domingo, 29 de junho de 2008

Tyson Gay bate o recorde americano nos 100 metros: 9,77 segundos



Oregon (EUA) - O campeão mundial dos 100 metros rasos, o norte-americano Tyson Gay, bateu o recorde dos Estados Unidos, neste sábado (28) em Eugene, no Oregon (EUA) com o tempo de 9seg77milésimos, superando a marca de Maurice Greene (9,79) de 1999. A marca de Gay é apenas 5 milésimos acima do recorde mundial do Jamaicano Usain Bolt que marcou em 30 de maio: 9,72 segundos.

Na classificação pelas quartas de final do GP de Eugene, no Oregon, Gay explodiu ao sair dos blocos e abriu visíveis 30 metros do segundo colocado e chegar em primeiro lugar com a terceira melhor marca mundial.

Atrás de Gay, vieram Jeffery Demps com o tempo de 10,01 segundos. Em terceiro chegaram juntos Walter Dix e Leroy Dixon com o tempo de 10,02 segundos.

"Depois da primeira volta, fiquei assustado. Eu quase comecei chorando e pensei que não iria conseguir. Eu estava muito nervoso atrás da linha inicial. Usei bastante os braços para poupar energia", declarou o campeão e um dos candidatos a uma medalha olímpica.

Foto: IAAF
Texto: IAAF com adaptações de Arnaldo de Sousa

Jadel Gregório tem melhor salto do ano no Troféu Brasil




Jadel Gregório conquistou a medalha de ouro no Troféu Brasil Caixa de Atletismo no salto triplo, que foi disputado na manhã deste domingo (29), no Estádio Ícaro de Castro Melo, no Ibirapuera (São Paulo). Com 17,28 m, o atleta do PINHEIROS-SP ainda conseguiu a sua melhor marca do ano.

"Queria um salto melhor, perto dos 17,60 m. Mas estou conseguindo a progressão planejada para esta temporada. Agora é treinar com calma para chegar bem nos Jogos Olímpicos e brigar por medalha", afirmou o recordista sul-americano, que, com 17,90 m, tem a melhor performance entre os triplistas em atividade.
Atrás de Jadel Gregório ficou Jefferson Sabino, com 16,89 m. O atleta da equipe BM&FBOVESPA-SP também está qualificado para Pequim no salto triplo. Leonardo dos Santos (ULBRA SUZANO-SP) terminou na terceira colocação, com 16,25 m.
Outras modalidades
Nos 1.500 m feminino: Juliana Gomes dos Santos (BM&FBOVESPA-SP) subiu ao degrau mais alto do pódio, com 4:20.93. "Essa vitória significa muito para mim. Eu me superei, pois não vinha competindo bem. Ainda vou tentar o índice olímpico até o dia 20 de julho (data limite para a formação da equipe brasileira), mas se não conseguir, estarei feliz em ver meu marido (Marílson dos Santos, nos 10.000 m e na Maratona) lá", afirmou a vencedora. Em segundo lugar ficou Christiane Ritz dos Santos (ULBRA SUZANO-SP), com 4:22.50, seguida de Zenaide Vieira (BM&FBOVESPA-SP), com 4:23.94.

110 metros com barreiras: Matheus Inocêncio (REDE ATLETISMO-SP) foi o vencedor dos 110 m com barreiras. Com o tempo de 13.75, ele ficou à frente de Eder Antônio Souza (BM&FBOVESPA-SP), com 13.80, e de Anselmo Gomes da Silva (BM&FBOVESPA-SP), com 13.91. Anselmo está qualificado para Pequim.

800 metros: Fabiano Peçanha (ULBRA SUZANO-SP) venceu os 800 m com 1:46:40, seguido por Kleberson Davide, com 1:46.73, e Hudson Santos de Souza, com 1:46.90 (ambos atletas da BM&BBOVESPA-SP). O gaúcho Fabiano, de 25 anos, já estava qualificado para os Jogos de Pequim (tem índice A, feito em 2007, e B, em 2008). Kleberson Davide também está qualificado para os Jogos Olímpicos, assim como Hudson, mas nos 1.500 m.

5.000 metros : Marilson Santos (BM&FBOVESPA) garantiu o ouro nos 5.000 m ao marcar 13:59.57 na manhã deste domingo (29). O objetivo dele - que já havia vencido os 10.000 m - era pontuar para a equipe. O segundo lugar ficou com Joilson Bernardo da Silva (BM&FOVESPA), com 14:13.34, seguido de Ubiratan José dos Santos (USINA SÃO JOSÉ-PE) com 14.20.96.

Dardo: Julio Cesar de Oliveira (BM&FBOVESPA-SP) venceu o lançamento do dardo no último dia do TB Caixa, com 71,44 m (o índice olímpico é 77,80 m). "Esperava mais de mim nessa prova, estava solto no aquecimento", disse o atleta. Sua melhor marca este ano foi 73,18, mas já chegou a fazer 78,91 em 2006, a melhor marca da sua carreira. O segundo lugar ficou com Luiz Fernando da Silva (REDE ATLETISMO-SP), com 70,68m, seguido de Alexon dos Santos Maximiano (JPPF-AM), com 66,11m. O convidado da CBAt, Ignacio Guerra (Chile), fez 73,84 m, melhor lançamento da prova.

