, estratégias e alguns cuidados



Percorrer os 15 quilômetros da São Silvestre exige do atleta uma boa dose de força, estratégia de chegada e cuidados ao longo de um percurso misto de descidas, subidas e muita, mas muita gente.

Nesta prova há duas corridas numa só. A elite e o povão. Nas elites A e B, um pelotão que larga uns 200 metros à frente do povão possuem, em sua maioria, seus técnicos e técnicas diferenciadas. Esses corredores, fora os consagrados, brigam por um lugar ao sol. Para estar entre os 10 primeiros é preciso fazer uma prova correndo ao redor de 3 minutos por quilômetro. Ter treinado cerca de 200 km no último mês em circuitos de subidas fortes, além de boa alimentação, tênis adequado, vontade e disciplina.

Parece meio óbvio escrever sobre a elite, mas não é. Só um vence. Nossos melhores brasileiros tiveram dificuldades em provas importantes neste ano. Marilson Gomes dos Santos foi que se saiu melhor com a vitória na Maratona de Nova York, trazendo pra casa seu bi-campeonato. Frank Caldeira, por exemplo, desistiu de umas corridas, entre outros.

Os atletas de elite também erram em suas estratégias. Correr na São Silvestre não é fácil. Semana passada estava frio e chuvoso. Nesta segunda (29) faz calor. E o que vale é a hora da competição. Se fizer calor os tempos serão mais altos. Clima ameno com chuva pode ajudar em quebra de recorde.

Povão faz a festa
A São Silvestre reúne um grupo bem heterogêneo de aficionados por corridas que aparecem do Brasil inteiro. Há também os estrangeiros que ajudam no coro. Um mar de corredores cujos objetivos são distintos.

Melhorar seus tempos em São Silvestre é a vontade da maioria. Há os sonhadores que pensam ingenuamente em vencer a competição para melhorar a condição de vida de seus familiares. Há aqueles que até conseguem mas é um em um milhão. Mesmo assim, é preciso ter vencido outras provas no ano como 10 km para 29 minutos ou Meia Maratona para 1h10min, por exemplo.

Veja o exemplo do corredor Anoé dos Santos Dias, ele foi décimo numa São Silvestre e terceiro no ano passado. Está evoluindo e dizem que ele pode beliscar neste ano a briga pelo pódio.

Para quem quer fazer festa, deve correr moderadamente. Não abusar da alimentação e evitar ingestão de bebidas alcoólica antes da prova para evitar mal-estar. É comum vermos pessoas passarem mal ao longo da competição.

No percurso, é preciso tomar cuidado com o empurra-empurra do início. Saber onde pisa, pois uma pisada em falso num olho-de-gato pode por a prova a perder. Há ruas em paralelepípedos, obras públicas ao longo do percurso, gente gritando nas laterais e ficar atento às condições das ruas. No elevado, geralmente é quente, por isso o corpo deve estar bem hidratado para chegar ali ofegante. Depois do Viaduto Pacaembu até o Viaduto do Chá, tenha paciência que é um percurso plano e mantenha seu ritmo. Chegou na Brigadeiro mentalize que falta pouco. Em alguns minutos a prova terá acabado. Entrou na Paulista, abra os braço e vá pra os sprint final que é só alegria da conquista de mais uma São Silvestre.

Cuidados a serem tomados
Alimentação

No dia anterior à competição deve-se comer apenas o que estiver acostumado. Massa, salada e suco é recomendável. Chocolate como energético mas sem exageros.
No dia da prova. O café da manhã não deve conter nada gorduroso. Sem invenções. Pão integral, mel, bolachas e sucos são recomendáveis pelos nutricionistas. O almoço deve ser no máximo 3 horas antes da competição. Comer massa, salada e suco. Para a hora da corrida leve uma barrinha energética para repor açúcar no sangue, isso vai lhe ajudar a tirar o estresse e ficar bem com a descarga de adrenalina da largada. Leve também um gel repositor para ser ingerido no posto de água do km 8 (meio da prova). Assim, você chegará inteiro para a chegada. Beba água em todos os postos e jogue água na nuca para refrescar.

Sono, descanso e largada
Deve-se dormir conforme o seu tempo de sono, já que a competição é às 16h50 horas. No dia 30 é importante não correr e descansar. Dormir após as refeições ajuda na recuperação e armazenamento de energia para a prova.
O povão deve chegar à Avenida Paulista a pelo menos 1h30 antes da largada. Se quiser um lugar perto do Masp (bem na frente) deve chegar às 15 horas e ficar por ali que aos poucos todo mundo vai chegando. Fique se movimentando para não ficar travado na largada.
Chegar muito cedo é ruim, pois não dá tempo de fazer as últimas necessidades fisiológicas. É bom levar uma garrafa descartável com água. Beba aos poucos até o momento de largar. Meia hora antes da largada, coma a barrinha de cereais. Isso vai lhe ajudar com a reposição de açúcar.

Boa corrida e Feliz Ano Novo
Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor. Correu oito São Silvestres
Foto: Gazeta Esportiva.Net

sábado, 27 de dezembro de 2008

Sem grandes estrelas, São Silvestre está para quem?



A tradicional Corrida de São Silvestre, em seus 84 anos, devido à sua fraca premiação aos vencedores consegue reunir na elite, apenas corredores internacionais do baixo clero ou brasileiros que precisam de aparição na mídia esportiva. Sem o tricampeão e atualmente rico Robert Cheruiyot e outros corredores da elite estrangeira, a internacional corrida brasileira está boa para Anoé dos Santos Dias. Ilustre desconhecido que foi décimo em 2006 e terceiro em 2007. Frank Caldeira, mal preparado, entra na competição para cumprir compromissos de patrocínio. O clima ameno que deve fazer este ano pode favorecer quebra de recorde da competição.

