segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mitico e Dodô são eleitos atletas do ano Run For Life


Tradicionalmente, a Run For Life elege o "Atleta do Ano" em um evento programado para finalizar o ano em uma festa de confraternização entre corredores e corredoras, realizada nas montanhas de Morungaba no Sítio Santa Clara do nosso amigo e corredor José Carlos Romanholi. E os vencedores, escolhidos pelos índices técnicos e também homenageados os atletas masters: Mitico Nakatani, 76 anos e Valdomiro Paulo Cocato “Dodô”, 67 anos.

Antes da premiação, os atletas fizeram uma corrida-treino de 15 km do circuito batizado de Montanholi. Circuito que para cada quilômetro de descida tinha outro correspondente de subida. Para o leitor ter uma idéia a largada é feita em subida de quase mil metros e os útimos 5 km têm uma longa subida tão íngrime que cansa só de falar. Como tudo era festa, corremos e brindamos nossos feitos de 2008.

Voltando à premiação
Quebrando a regra de anos anteriores em que os vencedores do “Atleta do Ano” foram os que haviam feito maratona no ano vigente, dessa vez a homenagem do corpo técnico RFL foi para a persistência e coragem de dois atletas na acepção da palavra e queridos por todos os corredores e maratonistas.

Mitico, a mais experiente em idade do grupo Run For Life atingiu seu ápice na carreira esportiva em 2005 quando foi campeã mundial master na distância de maratona: 42.195 metros.

Dona Mitico, a senhora venceu todas as competições em sua categoria neste ano? Resposta: “Tem que ser né, seu Arnaldo”. Essa é a dona Mitico, quando ela entra numa competição, seus pequenos passos a levam ao imaginário do Olimpo dos vencedores.

Para o leitor ter uma idéia em 2008, Mitico competiu em várias provas em São Paulo, Manaus (AM), Londrina (PR) e Rosário (Argentina), formando exatas 20 provas.

“Em Rosário foi muito difícil, pois a organização fez um circuito de Meia Maratona (21,097 metros) que passava pela linha do trem. Tivemos de esperar o trem passar para acabar a prova. Cachorro da rua que avançava na gente. Foi a prova mais difícil que fiz nesse ano”, disse. Realmente, cada prova uma história.

Dodô em números
Aos 67 anos, um menino comparado à dona Mitico, Valdomiro, Paulo, Cocato, enfim, Dodô, completou 20 anos de treinamento na Run For Life em 2008. Neste ano, o Atleta do Ano simplesmente venceu 5 cerca de 12 provas em que se propôs, chegando em segundo em outras 4 provas. E suas provas favoritas são os 5.000 e 10.000 metros em pista e 10 km em rua.

Nos 10 km da Corpore São Paulo Classic, um circuito difícil correndo pela Avenida 23 de Maio, Dodô bateu seu recorde do ano ao atingir a marca dos 43min52seg com vigor dos seus 67 anos aninhos. (Ele fará 68 anos no dia 19 de janeiro)

“É muito emocionante pra mim ser homenageado com o prêmio do “Atleta do Ano”. Tem um pouco de cada um de vocês nesse prêmio”, disse Dodô, visivelmente emocionado ao som da galera de “ele merece...ele merece...”.

Ao longo da vida, Dodô contabilizou 366 competições. 54 primeiros lugares, 27 segundos lugares, 14 terceiros lugares, sem contar as participações. No total foram oito São Silvestres.
Veja alguns trechos de suas memórias:

“Fui ex-jogador de futebol (juvenil de 2ª divisão), machuquei o joelho esquerdo. Precisava operar, mas não podia parar de trabalhar para operar. Aos poucos fui desistindo do grande sonho de ser jogador de futebol famoso...”

“Com 45 anos, não sabia mas carregava 80 quilos todos os dias em meu corpo com ênfase na minha simpática e volumosa barriga”.

“Um dia de férias, estava eu, todo espalhado na poltrona da sala quando apareceu uma luz que veio ao meu encontro. Estava triste e mau humorado. Comecei a correr 5 minutos. Vi que nada doía e fui em frente”.

“Em 1988, após participar da maratona do Rio de Janeiro (primeira e única maratona), quebrei a cara. Depois de dois anos por aí percebi que precisa de orientação adequada. Encontrei Wanderlei de Oliveira que estava implantando um trabalho de treinamento individualizado”.

“Hoje, faltando 35 anos para completar 100 anos, sendo 20 só de Run For Life, confesso que ainda nada sei sobre corridas, tamanho é o horizonte de suas variáveis”. Esse é o nosso querido Dodô.

Arnaldo de Sousa, jornalista e corredor
Foto: Célio José Brito


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