Texto e Foto : CBat
Edição: Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor

Recordes no último dia do Troféu Brasil de Atletismo



São Paulo - Emoção, surpresa e brilho, no último dia do Troféu Brasil Caixa de Atletismo 2008, encerrado neste domingo (29), no Estádio Ícaro de Castro Melo, no Ibirapuera, em São Paulo. Com sol e temperatura agradável, milhares de pessoas viram o brilho de Fabiana Murer e Maurren Maggi - ambas, da BM&FBOVESPA-SP -, que venceram, respectivamente, o salto com vara, com 4,80 m, e o salto em distância, com 6,99 m.

A marca de Fabiana Murer corresponde ao novo recorde sul-americano absoluto da prova (ela tinha 4,66 m ao ar livre e 4,70 m, em pista coberta). A marca também é o novo recorde do TB Caixa, já que o anterior, dela mesma, era 4,57 m, de 2006.

Fabiana foi escolhida por uma comissão de técnicos, como a melhor atleta do torneio feminino do TB Caixa 2008. No masculino, o eleito foi Mahau Suguimati (PARANAVAÍ/ASSEM-PR), ganhador dos 400 m com barreiras com 49.15, índice A para os Jogos Olímpicos e seu recorde pessoal.

Maurren, por sua vez, estabeleceu novo recorde do TB Caixa - ela tinha o antigo, 6,86 m, de 2002. O salto de 4,80 m de Fabiana e o de 6,99 m de Maurren se constituem, nas duas provas, a segunda melhor marca de 2008.

Fabiana e Maurren são duas das principais esperanças de pódio do atletismo brasileiro nos Jogos Olímpicos de Pequim (em agosto), assim como Jadel Gregório (PINHEIROS-SP), que venceu o salto triplo com 17,28 m, sua melhor marca na temperatura.

"Nunca gostei tanto de cair, como depois de superar os 4,80 m", brincou Fabiana, em entrevista aos repórteres, logo após a vitória. Na mesma prova, ela já tinha superado a marca de 4,71 m, que já era um novo recorde. "Esta marca me coloca em um novo patamar, superior", disse a saltadora campineira, que treina com Élson Miranda de Souza e está há 12 anos no atletismo. "Acho que agora posso dizer que, de fato, tenho chance de subir ao pódio em Pequim", completou.

Maurren ressaltou a importância de manter a regularidade: "Saltei várias vezes este ano acima dos 6,90 m e agora cheguei a 6,99 m. Se conseguiu manter este ritmo, poderei lutar por uma medalha olímpica em Pequim", disse Maurren, que completou 32 anos no último dia 25 e que é treinada por Nélio Moura.

Índices olímpicos
Durante os cinco dias do Troféu Brasil Caixa 2008, mais seis atletas confirmaram a qualificação para os Jogos Olímpicos de Pequim:
Mahau Suguimati (400 m com barreiras),
Evelyn dos Santos - SANTA MÔNICA (200 m);
Maria Laura Almirão - BM&FBOVESPA (400 m);
Lucimar Teodoro - REDE ATLETISMO (400 m com barreiras);
Maíla Machado - BM&FBOVESPA (100 m com barreiras);
Elisângela Adriano - BM&FBOVESPA (lançamento do disco).

Além das marcas de Fabiana Murer e Maurren Maggi, mais quatro atletas estabeleceram recordes do TB Caixa:
Wagner Domingos (REDE ATLETISMO), com 68,13 m no lançamento do martelo;
Jessé Farias de Lima (REDE ATLETISMO), com 2,28 m no salto em altura;
Cisiane Lopes (FUNTEC), com 1:38.37 nos 20 km marcha;
Gisele de Oliveira (BM&FBOVESPA), com 13,80 no salto triplo - recorde igualado.

CLASSIFICAÇÃO POR EQUIPE:
O TB Caixa 2008 teve a vitória da BM&FBOVESPA, que somou 781,5 pontos (283 pontos no masculino e 498,5 no feminino). O vice-campeonato ficou com a REDE ATLETISMO, que fez 522,5 pontos (325 no masculino e 197,5 no feminino). Em 3º lugar ficou a ULBRA SUZANO com 187 pontos, em 4º SANTA MÔNICA com 124, e em 5º o PINHEIROS, com 101 pontos.

Mais informações - noticiário, resultados completos, classificação por equipes, galeria de fotos - estão disponíveis no site da competição, no endereço abaixo:http://www.atletismo-trofeubrasil.com.br/competicoes/trofeubrasil/

Texto: Benê Turco da CBat

FOTO: Acima, Maurren comemora a vitória; abaixo, Fabiana estabelece novo recorde (BRUNO MIANI - Divulgação CBAt)

terça-feira, 24 de junho de 2008

“Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”



Foi a primeira frase que pensei ao cair na VII edição do Circuito Montanholi em Morungaba no sábado dia 21 de junho.

O paulista Paulo Vanzolini é o autor da letra do samba “Volta por cima” de 1962, que ficou famosa na voz do cantor Noite Ilustrada. Vanzolini é médico formado pela Universidade de São Paulo com especialização em zoologia na Universidade de Harvard nos Estados Unidos. Zoólogo mundialmente respeitado por seu trabalho no Instituto Biológico e no Butantã é um dos principais nomes da música popular brasileira, autor da belíssima canção: - Ronda.

Na descida do circuito após o quilometro doze, ultrapassei o Nilton Maia que momentos antes informou que iria parar no décimo quarto quilometro por estar sentindo dores musculares devido ao curso de montanhismo que esta fazendo nos finais de semana.

Como meu objetivo era fechar em 1h45, que é a média dos últimos anos (já completei cinco edições, parei em 2005 quando o circuito foi realizado após a Maratona de Roterdã e não estava totalmente recuperado), começaria a imprimir um ritmo mais forte a partir do segundo trecho da prova.