De acordo com a assessoria de imprensa do evento, foram confirmados alguns africanos como o queniano James Kipsang e a etíope Yimer Wude Avalew. Aos 25 anos, Kipsang foi vice-campeão da Maratona de Berlim/2008 e apenas quinto lugar na Maratona de Nova York. Tudo bem, ele venceu há dois anos a Maratona de Pequim. Já Avalew, especialista em provas mais curtas e de velocidade, segundo os organizadores, venceu a 2ª Corrida da Mulher, disputada em Portugal.

Campeão da São Silvestre de 2006, o mineiro Franck Caldeira tenta recuperar a forma em curto prazo para buscar um lugar ao pódio.

O paranaense Anoé dos Santos Dias é apresentado como destaque da São Silvestre com a vitória na Meia Maratona do Recife e o segundo lugar na Meia Maratona de São Paulo. Ele termina o ano na vice-liderança do Circuito de Corridas da Caixa.

De acordo com a organização, a premiação atual é a maior da história, ou seja, R$ 168,5 mil. R$ 25 mil a cada vencedor do masculino e feminino com total de R$ 50 mil. R$ 20 mil extras para quem baixar o tempo dos 43min12s no masculino e de 50min26s no feminino. Os 10 primeiros ganharão prêmios e os técnicos vencedores dividirão a soma de R$ 10,5 mil.

Só como dado de comparação, a Maratona de Nova York paga US$ 1 milhão para a quebra do recorde e mais um super bônus para um vencedor norte-americano. Aliás, essa mesma quantia é paga para quaisquer atletas que quebrem recordes nos meetings da IAAF (International Association of Athetics Federation). Por isso, a verdadeira elite do atletismo internacional não vem ao Brasil.

Uma continha simples: 20 mil inscrições ao preço de R$ 70,00 gera um caixa de R$ 1,4 milhão em receitas fora todos os patrocínios, inclusive direitos de exibição de TV. Logo, esses R$ 168,5 mil saem como dinheiro de troco.

Torço para que o atletismo brasileiro seja mais valorizado. Sem os atletas profissionais e os amadares não haveria a bela festa que há na virada do ano.

Os últimos 5 vencedores da São Silvestre
A Corrida de São Silvestre foi criada pelo jornalista Cárper Líbero em 1924 como prova noturna, importando a competição de Paris. O dia 31 de dezembro foi escolhido por ser dia do santo católico e ex-Papa São Silvestre. Em 1945, a prova passou a ser internacional, recebendo os principais nomes do atletismo da época. A versão feminina só foi criada em 1975, curiosamente o ano que a ONU, Organização das Nações Unidas, considerou o "Internacional da Mulher".

Masculino
2007 - Robert Cheruiyot (Que) - 45min54seg
2006 - Franck Caldeira de Almeira (Bra) - 44min06seg
2005 - Marilson Gomes dos Santos (Bra) - 44min19seg
2004 - Robert Cheruiyot (Que) - 44min43seg
2003 - Marilson Gomes dos Santos (Bra) - 43min45seg

Feminino
2007 - Alice Timbilili (Que) - 53min07seg
2006 - Lucélia de Oliveira Peres (Bra) - 51min23seg
2005 - Olivera Jevtic (Sérvia e Montenegro) - 51min37seg
2004 - Lidia Cheromei (Que)- 53min01seg
2003- Margareth Okayo (Que) - 51min24seg

Horários
Largada de cadeirantes e handcycle: 15h00
Atletas portadores de necessidades especiais: 15h05
Elite feminina: 16h45
Elite masculina: 16h52 e demais categorias.
O percurso: 15 quilômetros. A largada em frente ao Masp (Avenida Paulista, 1578), Avenida Consolação em descida, Av. Ipiranga, Av. São João, Elevado Costa e Silva, Rua Margarida, Viaduto Pacaembu, R. Norma Giannotti, Av, Rudge, Av. Rio Branco, Viaduto do Chá, Brigadeiro Luis Antonio e Av. Paulista, 900 para a chegada.

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto: ZDL/Leo Shibuya - Robert Cheruyiot vencendo em 2007

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Melhorando a biomecânica da corrida


A corrida é uma das modalidades esportivas mais simples e naturais, porém ela como esporte em si requer alguma atenção quanto aos movimentos cíclicos e locomoção do corpo de forma coordenada e ritmada. Na biomecânica do movimento, a corrida possui duas fases distintas, que são:

Apoio – contato do pé com o solo

Suspensão – elevação e projeção do corpo para a frente

Mas há um momento entre essas duas fases em que o corpo permanece no ar sem contato com o solo. Assim podemos definir a corrida como uma sucessão de saltos.

Os exercícios de biomecânica podem auxiliá-lo a melhorar a técnica de corrida e, consequentemente, melhorar a performance, sem que para isso você gaste energia desnecessária. Selecionamos dez dos principais exercícios que podem ser úteis e lhe ajudar. Eis a seqüência:

Elevação dos joelhos (skipping alto) - faça 50 metros levantando os joelhos até a altura da cintura, com os braços perpendiculares ao corpo e num ângulo de 90 graus. Os movimentos devem ser ritmados e realizados com muita calma, concentrando-se na execução técnica dos movimentos.

O toque no solo deverá ser executado com a ponta dos pés, os braços devem ser movimentados paralelos ao corpo, em forma de pêndulo (permanecendo num ângulo de 90 graus). Durante a execução do exercício, a cabeça deve permanecer no prolongamento do corpo, o olhar direcionado para a frente, os músculos do rosto e pescoço devem estar descontraídos (assim como todos os membros do corpo).

