terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Gatos corredores e a São Silvestre



Os fofos da foto são Silvestre e Diana, meus donos há 7 anos. E aí você deve estar se perguntando o que dois gatos preguiçosos têm a ver com a São Silvestre? E eu respondo: tudo, ao menos para mim.

Além de serem primos do Guepardo, um dos mais rápidos do reino animal e que faria a prova mais tradicional do Brasil “para” 10 minutos, a história dos dois está intimamente ligada às corridas.

Eu estava treinando para a minha segunda São Silvestre, em 2002, quando os dois cruzaram o meu caminho e me obrigaram a uma freada brusca lá nas pedrinhas do Ibirapuera, bem em frente àquela entradinha do bebedouro.

Há tempos tentava sem sucesso ser adotada por um casal de gatos, quando vi os dois ratinhos na minha frente, não pensei duas vezes, os agarrei e pensei: “sou deles”. Deixei-os com um guarda do parque enquanto terminava o treino e pegava o meu carro no Constâncio.

Quando cheguei, contei a novidade e pedi ao Wanderlei (de Oliveira, treinador da Run For Life) que sugerisse os nomes para os filhotes. “Emil Zatopek e Diana Ingrova”, disse ele no ato, referindo-se ao tcheco que entre outros tantos feitos venceu na mesma olimpíada, na Finlândia em 1952, o ouro nos 5 mil, nos 10 mil e na maratona, e a sua mulher, também atleta, mas lançadora de dardos.

Apenas como curiosidade, acabo de saber pelo Wanderlei que o casal era bem engraçado: ele mirradinho e magrinho e ela, ao contrário, pesadona e grandona. “O Zatopek, que foi quem começou com os treinos intervalados, costumava fazer rampas carregando a mulher nas costas”, conta o técnico. Ah e o Zatopek também foi o vencedor da São Silvestre de 1953.

Mas, voltando aos gatos, achei o nome do fundista tcheco um tanto complicado. Adotei o da menina e para o macho, fiz uma homenagem mais direta à prova do dia 31. E bem mais simples para o Bento, que na época tinha dois anos, falar.

Embora passem boa parte do dia dormindo, Silvestre e Diana são grandes corredores. Jamais destruíram os meus tênis de corrida (já as chuteiras do Nilson...), dormem ao meu lado depois dos longos dos sábados e sempre me ajudam na hora do alongamento.
É que os dois, como a professora Mônica (Peralta técnica da Run For Life) sempre chama a atenção têm consciência corporal e sabem como poucos fazer um bom alongamento. São ou não dois grandes corredores?

Adriana Marmo, jornalista e corredora
Foto: Arquivo pessoal de Silvestre e Diana

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