O Nilton Maia, solidário como sempre tentou me ajudar na queda mais não era possível fazer nada. Como havia um carro ao nosso lado descendo junto enquanto eu rolava morro abaixo, o que pude fazer foi soltar o corpo e empurrar o chão com a mão esquerda para deslocar meu corpo para a direita e evitar um acidente mais grave.

É preciso estar sempre atento, isso é um lema constante no meu dia-a-dia, não sei como caí, não tropecei em nada. De repente estava me ralando nas pedras da estrada de terra. Levantei rápido. Aí vi o estrago que fez, escoriações nos dois joelhos, um buraco na mão esquerda. Hematomas na perna esquerda até altura da bacia. Como dizem os americanos: “no pain, no gain”.

Falei para o Nilton seguir em frente. E ele foi até o final, ainda ajudou a Ana Luiza dos Anjos Garcez a completar a prova (ela sempre quer parar) e sempre pára. Na hora da festa, o Nilton confessou que dedicou a prova para o seu técnico.
Um belíssimo gesto de companheirismo.

A Patrícia Rodrigues Vismara, minha esposa ao me ver na ambulância sendo atendido pelos médicos, ficou preocupadíssima. Pedi a ela para continuar que estava tudo bem. Ela estava em um bom momento da competição, solta, forte e confiante.

Principalmente pelos vários treinos específicos realizados nos últimos dois meses para a prova (Campos do Jordão, Guarujá, Aldeia da Serra e também no próprio circuito em Morungaba). Saí da ambulância andando e um dos médicos vinha atrás me acompanhado. Não pensava em completar a prova. Pretendia caminhar até o Sítio Santa Clara e ficar na torcida pelos amigos.

A Patrícia deixou de fazer uma excelente prova para ficar ao meu lado. Nesse momento passava a Fernanda Paradizo que acompanhava do carro madrinha fotografando e o José Carlos Romanholi - correndo, ao me ver todo ralado, sujo, gritou para o motorista do carro me pegar e levar para a base do posto médico que estava no Sítio.

A foto acima foi tirada momentos antes do acidente. O carro que estava atrás de nós com o pessoal de marketing do Frigorífico Marba, quase me usou como matéria prima para a produção de presunto (foram eles os primeiros a prestarem socorro e me levar para o posto de atendimento médico no quilometro treze). Como disse o montanhista e corredor Enzo Ebina, seria um “presunto magro”. Brincadeiras à parte, ainda na letra do Paulo Vanzolini – “reconhece a queda e não desanima, levanta sacode a poeira e dá a volta por cima!”.

Agradeço a todos pela manifestação de carinho e aproveito para citar uma mensagem oriental que recebi da Dra. Selma Nakakubo (campeã da primeira edição do Circuito Montanholi em 2002): “Um tombo sempre nos abre os olhos para um outro lado que deixamos de prestar a atenção, depois dele sempre melhorará”.
Quiô-tsuque-tê!

Wanderlei de Oliveira
Foto: Antonio Ponzini

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Brasileiro e queniana vencem o VII Circuito Montanholi


Neste sábado, 21 de junho, foi realizada a 7ª Meia Maratona Montanholi (Circuito Montanholi 2008) com muito arrojo e ousadia daqueles que decidiram enfrentar as montanhas ao redor do sitio Santa Clara no município de Morungaba (103 km de São Paulo). Um dia de muitas surpresas.

No primeiro dia do inverno brasileiro, o Circuito Montanholi recebeu seus competidores a partir das 7h30 da manhã com um grande café da manhã. Marca registrada do anfitrião, José Carlos Romanholi.

Amigos revendo amigos de corridas que se confraternizam na manhã de Morungaba. A primeira surpresa é estarmos circulando entre quatro quenianos (Annie Cheptanui, Salina Jebet, Paul Kipkemei Kipkorir e Rotich Philemon, acompanhados do manager Moacir Marconi, conhecido por Coquinho) que foram exclusivamente para competir nas montanhas do local.

Após o café, atletas de elite, atletas Run For Life entre outras equipes participantes, homens, mulheres e crianças foram fazer o alongamento/aquecimento com a professora Monica Peralta da RFL, que preparou o grupo para enfrentar a longa jornada.

No Montanholi 2008, havia pessoas de todas as idades com o firme propósito do desafio de correr 21,1 km, 14,2 km e 9,2 km. Uma competição, segundo atletas experientes, das mais bem organizadas do Brasil, em cross-country.

A corrida
Ao apito inicial, todos os corredores se posicionaram no pórtico do relógio, onde estava a primeira esteira de cronometragem (que na realizada registrou o tempo final dos atletas). A largada foi numa subida de 800 metros, em que os competidores já iniciavam em aclive.

A Polícia Militar e organização acompanharam os atletas da ponta liderados por um pelotão inicial de quenianos e brasileiros. Ao longo do percurso várias ambulâncias apostos e garçons servindo água para os corredores. Infra-estrutura invejável.

Os atletas da elite imprimiram um ritmo impressionante para uma corrida com desafios tão fortes que nem pareciam humanos. No início havia um pequeno grupo mas do meio pra frente a liderança foi sendo alternada e nos últimos quilômetros, Israel dos Anjos, atleta independente de Atibaia (SP), aumentou o ritmo e venceu a corrida em 1h12min56seg em honra dos brasileiros.

O queniano Paul Kipkemei Kipkorir veio na seqüência concluindo a prova em 1h14min28seg, perseguido pelo compatriota Rotich Philemon em 1h14min39seg.