As mãos devem ficar semi-abertas e relaxadas (como na caminhada).

Elevação dos calcanhares (skipping atrás) - repita o movimento anterior, mas dessa vez encostando os calcanhares nos glúteos. Neste exercício o corpo deve estar ligeiramente inclinado para a frente para facilitar o movimento técnico e deslocação (lembre-se que são exercícios direcionados para a corrida e não para o futebol, em que a cada elevação dos calcanhares há um toque das mãos atrás). Os braços continuam na posição de semiflexionados num ângulo de 90 graus, e os movimentos paralelos ao corpo (balanço para a frente e para trás).

Amplitude de passadas (stride) – neste exercício, unimos os trabalhos de técnica anteriores, ou seja, correr 100 metros de forma natural divididos em 2 vezes 50 metros, sendo a primeira metade com ênfase na amplitude de passadas, elevando os joelhos e projetando o quadril para a frente, com ação enérgica dos braços. Na puxada atrás, as pernas devem fazer o movimento cíclico (calcanhares próximos aos glúteos).

Nos 50 metros seguintes, a corrida deve ser em progressão (a velocidade do esforço deve ser até 90% do esforço máximo. Lembre-se que aceleração não quer dizer velocidade máxima). O objetivo principal deste exercício é concentrar-se na técnica (sincronismo). O toque dos pés no solo deve ser rápido, com projeção do corpo para a frente.

Vale lembrar que diferentes distâncias exige técnicas diferentes, por exemplo, a forma de correr de um atleta especialista em 100 metros rasos difere da de um corredor de maratona (42.195 metros, prova de longa distância do atletismo).

Porém, o ponto em comum entre os dois é a necessidade de possuir uma técnica de corrida eficiente (biomecânica) onde se gaste o menos possível de energia e consequentemente um melhor deslocamento para a frente.

Warm-up: 15´00 de corrida lenta (aquecimento)
Biomecânica: exercícios de técnica de corrida (4 x 50 metros x 50 metros)

1. Skipping baixo (exercício na ponta dos pés com os joelhos baixos)

2. Skipping médio (exercício na ponta dos pés com elevação dos joelhos à meia altura)

3. Skipping alto (exercício na ponta dos pés com elevação dos joelhos até altura da cintura) -

4. Skipping atrás ou anversen (elevação dos pés para trás tocando os calcâneos nos glúteos)

5. Dribling (exercício que exige sincronismo e coordenação dos joelhos até altura da cintura, o movimento é executado mesclando o skipping baixo e o alto)

6. Kick-out (elevação das pernas estendidas à frente), trabalho os músculos de elevação das pernas (iliopsoas)

7. Hopserlauf (um dos exercícios de técnica mais completo, muito usado pelos velocistas, exige noção de tempo e sincronismo), é um trabalho que deve ser feita com a máxima atenção e cuidado do praticante, pois, se o mesmo não souber amortecer o impacto do salto nas pontas dos pés, poderá sobrecarregar os joelhos.

8. Cycling (imita o movimento do peladar), é um exercício que solicita os músculos inferiores do abdome e, muita coordenação, assim como noção de tempo do praticante; é um exercício para atletas com força nas pernas, abdome e braços.

9. Amplitude de passadas ou Stride para os velocistas americanos ( 50 metros de corrida com amplitude de passadas

10. Aceleração ou velocidade progressiva (é um excelente exercício para aprimorar a freqüência das passadas, coordenação e velocidade), mas, também exige atenção no momento de executar, comece devagar e vá aumentando a velocidade até no máximo 90% de sua atual capacidade física – jamais dê o máximo, lembre-se que o objetivo é melhorar sua biomecân ica de corrida.

Cool-down: 10´00 minutos de corrida lenta (desaquecimento)

Wanderlei de Oliveira



sábado, 20 de dezembro de 2008

Wilian Pontes: evolução em pouco tempo. "Eu não disse que você conseguia!!!"



Evolução, segundo o dicionário Aurélio significa Desenvolvimento Progressivo. E expressa exatamente o que o atleta amador ou profissional desempenha para atingir seus objetivos. O nosso perfil do blog agora é Wilian Pontes. Ele mostrou em 2008 que atingir a marca dos 39 minutos nos 10 km aos 40 anos em poucos meses de treinamento é possível desde que você queira. Basta disciplina.

E disciplina neste esporte é igual água para sede. Se não houver os resultados desaparecem. E para que Pontes atingisse seu objetivo em tão curto prazo tem outra explicação simples: vontade. Algo que nenhum treinador no mundo consegue impor ao atleta.

Sem vontade Marren Maggi e Cesar Cielo seriam medalhistas de ouro nas Olimpíadas? Sem vontade a China seria recordista de medalhas e os EUA ganhariam tantos ouros como conseguiu? Essa atitude faz mover montanhas.

Wilian jogava futebol, portanto, corrida nos gramados. Até que um dia o corredor Flávio Fleury (os dois trabalham na mesma empresa) o convidou a fazer uma corrida de revezamento. “O Fleury me convidou para fazer parte da equipe de revezamento Pão de Açúcar. Conheci o professor Wanderlei de Oliveira que me convidou para fazer o teste dos 3.000 metros numas das rodagens que fazíamos e aceitei o desafio”, conta Pontes.

Em 2007, Wilian havia participado da corrida dos 10 km da Nike e fez o tempo de 48 minutos. Após 5 meses de treinamentos e assimilando todas as recomendações das corridas, ele voltou à Nike e cravou 39:51, um feito mágico para quem corre.

