domingo, 6 de janeiro de 2008

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Há dez anos, quando a educadora Mônica Peralta iniciou sua preparação para a Maratona de Nova York, realizou vários treinos no Horto Florestal, em São Paulo. À medida que as distâncias dos treinos foram aumentando, ela passou a descobrir novos caminhos. E um deles ela vem compartilhando com seus amigos, alunos e monges. É o Parque Estadual da Cantareira, no núcleo Pedra Grande. Um patrimônio mundial de preservação desde 1994, por determinação da UNESCO – Organização das Nações Unidas, que é uma das maiores áreas de mata tropical nativa do mundo situadas dentro da região metropolitana.

7h30 da manhã. Sexto dia de janeiro de 2008. Enquanto aguardávamos a abertura do parque, às 8 horas, fomos recepcionados por um tucano solitário que cantava no topo de uma árvore e um esquilo, que despertou a curiosidade dos filhos do Beto, que saíram correndo para observá-lo. Assim que a Mônica chegou, saldou a aniversariante do dia, a professora-doutora Elbia Silva Melo, da CCEE, que resolveu festejar esse dia de um modo especial. Acompanhada de seu marido e corredor, Leonardo Melo, integrou-se ao grupo de quinze pessoas que iniciaram a caminhada de 12 quilômetros no Parque Estadual da Cantareira. Duas dessas pessoas deram um show de vitalidade, sempre à frente do grupo. A Darci dos Santos e o Antonio, pai da Estela Silva, jornalista e autora do texto sobre a São Silvestre que se encontra no site. O nosso guia pelo segundo ano consecutivo era o Egídio Gonçalves, profundo conhecedor da reserva. Sempre prestativo e atencioso, observava cada um dos caminhantes. A cada novidade do caminho parava para contemplar a vegetação típica de floresta tropical, contemplar os bugios se divertindo, pulando de galho em galho. Depois de duas horas por trilhas de mata cerrada, subida, descida e tombos, chegamos ao lago das carpas. A Patrícia Vismara e as crianças foram os que mais se divertiram, jogando pão para os peixes. Já os adultos, mortos de fome, devoraram a farta cesta de piquenique que o Beto carregou por todo caminho. O que para ele foi um alívio. Bem alimentados, estávamos prontos para a última e mais dura etapa do caminho: chegar ao topo da montanha. A 1.010 metros de altitude em relação ao nível do mar, chegamos à Pedra Grande. Pausa para contemplarmos a belíssima visão panorâmica da Grande São Paulo.
Em determinado trecho da caminhada, pedimos licença à Mônica para deixar o grupo para uma corridinha na trilha das águas claras. O Nilton Maia e eu percorremos a trilha até chegarmos a uma queda dágua. Tudo isso para que pudesse fechar a semana com 70 quilômetros nos seis primeiros dias do ano. Foram mais de quatro horas de caminhada, onde pudemos compartilhar emoções, alegrias, esforço, conhecimento, sabedoria, amizade, energia e o principal: a natureza.

Wanderlei de Oliveira

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