Entre as mulheres venceu a queniana Annie Cheptanui com o tempo de 1h21min20seg. Aliás, ela não só venceu a prova como bateu todos os recordes sugeridos pela organização, levando R$ 6.000,00 pela conquista ao todo, já que no masculino não houve quebra de recorde conforme o proposto (abaixo de 1h10).

“A prova foi fantástica, não tivemos grandes problemas. É uma satisfação receber todos os competidores no Circuito Montanholi. Esperamos realizar o Circuito Montanholi 2009 no terceiro sábado de junho, novamente, com muita festa e quebras de recorde”, comentou José Carlos Romanholi ao final da competição.

Veja o link das fotos do circuito feitas por Antonio Ponzini
Parte 1
http://picasaweb.google.com/acponzini/MeiaMaratonaMontanholi2008Parte1
Parte 2
http://picasaweb.google.com/acponzini/MeiaMaratonaMontanholi2008Parte2
Parte 3
http://picasaweb.google.com.br/fparadizo/CircuitoMontanholi2008

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Fotos: Antonio Ponzini e Fernanda Paradizo

terça-feira, 17 de junho de 2008

Cabeça quente e pé na estrada



São Paulo (SP) – Nos últimos dias, a capital paulista tem registrado temperaturas na casa dos 12 graus às 6 horas da manhã e 20 graus ao meio-dia. Na próxima sexta-feira, dia 20 de junho, entraremos na estação mais fria do ano, o inverno e, alguns cuidados devem ser tomados pelos praticantes da corrida:

Efeito sanfona: no frio o risco de engordar aumenta, devido à ingestão de alimentos de alto teor calórico. Procure manter uma alimentação balanceada, bem parecida com a que você consumiu no verão.

Deixe a preguiça de lado: se você está habituado a se exercitar pela manhã, mas, no frio pensa duas vezes antes de se levantar da cama quente, mantenha a rotina, porém, previna-se contra o frio.

Resistência em alta: todos sabem que a atividade física regular aumenta a resistência orgânica, prevenindo de gripes, osteoporose, doenças cardíacas. Consuma neste período alimentos ricos em vitamina C, como laranja, acerola, mamão papaia, brócolis, morango, kiwi. Vale também reforçar a ingestão de alimentos que contenham vitamina E (potente antioxidante que combate os efeitos dos radicais livres): germe de trigo, amêndoa, gema de ovo.

Proteja o seu corpo: use roupas especiais para o inverno e dê preferência para os tecidos de performance, como os tecidos inteligentes: termo air, suplex, e dri-fit (que mantém a temperatura de seu corpo enquanto você corre e transpira, sem encharcar a camiseta). A região de seu corpo que merece maior atenção é a do peito, por reunir vários órgãos vitais. Mantenha-o sempre protegido. Extremidades, como mãos e pés, também merecem atenção. Proteja-os com luvas e meias especiais. Caso tenha pouca proteção no telhado, use boné de suplex, para não esquentar demais a cabeça. Ao término da corrida troque a roupa molhada por roupas secas de imediato.

Não corra ensacado: os plásticos junto ao corpo elevam demais a temperatura interna, aumentam a sudorese e predispõem à desidratação.

Água fresca: mesmo no inverno se faz necessário a ingestão de água antes durante e após aos exercícios. Mantenha o hábito de se hidratar a cada 20 minutos com 200 ml de água durante a sua corrida diária. Durante o dia, 3 litros de água serão suficientes.

Indoor: se você é daqueles que prefere correr em um lugar sem vento ou frio, com temperatura aclimatizada, o melhor é optar pela esteira. Saiba que ela surgiu com essa finalidade em países como a Finlândia, onde seis meses por ano neva e os outros seis meses faz frio. Como os atletas olímpicos não tinham como treinar ao longo do ano, foram criados a esteira e o frequêncímetro.

Algo especial: Hoje às 6 horas da manhã, os termômetros registravam 7 graus, um dos dias mais frio do ano. Quando me dirigia para o Jardim Botânico, para minha surpresa, vi um corredor de calção e camiseta, suando - cheio de energia. Apesar da escuridão ao redor do Parque do Estado devido à mata atlântica nativa, era possível ver em seu rosto a felicidade por estar vivo - correndo.
Cada vez mais me convenço de que os corredores (as) são seres especiais.

Wanderlei de Oliveira
Federação Paulista de Atletismo
http://www.corridaderuafpa.com.br/

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Novo recorde na África do Sul



O russo Leonid Shvetsov é o novo recordista da Comrades Marathon prova de 87 quilômetros realizada todo dia 16 de junho (dia da juventude) na África do Sul, há 87 anos.

Shvetsov com 5h24min46seg estabelece a melhor marca para o percurso de subida. Com a vitória no circuito em descida no ano passado onde estabeleceu o recorde em 5h20min49 é o primeiro homem depois do sul-africano Bruce Fordyce a vencer nas duas direções.

Entre as mulheres a russa Elena Nurgalieva vence pela quarta vez (2003, 2004, 2006 e 2008) com 6h14min36. Nurgalieva tem o segundo melhor resultado para o circuito em descida de 6h07min40 (2003) e o recorde em subida com 6h09min24seg estabelecido em 2006.

Pontualmente às 5h30 horas da manhã, ao som do canto do galo (que é o sinal de partida), mais de 11 mil corredores largaram de Durban (região litorânea em direção a Pietermaritzburg (cidade do interior da África do Sul).
Sua direção é invertida todos os anos.O tempo limite para completar o trajeto é de 12 horas.

