sábado, 26 de janeiro de 2008

Corra com o relógio nas pernas

Esta expressão do português Mário Moniz Pereira ouvi em novembro de 1987 no Estádio José de Alvalade do Sporting Club de Portugal. Moniz Pereira, antes do treino, reuniu seus atletas para explicar o treino que seria realizado naquele dia. Moniz Pereira, 86, é vice-presidente do conselho do Sporting Club de Portugal, foi saltador de triplo, distância e altura na adolescência, é músico, professor, jornalista, escritor e foi técnico de grandes estrelas do atletismo como Carlos Lopes, campeão olímpico e Fernando Mamede, ex-recordista mundial dos 10.000 metros. Correr com o relógio nas pernas simboliza bem o sentido exato de se ter a noção do ritmo que se pretende desenvolver em uma competição.
Cada vez mais fica evidenciado que o atletismo, em especial as provas de longa distância, é para pessoas organizadas, determinadas, disciplinadas, que sabem conduzir o treino com inteligência. Paciência, para no momento certo imprimir ritmos mais fortes.
Na XI edição dos 10 K do Troféu Cidade de São Paulo, realizada neste domingo, dia 25, foi uma oportunidade de testar o que se aprende nos treinos. Em função do difícil trajeto pela Avenida Rubem Berta, 23 de maio e República do Líbano (segundo Jacob Nahmias, 75, que correu a prova, eram sete subidas), havia feito uma projeção para 40 minutos e 40 segundos, média de 4min04 por quilômetro.
A primeira parcial de 5 quilômetros, depois de uma boa largada, passei para 20min18. A segunda parcial, com mais subidas e retornos, fechei com 20min22. Observem que apenas quatro segundos de diferença. Praticamente nada. O tempo final foi de 40min36, média de 4min04. Perfeito! Apenas quatro segundos mais rápido do que o planejado.
A prova de 10 K foi realizada às 8 horas da manhã em percurso com várias subidas (curva fechada) e umidade relativa do ar superior a 80%, fatores que por si só já seriam suficientes para uma possível queda no rendimento.
O melhor indicativo de sua atual condição física: sempre será o seu desempenho nos treinos.
Lembre-se: "O que faz parar é o ritmo forte e não a distância”.

6h41 da manhã. Vigésimo sexto dia de janeiro de 2008. Enquanto observo o nascer do Sol por entre as árvores da reserva de Mata Atlântica do Parque do Estado de São Paulo pratico a “Corrida Zen”, depois de correr pensando em tempo na prova de domingo. Nada melhor do que esquecer o tempo e observar a natureza, relaxar. Até agora são 282 quilômetros nos vinte e seis primeiros dias do ano. A média esta em 10,8 quilômetros por dia.

Wanderlei de Oliveira

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Wanderlei,

Pelos seus tempos nas duas últimas temporadas, acredito que, se você tentar fará em 2008 uma maratona sub 3 horas.

Abraço
Harry