“Não foi fácil superar os 40 min., dormi bem, acordei cedo, treinei procurando sempre observar o volume de rodagem. Os tiros de 400 e de 2000 que com certeza me ajudaram e muito. Durante a prova larguei procurando não exagerar e passei o KM 1 em 4:05m, sabia que a última parte do percurso seria a mais difícil, consegui manter um bom ritmo passando os 5k cravados em 20 minutos, desconcentrei um pouco no 7º km, e senti um certo cansaço no 8k (subida da ponte na volta). Neste momento falei comigo mesmo: “são apenas 2k” e lembrei dos tiros na pista do Ícaro de Castro e fui determinado, o resultado foi 3'57 no 9km e por fim o último Km com 3'49, meus treinos não tinham sido em vão... a meta tinha sido atingida, fiquei muitíssimo feliz e comemorei muito”, relatou Pontes.

De acordo com Wilian, logo após a linha de chegada ele encontrou o Vicente, o Edson e Nilton Maia. “Conversamos um pouco e o Nilton me disse uma frase que ele repetiu por várias vezes durante os treinamentos dele próprio do Flávio Fleury e do Alcides "Eu não disse que você conseguia!!!"
Em 2008, Pontes fez três meias maratonas: São Paulo - Yescom: 1h37min44se; Montanholi: 1h51min25seg; São Bernardo do Campo: 1h54min52seg. Uma Maratona: São Paulo em 3h40min48segundos. E outras provas menores como a corrida pela paz: 8km e Monte Líbano: 5,7 km. Totalizando 11 competições no ano.

Curiosidade
O sobrenome Pontes é de origem portuguesa, classificado como sendo do tipo toponímico, ou seja de origem geográfica. O fundador inicial deste tronco familiar foi um morador de uma das localidades chamadas de Ponte, sendo conhecido como " Fulano de Ponte ", transmitindo posteriormente essa designação aos seus descendentes.

O primeiro registro conhecido deste sobrenome data de 1.178, tal documento cita um cidadão chamado Johanes de Ponte. Podemos citar algumas localidades portuguesas de Ponte de Lima, Ponte da Barca, Ponte de Sor, esta última construída pelo imperador romano Marco Aurélio Probo.

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto: www.webrun.com.br

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Anita Tanaka é exemplo de superação e de participação



Determinação, dedicação aos treinos, força de vontade são qualidades que se aplicam aos corredores de modo geral. Cada um de nós tem um pouco disso para completar uma competição. Nesta quarta-feira, 17 de dezembro, dona Anita Satie Tanaka completou 62 anos de idade e tem essas qualidades em superlativos. Um exemplo a ser seguido pelos jovens ou experientes corredores.

Anita começou a participar de competições esportivas apenas em 2007, quando correu 13 provas. Neste ano, essa guerreira nipônica participou de cinco competições com a disposição que muitos jovens não têm.

“Por causa de um desgaste no joelho ela não vai poder participar da São Silvestre neste ano. Ela estava triste por isso. Ela tem de limitar a quilometragem por um tempo, fazer musculação e bike para recuperar a forma”, comentou a filha-coruja e montanhista Carla Tanaka. Carla escalou o monte Aconcágua na Argentina em 2008.

De acordo com Carla, dona Anita, cuja formação é estilista, parou de trabalhar logo depois que casou pra cuidar dos filhos. “Acho que somos felizes e seguros por isso. E com uns 50 e poucos voltou a trabalhar montando um Atelier”, completou a filha.

Filha dos imigrantes japoneses (2008 é o ano do centenário da imigração japonesa no Brasil), Tadao Shintani e de Hisami Shintani que vieram ao país na década de 1940 em busca de um lugar melhor para criar seus filhos, escolheram São Paulo para fixarem moradia.

Tanto para dona Anita como para seu Ricardo, o marido, a cultura japonesa permanece enraizada no seio familiar. “Meus oditian e obatian (avô e avó em japonês) eram de Nagasaki (cidade arrasada com a bomba nuclear na segunda guerra mundial)”, conta Carla Tanaka. O sobrenome Tanaka quer dizer: Naka: dentro e TA: feudo, logo os TANAKA medievais ficavam dentro do feudo.

Você tem alguma lembrança dos tempos de infância de sua mãe? “Tenho duas lembranças muito legais: uma é que ela adora Natal... então ela acordava cedo nesta época e colocava umas músicas típicas de Natal e a gente tirava uns dias pra limpar a casa e decorá-la... acordava a gente com essas musicas”, relembra Carla

E continua: “Eu tenho também uma ótima lembrança com muito carinho e um gosto bom de tardes das férias que ela tirava pra fazer roupinhas de bonecas... Super bacanas! Elaboradíssimas!”, conclui.

Essa foi uma homenagem daquela que está sempre correndo entre nós e nos mostrando sempre um sorriso amigo independente do momento em que esteja passando.
Dona Anita, feliz aniversário e ótima recuperação, são os votos da equipe Run For Life.

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Fotos: Carla Tanaka
Foto 1: Anita e Ricardo Tanaka na Airton Senna Racing
Foto 2: Filhos: Carla, Eric, Evely e Ricardo

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

“Educai as crianças e não será preciso punir os homens”


Com essa máxima o matemático grego Pitágoras (570 a.C a 496 a.C) sintetiza o seu pensamento de que a educação deve começar na infância. O médico cardiologista e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo Silvio Régis, relatou nesta semana que o enfarto do miocárdio e o AVC (acidente vascular cerebral) são as causas que mais matam no Brasil. Segundo Régis, os principais motivos para este alto índice esta ligado a uma alimentação inadequada e a falta de atividade física. O sedentarismo é um dos males do mundo moderno. A solução é desde a infância, os pais orientarem seus filhos para a importância de uma dieta rica em nutrientes natur ais: frutas, verduras, cereais, água natural e a pratica de um esporte. Tudo isso como parte de uma rotina diária.