HistóriaTudo começou no dia 24 de maio de 1921, onde apenas 34 corredores deram início a aventura. O vencedor foi o sul-africano Bill Rowan com 8h59min.Considerada a corrida mais difícil do mundo, Comrades (significa amigos em africâner, um dos onze idiomas oficiais), se destaca pelo duro trajeto de 87 quilômetros, dos quais 84 quilômetros são em subidas.

O sul-africano Bruce Fordyce com 5h24min07, foi o recordista por 21 anos (1986) do circuito em descida. Fordyce é considerado o rei de Comrades e, entrou para a história como o maior vencedor. Foram oito anos seguidos (81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88) e a nona vitória em 1990.

O atleta mais famoso a vencer esta prova, foi o cubano naturalizado americano Alberto Salazar, em 1994; tri-campeão da famosa Maratona de Nova Iorque (80, 81 e 82), onde estabeleceu o recorde mundial de 2h08min13, em 1981. Salazar, também venceu a Maratona de Boston em 1982. Atualmente é técnico de cross-country em Portland, nos Estados Unidos.

Para o feminino o melhor resultado é da americana Ann Trason, com 5h58min50, estabelecido no ano de 1997 (circuito em descida). Trason, também havia vencido em 1996; por várias vezes foi a vencedora da Western States 100 Mile (160 quilômetros) Endurance Run, nos Estados Unidos e, recordista mundial das 50 milhas (80 quilômetros), 100 milhas e dos 100 quilômetros.
Primeiro brasileiro a completar o percursoEm 1997 acompanhei o Márcio Milan, diretor do Grupo Pão de Açúcar que aos 48 anos de idade que foi o primeiro brasileiro em 76 anos, a vencer este desafio, concluindo o percurso em 9h55min, média de 6min36 por quilômetro.

Wanderlei de Oliveira
Federação Paulista de Atletismo
http://www.corridaderuafpa.com.br/

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O anemômetro tirou o recorde de Maurren Maggi nos EUA




A saltadora brasileira melhor ranquiada da IAAF, Maurren Higa Maggi, participou, neste domingo (8), do Grande Prêmio de atletismo de Eugene, no Oregon (Estados Unidos) e fez sua melhor marca no ano: 7,02 metros.

A notícia de abertura desta reportagem tinha tudo para ser bastante comemorada. Claro, pois, que deve ser comemorada pelo esforço da atleta em tentar bater seus 6,91 metros conquistados no Rio de Janeiro em 18 de maio passado. Ela passou 11 centímetros acima.

Mas teve um fator que impediu a atleta de estar no topo do ranking da IAAF nesta semana: o vento. É, acreditem, a International Association of Athletics Federation, não homologa saltos com vento a favor acima de 2 m/s (metros por segundo). E no momento do salto, Maggi teve um vento de 3,3 m/s.

Parece que a vice-campeã da competição Funmi Jimoh (EUA), fez 6,85m com vento de 2,6 m/s assoprou (brincadeira) o anemômetro (aparelho que mede a velocidade do vento). A terceira colocada em Eugene foi Tatyana Kotova, da Rússia, que marcou 6,69 m sem ajuda do vento.

Saltadoras Olímpicas
O salto em distância terá uma boa briga nos jogos Olímpicos neste ano. Pelo ranking da IAAF 2008, a primeira colocada é Brittney Reese (6, 93m), seguida por Funmi Jimoh (6,91m), ambas americanas. A terceira é exatamente a brasileira Maurren Maggi (6,91m) e a quarta vem a russa Tatyana Kotova (6,83m).

Nesse grupo elencado por Run For Life está a campeã Olímpica em Pequim. Claro que correndo por fora há outras cinco ranqueadas e mais as brasileiras Keila Costa e Gisele de Oliveira.

Veja as 10 melhores da IAAF até o momento:
1 - Brittney Reese (EUA) - 6, 93m
2- Funmi Jimoh (EUA) - 6,91m
3 - Maurren Maggi (BRA) - 6,91m
4 - Tatyana Kotova (RUS) - 6,83m
5 – Akiba Mckinney (EUA) – 6,79m
6 – Bianca Kappler (ALE) – 6,73m
7 – Viktoriya Rybalko (UCR) – 6,73m
8 – Ruky Abdulai (CAN) – 6,72m
9 – Jana Veldáková (SVK) – 6,72m
10 – Patricia Sylvester (GRN) – 6,71m
E mais...
21 – Gisele de Oliveira (BRA) – 6,66m
24 – Keila Costa (BRA) – 6,65m

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto: CBAt

domingo, 8 de junho de 2008

Tirunesh Dibaba bate recorde mundial nos 5.000 com 14:11”15



A etíope de 23 anos Tirunesh Dibaba bateu o recorde mundial nos 5.000 metros feminino em Oslo, na Noruega neste sábado com o tempo de 14min11seg15milésimos e disse: “eu poderia correr mais forte”, no final da competição.

Na corrida, até a sexta volta era liderada pela russa Anna Alminova (passando 1.000m a 2:48”08; 2.000 5:43”64). Tirunesh Dibaba acompanhada por sua irmã Ejegayehu Dibaba e da queniana Lucy Wangui, estava bem claro quem eram as competidoras entre 15 concorrentes.

