quarta-feira, 26 de março de 2008

Linha de chegada

A média dos treinos diários é que determina o resultado de uma maratona.

No Congresso Internacional de Técnicos de corrida de longa distância realizado no Algarve, Portugal, em 1987, do qual tive a oportunidade de participar a convite do português Mário Moniz Pereira, técnico do recordista mundial dos 10 mil metros Fernando Mamede (27min13) e do recordista mundial da maratona Carlos Lopes (2h07min12 em Roterdã 1985), que ainda possui o recorde da maratona olímpica, de 2h09min (Los Angeles 84).

Moniz Pereira dizia o seguinte: se a sua média diária nas rodagens for de 10 quilômetros, seu ponto de quebra de ritmo será na altura dos 30 quilômetros. Ou seja, se você quer correr bem uma maratona, terá que correr nos últimos três meses de preparação um volume semanal na casa dos 100 quilômetros para terminar bem e, "se quebrar", isso irá ocorrer quando cruzar a linha de chegada.

Existem outros parâmetros que são primordiais para ajudar nessa avaliação. Vamos comparar a evolução do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo), que é a quantidade de oxigênio que seu organismo consegue retirar (absorver) da atmosfera, transportar até a musculatura e utilizar na produção de energia durante a realização de um exercício físico que gradualmente atinge a exaustão. O Paulo de Moraes Barros, que no último 10 K da Track&Field Run Series estabeleceu seu recorde pessoal em 40min30s, pode comprovar isso com um volume semanal superior aos 90 quilômetros. Seu VO2 máximo em teste realizado em 26 de janeiro de 2005, era de 45 ml/kg/min, com velocidade do limiar aeróbio de 12 km/h. No dia 13 de março, chegou a 54,8 ml/kg/min, com velocidade do limiar atingindo 14 km/h. Todos esses exames, desde o seu início, foram realizados no IAFE – Instituto de Avaliação Física do Esporte, acompanhado pelo pioneiro e um dos maiores fisiologistas do Brasil, o médico Renato Lotufo. Para se ter uma idéia, é muito difícil melhorar apenas 1 ponto ml/kg/min do seu VO2 máximo, por ser de ordem genética. Isso comprova a eficiência do método de treino.
Qualidade de Vida é Saúde. Saúde é movimento!

6h31 da manhã. Vigésimo sexto dia de março de 2008. Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, pista de atletismo, Ibirapuera, São Paulo. Dia de teste dos 3.000 metros. Dia de vários recordes pessoais. Dia de muitas comemorações. A superação pessoal motiva, dá mais alegria em viver. De seguir em frente em busca de novos desafios. Atingimos a marca dos 928 quilômetros nos oitenta e seis dias do ano. A média está em 10,7 quilômetros por dia. O acumulado total em 72.993 quilômetros.

Wanderlei de Oliveira

Um comentário:

Anônimo disse...

Wanderlei,
Além de ter ficado muito feliz com o meu tempo no teste de 3.000, fiquei mais feliz ainda quando eu estava chegando ao escritório para trabalhar e ouvi no rádio que para cada hora de atividade física realizada, ganhamos mais 2 horas de vida.
Eu desconhecia esta informação, e fiz as contas de quantos dias de vida ganhei depois que comecei a treinar, devo ter uns 5 dias a mais.
Obrigada
Um abraço e até sexta.