Outro fato alarmante é saber que 100 mil pessoas morrem por ano no Brasil vítimas do álcool, mais até do que o câncer, de acordo com o psiquiatra Ronaldo Laranjeira coordenador da unidade de pesquisa de álcool e drogas da Universidade Federal de São Paulo. A Organização Mundial de Saúde confirmou que o cigarro é a droga que mais mata no mundo, porém o álcool é a pior das drogas.

Procure já seu médico de confiança, faça um check-up médico, odontológico e ortopédico. De posse de todos os exames em mãos e com o sinal verde do médico, vá ao um centro esportivo de sua cidade e procure um profissional de educação física qualificado com experiência comprovada e inicie um programa de atividade física orientado.
Não espere terminar o ano para dar o passo inicial. Comece 2009 com uma nova atitude.

Saúde, energia, entusiasmo.

Wanderlei de Oliveira

Foto: Fernanda Paradizo (Corrida PA Kids)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mitico e Dodô são eleitos atletas do ano Run For Life


Tradicionalmente, a Run For Life elege o "Atleta do Ano" em um evento programado para finalizar o ano em uma festa de confraternização entre corredores e corredoras, realizada nas montanhas de Morungaba no Sítio Santa Clara do nosso amigo e corredor José Carlos Romanholi. E os vencedores, escolhidos pelos índices técnicos e também homenageados os atletas masters: Mitico Nakatani, 76 anos e Valdomiro Paulo Cocato “Dodô”, 67 anos.

Antes da premiação, os atletas fizeram uma corrida-treino de 15 km do circuito batizado de Montanholi. Circuito que para cada quilômetro de descida tinha outro correspondente de subida. Para o leitor ter uma idéia a largada é feita em subida de quase mil metros e os útimos 5 km têm uma longa subida tão íngrime que cansa só de falar. Como tudo era festa, corremos e brindamos nossos feitos de 2008.

Voltando à premiação
Quebrando a regra de anos anteriores em que os vencedores do “Atleta do Ano” foram os que haviam feito maratona no ano vigente, dessa vez a homenagem do corpo técnico RFL foi para a persistência e coragem de dois atletas na acepção da palavra e queridos por todos os corredores e maratonistas.

Mitico, a mais experiente em idade do grupo Run For Life atingiu seu ápice na carreira esportiva em 2005 quando foi campeã mundial master na distância de maratona: 42.195 metros.

Dona Mitico, a senhora venceu todas as competições em sua categoria neste ano? Resposta: “Tem que ser né, seu Arnaldo”. Essa é a dona Mitico, quando ela entra numa competição, seus pequenos passos a levam ao imaginário do Olimpo dos vencedores.

Para o leitor ter uma idéia em 2008, Mitico competiu em várias provas em São Paulo, Manaus (AM), Londrina (PR) e Rosário (Argentina), formando exatas 20 provas.

“Em Rosário foi muito difícil, pois a organização fez um circuito de Meia Maratona (21,097 metros) que passava pela linha do trem. Tivemos de esperar o trem passar para acabar a prova. Cachorro da rua que avançava na gente. Foi a prova mais difícil que fiz nesse ano”, disse. Realmente, cada prova uma história.

Dodô em números
Aos 67 anos, um menino comparado à dona Mitico, Valdomiro, Paulo, Cocato, enfim, Dodô, completou 20 anos de treinamento na Run For Life em 2008. Neste ano, o Atleta do Ano simplesmente venceu 5 cerca de 12 provas em que se propôs, chegando em segundo em outras 4 provas. E suas provas favoritas são os 5.000 e 10.000 metros em pista e 10 km em rua.

Nos 10 km da Corpore São Paulo Classic, um circuito difícil correndo pela Avenida 23 de Maio, Dodô bateu seu recorde do ano ao atingir a marca dos 43min52seg com vigor dos seus 67 anos aninhos. (Ele fará 68 anos no dia 19 de janeiro)

“É muito emocionante pra mim ser homenageado com o prêmio do “Atleta do Ano”. Tem um pouco de cada um de vocês nesse prêmio”, disse Dodô, visivelmente emocionado ao som da galera de “ele merece...ele merece...”.

Ao longo da vida, Dodô contabilizou 366 competições. 54 primeiros lugares, 27 segundos lugares, 14 terceiros lugares, sem contar as participações. No total foram oito São Silvestres.
Veja alguns trechos de suas memórias:

“Fui ex-jogador de futebol (juvenil de 2ª divisão), machuquei o joelho esquerdo. Precisava operar, mas não podia parar de trabalhar para operar. Aos poucos fui desistindo do grande sonho de ser jogador de futebol famoso...”

“Com 45 anos, não sabia mas carregava 80 quilos todos os dias em meu corpo com ênfase na minha simpática e volumosa barriga”.

“Um dia de férias, estava eu, todo espalhado na poltrona da sala quando apareceu uma luz que veio ao meu encontro. Estava triste e mau humorado. Comecei a correr 5 minutos. Vi que nada doía e fui em frente”.

“Em 1988, após participar da maratona do Rio de Janeiro (primeira e única maratona), quebrei a cara. Depois de dois anos por aí percebi que precisa de orientação adequada. Encontrei Wanderlei de Oliveira que estava implantando um trabalho de treinamento individualizado”.

“Hoje, faltando 35 anos para completar 100 anos, sendo 20 só de Run For Life, confesso que ainda nada sei sobre corridas, tamanho é o horizonte de suas variáveis”. Esse é o nosso querido Dodô.