Ejegayehu passou a liderar a corrida nos 3000m (8:38”83), mas logo que essa marca foi atingida Tirunesh passou para a frente se apercebeu que elas estavam três segundo cima do registro de horário. Um quilómetro depois ao ritmo de 11”28.44 Dibada já estava realmente na competição

"A minha irmã estava dizendo que eu podia fazer isso (quebrar o recorde mundial)", disse Dibaba, "que estou na minha melhor forma. Eu podia ver que eu estava fora do ritmo após os primeiros 3 km, e por isso me empurraram para a frente. "
"Eu não estava esperando tal recorde, mas é muito importante para mim. Foi o meu sonho quebrar um recorde mundial de alta qualidade. Deus ajudou-me hoje para conseguir algo especial. "

Após os recordes conquistados neste sábado, Dibaba tem mais duas competidoras, que chegaram nas primeiras colocações do Quênia e estão figurando entre as três primeiras. A briga pela medalha olímpica, Etiópia estão rivalizando em termos. Vamos ver se mais esse recorde dure até o as Olimpíadas.

Ranking da IAAF:
1 – Tirunesh Dibaba (Etiópia) – 14:11”15
2- Lucy Kabuu Wanqui (Quênia) – 14:33”49
3- Ejegayehu Dibaba (Etiópia) – 14:36”78
Arnaldo de Sousa, Jornalista e Corredor
Texto e foto: IAAF

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Após a Maratona de São Paulo - descanse!



Do ponto de vista de saúde existem três fatores importantes que são observados na prática esportiva como auxílio na qualidade de vida: alimentação, adequada ao gasto calórico conforme atividade física, treinamento, de acordo com o atual nível técnico e interesse do praticante, e o descanso.

Mas, como o descanso pode auxiliar no treinamento e na recuperação pós maratona?
Conforme pesquisas apresentadas no 49o. American College of Sports Medicine, em St. Louis - nos Estados Unidos, foi demonstrado como reage o organismo de um atleta que é submetido a provas de longa duração (superiores à 4 horas de esforço).

Quando um atleta participa de uma competição, sua musculatura "sofre" microtraumas - não se preocupem, pois é natural, daí a necessidade das 48 horas de recuperação (este é o tempo que o nosso organismo leva para se recuperar de um esforço mais intenso).

Nos dias que seguem a uma competição como a Maratona de São Paulo, o ideal recomendado pelos médicos fisiologistas, é fazer outras atividades como: alongamentos, natação (de forma relaxante), pedalar em bicicleta ergométrica, massagem, ou mesmo como algumas pessoas preferem - dormir até mais tarde.

Portanto, fica contra indicado, trabalhos com sobrecarga, em academia e corrida em ritmo forte.
Outro fato, apresentado no American College - é que durante o descanso o músculo se fortalece (não confundam sedentarismo - e sim estímulo e recuperação).
Para distâncias como a maratona (42.195 metros), o ideal é um dia de descanso para cada quilometro corrido, e não participar de mais de uma maratona por ano, para evitar o envelhecimento precoce das células.

Quanto maior o tempo de esforço como nas provas de ultramaratona (100 Km ou mais), e o Ironman - 3.8 Km de natação, 180 Km de ciclismo e 42.2 Km de corrida, os cuidados são triplicados, e para a maioria dos mortais é contra indicado pelos médicos especialista em esporte.
Agora se você costuma exagerar na dose, vale a pena estar em dia com o seu seguro saúde, e bom descanso.

Wanderlei de Oliveira

terça-feira, 3 de junho de 2008

Uma boa ação



Ontem fizemos uma boa ação que, cá entre nós, não precisava ter acontecido.
Já são doze as edições da Maratona de São Paulo nas quais a Anna (minha mulher) com o apoio de suas irmãs, da Verinha e de mais alguns amigos, monta no km 36 da Maratona de São Paulo, um posto voluntário de distribuição de frutas para todos os corredores.

O posto começa a ser organizado às 6 horas da manhã e permanece em funcionamento até a passagem do último corredor em torno das 15 horas.

Neste ano, como os últimos corredores que passavam mostravam-se muito cansados, resolvemos, a Anna e eu, avançarmos com um segundo posto no km 38, para dar um suporte adicional aos últimos que ainda passavam. Vale lembrar que já estávamos com cinco horas de corrida.

Resolvemos que ficaríamos nesse segundo ponto até a passagem do último corredor. Quando os ônibus que recolhem os desistentes apontaram na saída do túnel, notamos que à frente deles vinha um corredor caminhando. Na verdade se arrastando. Ele estava todo travado, mal conseguia andar. O nome dele é Antonio.

Quando ele se aproximou de nós, disse que estava abandonando a prova, pois, não conseguiria chegar ao Ibirapuera. Realmente ele tinha razão no que falava. Certamente não conseguiria.
Enquanto ele saia do percurso imaginei tê-lo ouvido perguntar a alguém que por lá estava, onde ficava a ponte nova.

Enquanto íamos embora, a Anna e eu conversávamos sobre o Antonio e a história de perguntar onde ficava a ponte nova. Pegamos nosso carro e entramos no congestionamento que estava na JK.

Algum tempo depois conseguimos sair da JK e entrar na Funchal. Nesse momento avistamos o Antonio que caminhava com muita dificuldade. Acho que nesse tempo (cerca de 20 minutos) ele havia conseguido andar uns 200 metros. Para piorar, fazia muito frio e garoava.
A Anna me falou para parar, pois, achava que não dava para deixá-lo por ali. Dito e feito, enquanto eu estacionava o carro ela perguntava para o Antonio se ele queria uma carona.

No caminho quando lhe perguntamos sobre seus treinos e corridas, soubemos que ele tinha participado de uma corrida no mês passado e que não treinava e que tinha acabado de concluir que daqui em diante precisaria começar a treinar.

Pois bem, levamos o Antonio até a ponte estaiada. Lá chegando, quando lhe perguntei onde ele queria descer, ele me disse que não sabia, pois, precisava achar o local onde havia acorrentado sua bicicleta.

Dá para imaginar o que se passou em minha cabeça.

Pois é, o Antonio havia saído de casa em Carapicuíba, pedalado até o local da largada, acorrentado a bicicleta, partido junto com os outros corredores e abandonado a prova no km 38.
Rodamos com o carro por todos os lados da ponte. Por sorte, depois de algum tempo, conseguimos achar a bike do Antonio.

Ela estava lá acorrentada. Sua roupa estava presa junto da bicicleta, toda molhada, afinal choveu durante boa parte do dia.

Até agora não consegui e acho que levará um bom tempo para esquecer esse acontecimento. Gostaria de saber a que horas o Antonio chegou em casa.

Ficamos com uma sensação de termos feito uma boa ação, porém, francamente, isso não poderia e não precisava ter acontecido.

A falta de informação e de preparo de muitas pessoas que, como o Antonio, se aventuram em uma prova dura como essa, ao invés de trazer qualquer tipo de benefício, acaba colocando em risco sua própria saúde e segurança.

Por isso lembre-se sempre que se quiser correr, treine, porém treine de forma sistemática e séria, acompanhado de pessoas competentes que saberão preservá-lo de riscos desnecessários.

Antonio Carlos Fiore, administrador de empresas e corredor
Foto: Revista O2

segunda-feira, 2 de junho de 2008

“Paciência”



Foi assim que Claudir Rodrigues definiu sua vitória na décima quarta edição da Maratona Internacional de São Paulo. Rodrigues que em momento algum era apontado como um dos prováveis vencedores, devido à quantidade de corredores do Quênia presentes no grande evento.

Claudir correu de forma consciente, programada e focado no seu objetivo. Passou os 21 quilômetros para 1h08min. Qualidades importantes para um corredor de longa distância. Resultado final: - campeão com 2h17min07seg.

Um ótimo resultado para o novo percurso da maratona, com muitas idas e vindas, além das várias subidas ao longo dos 42.195 metros.

Já os quenianos Mutai Kiplemei, Paul Kiplemoi e Mutai Kiprop, foram perseguidos bravamente pelo brasileiro Francisco Barbosa dos Santos, todos lá estavam como “coelhos”, ou marcadores de ritmo.

Quem eles estavam puxando, ninguém sabe, pois o ritmo alucinante não era compatível com os resultados das últimas edições da Maratona de São Paulo que oscilam entre 2h16min e 2h20min.

No ritmo que eles estavam seriam os vencedores da São Silvestre (15 Km) em que eles passaram para 45 minutos. (O Francisco Barbosa conseguiu segurar até o quilômetro 38 quanto foi ultrapassado por Marcos Antonio Pereira que chegaria à terceira colocação (2h18min09) e o “Chiquinho” na quarta colocação com 2h18min25).

Luiz Carlos Fernandes da Silva, foi uma grata surpresa. Estreante em maratona fez uma corrida crescente, nos últimos dez quilômetros comentou que correu como se estivesse iniciando a prova. Luiz Carlos mora em São Paulo e conhece bem as dificuldades do trajeto, optou por uma corrida cautelosa e deu certo, fechou em 2h17min24, conquistando a segunda colocação.

Baldaia é bi-campeã
A simplicidade da Maria Zeferina Baldaia é contagiante. Festiva como sempre, se ornamentou para a prova pintando suas unhas nas cores da bandeira nacional. Depois da sua vitória na meia-maratona de Stramilano na Itália, se consagrou na Maratona de São Paulo com o bi-campeonato com 2h42min20seg.

Wanderlei de Oliveira
Foto: Sérgio Shibuya/ZDL

domingo, 1 de junho de 2008

Recorde mundial nos 100 metros agora pertence a Usain Bolt: 9s72m


Nova York (EUA) – Antes, bem antes das Olimpíadas de Pequim, o jovem de 21 anos e também jamaicano Usain Bolt acaba de bater o recorde mundial nos 100 metros rasos com o fantástico tempo de 9:72, no sábado (30/05) no Meeting de Atletismo de Nova York, de acordo com informações da International Association of Athletics Federation (IAAF).

Conforme Run For Life analisou na semana passada, Bolt havia atingido a melhor marca do ano ao cravar 9:76 (naquele momento era 2 milésimos acima de seu compatriota Asafa Power).

A corrida aconteceu no mesmo estádio onde Leroy Burrell havia estabelecido um recorde mundial em 1991 nos 100 metros com o antigo tempo 9:90.

A vitória de Bolt teve um sabor especial, pois ele corria ao lado do norte-americano Tyson Gay, atual campeão dos 100 metros pela IAAF. Nesta prova Gay terminou em segundo lugar com o tempo de 9:85.

“Eu sabia que poderia vencer Tyson fora dos blocos, eu poderia ganhar a corrida”, informou à IAAF, Usain Bolt, que na realidade é especialista nos 200 metros e usava os 100 para treinamento.

"Bater o recorde mundial é importante, mas isso nem se compara com ganhar uma medalha olímpica. Amanhã alguém pode quebrar minha marca. Mas se for campeão olímpico, o título é meu por quatro anos", disse Bolt às agências internacionais.
Texto e foto: IAAF
Editado por Arnaldo de Sousa

Dobradinha brasileira na 14ª Maratona de São Paulo



A 14ª Maratona Internacional de São Paulo, realizada neste domingo (01/06) fez dobradinha brasileira na primeira colocação. E desta vez dos dez vencedores (cinco homens e mulheres) nove foram brasileiros. Apenas no masculino, o quarto colocado foi um solitário queniano.