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto: Célio José Brito


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Correndo em grupo

As assessorias esportivas são responsáveis pelo “boom” das corridas no Brasil. Só em São Paulo, são mais de 100, reunindo cerca de 4 mil corredores. Corrida combina com relacionamento. Sozinho é mais difícil, todo mundo precisa de uma mãozinha amiga para impulsionar seus sonhos.

Na corrida não é diferente, e quem impulsiona milhares de corredores são as assessorias esportivas. A rotina desses anjos dos atletas anônimos é dura: acordam cedo, montam centenas de treinos e acompanham como verdadeiros pais o dia-a-dia de seus atletas nos mais diferentes pontos da cidade. Além do treinamento, funcionam como psicólogos e dão até conselhos matrimoniais.

Eles podem ser vistos em diferentes pontos da cidade de São Paulo. Geralmente, começam cedo, antes das 6 horas da manhã, e vão até a noite. Estão espalhados pelos parques do Ibirapuera, Villa Lobos, Água Branca, Morumbi e na USP, onde aos sábados todos se encontram e os corredores, vestindo orgulhosos as camisas de suas assessorias, desfilam pelos quilômetros em busca de qualidade de vida.

Pioneiro
Conhecido como o guru das pistas, o técnico Wanderlei de Oliveira foi o pioneiro das assessorias esportivas quando resolveu montar a Run For Life, há 29 anos. “Era diretor da Federação Paulista de Atletismo e percebi que muita gente queria saber mais sobre o atletismo, por isso a idéia de criar a empresa, que recebeu esse nome por causa de uma aluna que era professora de inglês e fez essa sugestão. Antes o nome seria Run for Your Life”, diz o treinador, que lançou sua empresa antes mesmo de existir a Corpore.

Hoje, Wanderlei de Oliveira é coordenador e atleta master do Clube de Corredores de Rua BM&F, principal clube de atletismo do Brasil e Mônica Peralta tocam a assessoria sob a supervisão do mestre.

“Meu trabalho sempre foi algo mais individualizado e não massificado. Priorizamos a busca da performance de cada pessoa”, lembra Wanderlei, que conta com 160 alunos, em sua grande maioria executivos.

O treinador foi um dos pioneiros a elaborar planilhas para seus alunos, mas fazia questão de treinar junto com eles (o que faz até hoje) na pista do Conjunto Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Parque do Ibirapuera e na USP.

Também gostava de levar sua turma para correr em reservas naturais e Campos do Jordão, aproximando-os da natureza. De acordo com o treinador, a relação com o aluno é tudo nesse negócio.

“Acabamos fazendo parte da vida da pessoa. Muitos estão habituados a treinar bem cedo e o primeiro contato com o mundo exterior é conosco, os treinadores. Passamos a ser um veículo de amizade e eles se abrem. Temos uma influência direta”, diz Oliveira.
Entre as histórias de vida nesses anos de assessoria esportiva, Wanderlei lembra de corredores ilustres que passaram por suas mão, como a Ana Luiza “Animal”, que após viver nas ruas e na marginalidade se tornou uma pessoa produtiva e hoje corre com um grupo de crianças carentes.

“Vale lembrar também dos veteranos Mitiko Nakatani, de 78 anos, campeã mundial master de maratona, e de Oswaldo Silveira, de 78 anos, que mesmo sendo maître em um hotel de luxo em Campos do Jordão tem grande performance nas corridas”, explica Wanderlei, que de 92 a 2002 trabalhou como técnico do Grupo Pão de Açúcar.

Reportagem publicada na revista Running Brasil em 2007
Alguns dados foram atualizados.
Autor do texto: Aguinaldo Pettinati
Foto: Fábio Andrade
Edição: Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Sambar é um esporte


"Quem não gosta de samba bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé"

No último dia 2 de dezembro foi comemorado o Dia Nacional do Samba, muitos cobraram um post no blog, mas como tudo tem a sua hora, aqui vai. O poeta Dorival Caymmi, autor da canção "Samba da minha terra": - "Quem não gosta de Samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé", com essa letra marcou o início da carreira que foi lançada pelo Bando da Lua em sua visita ao Brasil em 1940. "O Samba de Minha Terra" foi regravado por João Gilberto em seu elepê de 1961 e apresentado ao vivo no Carnegui Hall, em Nova Iorque no ano de 1964.

Saber sambar é uma arte e um esporte
O meu pai Olavo de Oliveira, um apaixonado pelo futebol e também pelo samba, foi o fundador da Escola de Samba Almirante nos anos 50. A escola era formada por jovens moradores do Bairro da Moóca, todos esportistas.

Dele herdei essas duas paixões, o esporte e a música. Comecei como passista em várias escolas (o garotinho da foto que ilustra este post não sou eu, mas se parece comigo quando tinha essa idade) até ser convidado pelo “Pé Rachado”, fundador e presidente da Barroca da Zona Sul (que também era amigo do meu pai), para desfilar em sua escola. E lá fui eu, dos 14 aos 17 anos, até ser convidado pelo presidente da Imperador do Ipiranga, Laerte Toporcov (ex-deputado, atualmente colunista do Jornal Gazeta do Ipiranga) e pela carnavalesca Maria Aparecida Urbano (minha professora de arte no ginásio do Colégio Cardeal Motta, no bairro do Ipiranga em São Paulo), para ser “mestre-sala”. Aos dezoito anos estreava na passarela do samba. Dessa época, guardo o carinho e respeito que as pessoas da escola tem por essa figura do “mestre-sala” e da “porta-bandeira”. São eles que carregam na avenida a bandeira da escola: - com galhardia, enaltecendo as raízes da cultura de um povo, assim como um “beija-flor” que antes de colher o néctar, circunda por várias vezes a flor, como que a pedir licença para se deleitar de prazer com o seu mel.

Os anos se passaram e o estandarte segue em frente. Hoje minha filha Gisa Oliveira se tornou uma expert em samba e é apresentadora do Programa Comunidades. Faça uma visita ao seu blog e fique por dentro do que acontece no mundo do samba. É só acessar http://programacomunidades.blogspot.com/

Da comparação com o esporte, para sambar é preciso condicionamento físico. Monitorados pela equipe do professor Turíbio de Barros Leite, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), durante o tempo de desfile de sessenta minutos e, cada ala leva para percorrer os 800 metros da passarela do samba de vinte a vinte e dois minutos onde são gastos em média 400 calorias.

Wanderlei Oliveira


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

“A Evolução é a Lei da Vida”




Para o matemático e místico grego Pitágoras (570 a.C a 496 a.C), todas as coisas são números. E o ser humano tem que estar sempre em evolução. O número é a Lei do Universo. É um pensamento atual que pode ser adequado para o atletismo.

O seu resultado em uma competição – é um número. E é isso que você vale. Se quiser evoluir, tem que treinar. Não existe outro caminho.

Os exercícios de “biomecânica do movimento” são excelentes para atingirmos a perfeição e sincronismo dos membros inferiores e superiores. Extenuantes, mas eficientes quando realizados com sabedoria. Também chamados de educativos por aprimorar e harmonizar os movimentos do corpo. Maior eficiência. Menor gasto energético.

Pitágoras foi o criador da palavra “filósofo”.
Quem não se lembra nas aulas de matemática do “Teorema de Pitágoras”? A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.

Outro pensamento do sábio era: “educai as crianças e não será preciso punir os homens”.

“Gentileza gera gentileza”

Nós brasileiros também temos grandes sábios, poetas e filósofos. O Profeta Gentileza foi uma figura célebre do Rio de Janeiro nas décadas de 1980 e 1990. Ele espalhava suas poesias pelos muros, paredes e distribuía no trânsito papéis com belíssimas mensagens. Alguns de seus escritos estão reproduzidos nas pilastras do prédio do SESC de Santo André. Vale conferir na Rua Tamarutaca, 302 (telefone 4469-1200).

A cantora e compositora Marisa Monte prestou uma homenagem ao Profeta na canção intitulada Gentileza:

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca

Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza

Por isso eu pergunto
A você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta

É para frente que se corre.

Wanderlei de Oliveira

Cientista calcula limite da velocidade humana



Na prancheta é fácil.

Volta e meia, matemáticos, estatísticos, fisiologistas e médicos das mais diversas especialidades se lançam à produtiva tarefa de tentar calcular os limites humanos.

Qual é o máximo da velocidade, da resistência, da força? Até onde os recordes podem ir, se é que há limites para a capacidade humana?

O cientistas Mark Denny, que coordena o Laboratório de Biomecânica que leva seu nome na Universidade Stanford, decidiu verificar se há limites absolutos para a velocidade humana.

O cientista comparou as performances do homem com as de cães e cavalos de corrida, contando com gigantescas séries históricas: encontrou dados de velocidade de cães de corrida desde a década de 1920 e desde o século 19 para cavalos e humanos.

Concluiu que os animais aparentemente chegaram ao limite. Os tempos dos cães estão estacionados desde a década de 1970, e a velocidade dos cavalos não aumenta desde a década de 1940, para o Kentucky Derby, e desde 1970 em outras duas provas do hipismo norte-americano.
Quanto a nós, ainda há gordura para queimar, a crer nos cálculos de
Denny: nos 100 m, ele estabeleceu o limite em 9s48 (0s21 abaixo do atual recorde mundial estabelecido por Usain Bolt).

O cientista calcula que as mulheres podem baixar ainda 0s30 da marca de 10s49, estabelecida pela norte-americana Florence Griffith-Joyner há 20 anos.

Na maratona, o professor de Stanford é mais otimista que o atual recordista mundial, Haile Gebrselassie, que correu a prova em 2h03min59 em 28 de setembro passado, em Berlim. Denny acredita que algum homem ainda correrá os 42.195 metros em menos de duas horas.

Para ele, a marca atual deve cair entre 2min7 e 4min23 até o limite humano.
Para as mulheres, o limite está mais próximo, a crer nos cálculos do cientista.

Ele estabeleceu o limite humano em 2h12min41. Escreveu não leu, tá no papo para a inglesa Paula Radcliffe, que já correu em 2h15min25 em 2003.

Fica aqui o registro para que as futuras gerações façam suas comparações....

Fonte: Rodolfo Lucena, jornalista e corredor (enviado por Adriana Marmo, jornalista e corredora)
Foto: IAAF

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

“Aquele Abraço” para a crise.



Abelardo Barbosa (30/09/1917 a 30/07/1988), o popular Chacrinha foi o autor da célebre frase, “Na televisão, nada se cria, tudo se copia!”. Parece que o Brasil esta vivendo um “pessimismo coletivo” de tanto que se fala em crise. As pessoas estão se deixando influenciar. Qualquer motivo para desculpas - é a crise. Na programação neurolinguistica, a palavra crise, cortando-se o letra “s”, vira “crie”.

Para o “Velho Guerreiro”, imortalizado na canção “Aquele Abraço” de 1969 de autoria do cantor e compositor Gilberto Gil, não tinha tempo ruim. Certa o ocasião, o bacalhau não saia do estoque das Casas da Banha, que patrocinava a TV Tupi, onde apresentava seu programa semanal a “Discoteca do Chacrinha”, sucesso nos anos 60.