Às 6 horas da manhã, o clima frio que tinha tudo para ajudar os corredores, acabou atrapalhando, pois caía uma chuva fina ajudando a congelar a maioria que dependia do traslado do Ibirapuera para a largada na Avenida Roberto Marinho. Chegar com o corpo frio à largada impunha um desafio a mais para os amantes da corrida.

Milhares de corredores optaram pelo translado. Entre 7h30 e 8 horas, ainda havia muita gente para a pequena quantidade de ônibus que, naquele momento, não era suficiente para o público que recebia água de chuva na cabeça. Resultado: houve alguns tumultos, gente furando fila, alguns reclamando, várias filas para poucos organizadores e ônibus no local.

“Esta foi a primeira vez que a Maratona de São Paulo começa e termina em lados opostos. Foi tudo perfeito. Conseguimos colocar 12 mil pessoas na largada”, comemorou Thadeus Kassabian, diretor da Yescom.

Esse tipo de controle com ônibus de traslados foi bem eficiente na corrida organizada pela Nike com cerca de 25 mil corredores para três tipos de provas num mesmo dia. Como foi a primeira experiência da Yescom, provavelmente alguns ajustes serão feitos para o próximo ano.

A competição
A prova feminina começou às 8h30 com a elite ditando o ritmo mas coesa com várias competidoras formando um bloco em que a primeira posição era revezada entre as participantes. Já a maratona dos homens começou às 8h58 com quatro corredores liderando a competição. Três quenianos e um brasileiro (Francisco Barbosa dos Santos, o Chiquinho).

Segundo os organizadores, os quatro primeiros eram contratados para serem coelhos da prova. No início, parecia que o trio queniano iria liderar a corrida inteira, parecendo estarem bem. Eles dividiam água, estavam fazendo uma corrida forte ao redor de 3min/km. Nos 10 km eles passaram exatamente para 30 minutos. De repente no km 18, os três quenianos tiraram o pé, desistindo da corrida e o brasileiro (também coelho: Chiquinho dos Santos) assumiu a liderança, mantendo o ritmo.

“Nossa proposta era liderar até o km 21, mas se ele estivesse bem, iria até o fim”, comentou Alexandre Minardi, chefe da equipe Cruzeiro que é treinada por Adalto Domingues.

É a primeira maratona de Chiquinho. Apesar da pouca experiência, aos 31 anos, o pernambucano de Bodoró, ainda vai ser bastante comentado em competições de fundo. Ele liderou com maestria do km 18 até o km 38, quando foi ultrapassado pelo gaúcho de Santa Maria, Claudir Rodrigues e pelo paulista Luiz Carlos Fernandes da Silva e pelo baiano Marco Antonio Pereira.

“Eu era o coelho da prova. Estou feliz com o quarto lugar. Nos km 38 eu sentia muita dor e não conseguia avançar mais. Como essa foi a minha primeira maratona, agora vou treinar mais focado para os 42,1 km e não para 21 km”, enfatizou Chiquinho.

A Maratona de São Paulo teve 2 mil pessoas envolvidas na organização e contou com seis bandas de rock espalhadas pelo percurso para animar os corredores. Foram distribuídos 380 mil copos com água mineral que precisaram de 18 toneladas de gelo para deixá-los ao ponto de beber.

Os vencedores
“Nós tínhamos planejado passar na meia em 1h18. E foi assim. São Paulo sempre é difícil mas conseguimos terminar em 2h17min. Meu melhor tempo foi em Porto Alegre com 2h15. Em 2002, não completei em São Paulo”, comentou Claudir Rodrigues que treina ao redor de 180 km por mês.

De acordo com Rodrigues, que é do sul do Rio Grande do Sul, região costumeiramente fria, o clima paulista o fez sentir em casa. “Esse frio me fez lembrar de casa”, brincou o atleta que estava à vontade ao final da prova.

Entre as mulheres a competição foi mais acirrada. O bloco de corredoras da elite (Maria Zeferina e Edielza chegaram no mesmo minuto, seguida de perto por Marizete, que vinha de uma contuzão de oito meses) estava firme e parecia que todas iriam juntas até o final.

“Foi uma prova forte. Saímos no ritmo. Corremos o tempo todo no bloco. A prova foi definida no km 25. Senti o frio na largada e muitas poças de água ao longo do percurso. No km 38 senti uma pequena cãimbra, mas consegui terminar bem”, definiu a campeã, Maria Zeferina Baldaia.

Classificação do pódio masculino (hora, minuto e segundo)
1 – Claudir Rodrigues (Brasil) – 2h17’07”
2 – Luiz Carlos Fernandes da Silva (Brasil) – 2h17’24”
3 – Marco Antonio Pereira – (Brasil) 2h18’09”
4 – Francisco Barbosa dos Santos (Brasil) – 2h18’25”
5 – Rotich Philion Chemlany (Quênia) – 2h18’46”

Classificação do pódio feminino
1 – Maria Zeferina Baldaia (Brasil) – 2h42’20”
2 – Edielza Alves dos Santos (Brasil) – 2h42’44”
3 – Marizete Moreira dos Santos – (Brasil) 2h43’28”
4 – Luiza de Souza Pinto (Brasil) – 2h46’05”
5 – Sueli Aparecida Vieira (Brasil) – 2h50’14”

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto: ZDL Comunicações