Ele gritava: “Vocês querem bacalhau?”. E a platéia, voava para ter um exemplar. Resultado, em poucos dias não tinha bacalhau no mercado. Como o próprio Chacrinha comentou na época: “Brasileiro adora ganhar um presentinho”.

Então ta esperando o que meu irmão. D eixe de reclamar e vai à luta como na música do Gilberto Gil: “meu caminho pelo mundo eu mesmo traço”.

Quem sabe de mim sou eu.
Alô Rio de Janeiro. Aquele Abraço!
Todo o povo brasileiro. Aquele Abraço!...

Wanderlei de Oliveira

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

T&F reúne 2,5 mil corredores e negocia novas etapas em 2009




2.500 pessoas. A última etapa de um dos circuitos mais rápidos do calendário. Garota, garoto, homens e mulheres da melhor idade. Casados, solteiros e uma legião de apaixonados por corridas estavam posicionados para largar às 8 horas deste domingo (30/11) na Track&Field Run Series.

Ao som jovem das melhores baladas, as bonitas pessoas se preparavam dentro e fora do Shopping Villa Lobos. Gente que foi pra correr e gente que queria ser vista em boa forma. Amigos se reencontrando e as equipes de corredores montando suas tendas.

Ao som da largada, tudo fora esquecido e para concentração total nos 10 km que têm pela frente. A elite largou forte e aos mortais restava terminar bem a competição. O que mais vale numa corrida de 10 km é manter a forma, a saúde e a energia.

A vencedora no feminino foi Jaciane Barroso Araujo com o tempo fantástico de 37min46seg. Ela estava sobrando e fez um tempo para homem nenhum botar defeito. “Foi uma prova fácil com um percurso maravilhoso”, disse a rápida mulher de poucas palavras. Em seguida, veio Vivian de Oliveira com o tempo de 40min21seg, perseguida por Janaina Pinto Fernandes que cruzou o tapete do chip com o tempo de 40min22seg.

Entre os homens, o vencedor foi o professor de educação física José Rodrigues dos Santos, que derrubou a faixa de chegada com o tempo de 30min51seg. “No km 2 senti dificuldade na respiração, o ritmo estava rápido. Correr não é fácil. Cada dia a gente de melhorar um pouquinho”, ensina o professor de 31 anos que corre 160 km por semana.
Seu objetivo é treinar para atingir 29 minutos nos 10 km.

Na hora da corrida estava um pouco quente. Os corredores precisaram usar toda a água disponível ao longo do circuito quase todo plano. A organização cuidou de tudo, pois os corredores tinham disponíveis: serviço de massagem pós-prova, orientação do Hospital do Coração, foto de graça na hora, entre outras iniciativas, além do imã de geladeira colado nas costas da medalha.

A Track&Field começou em São Paulo e hoje está em nove cidades brasileiras com quatorze competições que reuniram em 2008 reunindo cerca de 20 mil atletas.

“A idéia do circuito Track&Field é estar em cada praça em que haja uma loja. Ano que vem deveremos abrir novos circuitos em outros Estados. Fixamos o limite em 2.500 pessoas para dar conforto, comodidade e segurança”, comentou Frederico Motta, da Latin Sports, responsável pela organização do evento.

Run For Life
Mais uma vez os atletas Run For Life estiveram presentes à Track&Fied competindo, superando desafios e buscando melhorar suas marcas.

Masculino
Arnaldo de Sousa, 41min04seg
Wanderlei de Oliveira, 43min12seg
Francisco Ferreira de Lima Filho, 45min06seg
Oswaldo Silveira, 51min25seg
Edimilson Calixto dos Santos, 53min34seg
Ideo Koga, 1h02min53seg
José Carlos Romanholi, 1h05min34seg

Feminino
Patrícia Rodrigues Vismara, 44min59seg
Selma Nakakubo, 47min40seg
Shâmia Raif Salem, 1h09min31seg


Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto do vencedor José Rodrigues dos Santos/Approach

Entre 52 e 51 minutos


Durante a semana que antecedeu a terceira e última etapa dos 10K Track&Field Run Series, no dia 30 de novembro, o maître e maratonista Oswaldo Silveira por várias vezes perguntou sobre sua inscrição para a prova. Organizado como sempre, combinamos de nos encontrar às 6h30 na entregue do chip, na frente do Shopping Villa Lobos, em São Paulo. Conforme o combinado, lá estava eu com o seu kit. Porém, o senhor Oswaldo estava à minha espera desde às 5h50. Perguntei: "Por que tão cedo?" Ele respondeu: "Para ter mais tempo para aquecer". Momentos antes da largada, nos dirigimos para o local. Um jovem casal perguntou ao maître quanto ele iria fazer. Simpático, ele respondeu: "Pergunte ao meu técnico, que está aqui". Eu, concentrado na largada e tentanto acalmar a Ana Luiza dos Anjos Garcez, popular "Animal", que estava ansiosa para sair antes do tiro de largada, respondi: "Entre 52 e 51 minutos".
Assim que cheguei, fiquei esperando pelo experiente maratonista de 78 anos. Não demorou muito e já apontava ele na reta de chegada, todo sorridente. "E aí seu Oswaldo, quanto o senhor fez?", perguntei. Ele mostrou o relógio: 51min26s.

Hoje, segunda-feira, 1o de dezembro, lá estava ele às 5h55 na pista de atletismo do estádio Ícaro de Castro Mello, no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, disposto, feliz, entusiasmado para mais um dia de treinamento.

Temos muito que aprender com o jovem Oswaldo Silveira, pela sua energia contagiante.

Wanderlei de Oliveira